segunda-feira, setembro 11, 2006

11 de Setembro de 2001


Sem comentários.
Depois Falamos

14 comentários:

Gonçalo Capitão disse...

Perdão! Com comentários!

Nova Iorque, Madrid, Londres, Bali, Cabul, Bagdad e tantos outros nomes para um só fenómeno: terror!

Só não sei como é que ainda há gente que anda preocupada com voos, via Açores.

Sem entrarmos no "olho por olho, dente por dente", há que mostrar aos cães que matam homens, mulheres e crianças inocentes que também podem sofrer as mesmas perdas e que as democracias não se ajoelham.

Aos demais há que sublinhar que o Corão jamais ordenou tamanha selvajaria...

Marta Rocha disse...

Comentários, sem dúvida, mas..

Faço parte daquela gente que efectivamente se preocupa com voos.

Não me parece que "os fins justifiquem os meios", nem que se deva combater o terrorismo com mais terrorismo. Não é digno e muito menos eficaz.

A solução não passa por estratégias desproporcionadas, só porque são proporcionais aos danos.

O respeito pela pessoa humana não é um exclusivo da pessoa civilizada.
"Olho por olho, dente por dente" é um paradigma de vingança e o resultado só pode ser um: a continuidade dos conflitos, num "crescendo" de violações e alterações legislativas (porque o ocidente é civilizado e não aje, sem suporte constitucional)..

O Corão não ordenou selvajarias. Mas foram algumas das "democracias"
que as encomendaram.

Há que educar para a paz. A finalidade é essa e é a de todos nós.

Gonçalo Capitão disse...

E pronto, Luís...

O cibernauta tem uma obsessão pela minha biografia, sem que se preste a orientar-me de acordo com a sua infindável sabedoria, e continua sem aceitar o meu convite para me dizer as coisas na cara, sendo que, obviamente, no que me diz respeito, a reacção será civilizada...

Quanto à forma como me expressei e à discordância da Marta, respeito a opinião e aceito que fui polémico.

Luis Cirilo disse...

Meu caro Gonçalo:
Quando criei este blog foi com o intuito não só de colocar opiniões minhas,com rosto e assinatura,como também de nele serem colocados comentários assinados com nomes verdadeiros ou pseudónimos.
Prefiro os primeiros,aceito os segundos.
Claro que há volta da universidade de verão surgiram reacções diversas ,desde apoio ao que escrevi a criticas que variaram entre o admissivel e a canalhice pura.
Não censurei nenhuma.
Todas foram publicadas,todas estão disponiveis para serem lidas.
Umas foram justas,outras emotivas,outras de solidariedade com o Carlos Coelho (desnecessária porque não foi atacado,apenas foram evidenciadas situações que me parecem excessivas)outras atestando a valia e importância da universidade de verão.
Respeito todas as opiniões mesmo aquelas que para justificarem argumentos,enveredam pelo caminho fácil de dizer que quem escreve não percebe nada do assunto.
Também ja tive 20 anos e bem sei que o calor com que reagimos nessa idade é mais fruto da generosidade e do empenho e menos da reflexão.
Discordar da acumulação de cargos do Carlos Coelho ou do modelo da U.V. não significa ser contra ele,Carlos,ou contra ela U.V.
Significa,apenas,ter uma opinião diferente e outra perspectiva do assunto.
Num país livre e num partido social democrata não me parece que seja crime.
Embora algum fundamentalismo que por ai anda talvez não se importasse muito.
Por mim,que nada tenho a ver com o assunto,a U.V. pode e deve continuar.
Talvez,é a minha opinião,nministrando com especial enfase,ensinamentos na área da tolerância,do respeito,da cortesia e da educação.
Afinal são valores fundamentais da cidadania.

Gonçalo Capitão disse...

De tal modo concordo, que, mesmo depois dos enxovalhos, e como tinha combinado com o Carlos Coelho (que estimo), fui dar o meu contributo à UV 2006.

Entre outras coisas, soube que uma das fatwas que impendia sobre mim tinha a ver com o facto de ter celebrizado o teu blog. E esta?! Não creio que tenha esse mérito, já que o teu percurso fala por si e é mais imponente do que o meu :)

Rui Miguel Ribeiro disse...

Realmente não dá vontade de comentar, tal é a revolta qye ainda hoje sinto quando revejo ad nauseum as imagens da barbárie. Isto não invalida que, como diz o Gonçalo, que não se deva comentar, reflectir e agir. Defendo que as democracias se devam defender dentro dos limites comportamentais que caracterizam os seus valores.
A realidade, porém, mostra-nos que montros como Hitler, Stalin, Mao, Bin Laden, Ahmadinejad (cada qual na sua escala) só compreendem uma linguagem: para eles a diplomacia é um intermezzo na violência. Nestes casos-limite não pode haver piedade. Se somos nós ou eles, que sejam eles. Israel aprendeu esta lição e graças a isso sobrevive há 60 anos num ambiente inacreditavelmente hostil.

P.S Não sei se foi distração minha durante as férias, mas fico perplexo com a ligação entre o 9/11 e Castelo de Vide. A Al Qaeda já lá chegou?

Gonçalo Capitão disse...

Ó Luís

O Rui Miguel, para além da análise autorizada a que nos habituou, está em forma...
À atenção do Vitória...

freitas pereira disse...

Se se considera que a soluçao està no lançamento de 100.000 mini-bombas nas aldeias e nas cidades du Libano, que as crianças e nao so recuperam e das quais morrem todos os dias; se se considera que desprezar a presença de milhoes de Arabes nas fronteiras de Israel, vizinhos com quem nao se discute dos problemas que impedem a paz; se se considera que so a força brutal das armas é a soluçao para chegar à paz; se se considera que a presença de milhoes de refugiados nos campos da Jordânia e do Libano, expulsos das terras que lhes pertenciam ,nao é um perigo permanente para a paz, verdadeiro viveiro de terroristas, e enfim, se alguém pensa possivel de exterminar todos os Arabes do Médio Oriente para proteger as fronteiras de Israel, entao devemos estar preparados para séculos de terrorismo mundial. Se ninguém compreende que o no do problema reside no conflito Israel-Palestina, e que o sonho do grande Israel, e a crença da terra Prometida por Deus a um povo, o que introduz o aspecto religioso num conflito de propriedade da terra da Palestina, devemos estar preparados ao terror por toda a parte. E muitos outros inocentes serao sacrificados. Inaceitàvel.

Rui Miguel Ribeiro disse...

Se se considerar que foram os árabes que recorreram à guerra no dia seguinte à independência de Israel;
Se se considerar que foi por terem perdido essas guerras que os árabes perderam as "suas terras";
Se se considerar que Israel integrou milhões de Judeus no seu país ao longo de meio século, enquanto que os "irmãos" árabes dos Palestinianos na Síria, na Jordânia, no Egipto, na Síria optaram por os manter com um estatuto de outcasts permanentes confinados a campos de refugiados;
Se se considerar, que o Hamas e o Hezbollah lançam rockets sobre Israel quase todos os dias;
Se se considerar, que estas organizações e alguns estados (Irão, Síria e até recentemente, Líbia e Iraque) queriam o extermínio de Israel e dos Israelitas;
Se se considerar que estas organizações e estados, mais a OLP e associados e a Al Qaeda e filiais, são responsáveis pelo abjecto assassínio de milhares de incocentes por todo o mundo ao longo de décadas;
Se se considerar mais algumas coisitas, talvez se chegue à conclusão que: foi pena que Israel não tivesse exterminado o Hezbollah; o programa nuclear iraniano tem de ser travado a bem ou a mal; que o terrorismo islâmico tem de ser combatido sem tréguas; que Israel, longe de ser perfeito, merece apoio e solidariedade.

Luis Cirilo disse...

Já noutras oportunidades tive ensejo de aqui deixar a minha opinião sobre o que se passa no médio oriente desde 1948.
Penso que hoje por hoje,travando-se uma guerra,muito mais dramática do que ás vezes se supõe,pelos valores civilizacionais tal e qual os entendemos,Israel é a linha da frente dessa batalha.
Com os seus defeitos,com os seus erros,com os seus crimes de guerra (não discuto isso),mas tratando-se de uma democracia,com eleições livres e justas,com instituições a funcionar.
Israel luta pela sobrevivência,como muito bem disse o Rui Miguel,desde o primeiro dia da sua existência como Estado.
E se sou sensivel,como sou,á causa palestiniana,que merece solução digna,penso como o gonçalo que os terroristas e os que fomentam o terorismo,sejam organizações sejam Estados,tem de ser tratados nesse plano.
Sem perda dos valores que nos orientam enquanto democracias,os Irão,Siria,Coreia do Norte e quejandos tem de saber que não temos medo e ,mais do que isso,não hesitaremos em recorrer a todos os meios para pôr fim á barbarie.
Por isso caros Rui Miguel e Gonçalo,contra o terrorismo marchar,marchar !

freitas pereira disse...

No dia em que aqueles generais britânicos traçaram, no quarto dum hotel de Jerusalém, com uma régua e um esquadro, a fronteira de Israel, assim como as dos paises do Médio Oriente que eles controlavam sob mandato da ONU, eles sabiam muito bem que os Arabes nao podiam aceitar o "trabalho" deles. A guerra era inevitàvel. Um certo remorso dos ocidentais,perante a horrivel tragédia da Shoah,fez a unanimidade na ONU para conceder aos sobreviventes judeus uma terra e um Estado:Israel. Mesmo a Uniao Soviética votou no bom sentido.Era mais que justo.Mas esta decisao foi tomada à custa do povo Arabe.A reacçao era de esperar: foi a guerra.Que eles perderam.As guerras seguintes também foram perdidas pelos mesmos. E serao perdidas todas as guerras futuras a grande escala contra o poder militar de Israel, que pode contar com a ajuda sem limite dos USA.Mesmo admitindo o desinteresse dos outros paises Arabes ,regimes e potentados d'outros tempos, em relaçao aos refugiados e a incapacidade desses Estados a reduzir ou eliminar esta situaçao, como é possivel que os amigos de Israel, que eu admiro como povo capaz de empreendimento e valorizaçao do pequeno pais que é o deles, nao compreendam que o interesse vital de Israel é de conseguir a paz e que esta paz nao é viàvel sem o respeito da dignidade humana dos Arabes, seus vizinhos, e como é possivel respeitar esse povo se se lhe recusa o direito de terem um Estado imdependente,como Israel o obteve, dentro de fronteiras seguras, como para Israel, sem a ameaça permanente dos voos dos F-16 e das incursoes dos tanks de Tsahal nao importa quando?Claro que os rockets choveram sobre Haïfa e a Galileia; mas quem comptabilisou os bombardeamentos de Gaza?
E preciso que Israel seja um exemplo para os democratas do mundo inteiro, e um pais democrata nao pode ocupar um outro pais, prender a metade dos seus deputados e um terço dos seus ministros, eleitos pelo sufragio popular, democraticamente.O que é grave para Israel é que antes da invasao do Libano, mesmo certos paises Arabes condenavam o Heezbollah, concedendo a Israel o direito de responder aos ataques, todos os ataques. Hoje, por causa da maneira como Israel procedeu no Libano, destruindo todas estructuras do pais e bombardeando tudo e todos, Israel é julgada por estes actos e nao pelo seu combate pela sobrevivência que é evidente.
Os Estados Unidos do Médio Oriente poderao ser um dia uma realidade se Israel envereda pelo caminho da negociaçao com os vizinhos. E creio que Israel nao tardaria a ser o leader natural duma tal Confederaçao, graças à tecnologia, às suas universidades, ao saber. Pela guerra nunca chegarà là.,

Acabar com o problema Israel-Palestina é primordial. Este problema resolvido, o alibi principal da guerra no Médio Oriente desapareceria.
E sobretudo, que frases como estas nao sejam mais pronunciadas por responsàveis de alto nivel:-
" Farei recuar o Libano 20 anos para tràs" (Chef do Estdo Maior de Tsahal)
" Um morto musulmano nao tem o mesmo valor moral que um morto israelita" (Chef da Delegaçao Americana na ONU)) .
Estas palavras nao nos podem ajudar a combater o terrorismo. Elas fomentam o terrorismo.

Quanto ao Irao, compreendi que o Paquistao, pais musulmano, tem direito a possuir armas nucleares, A India também, e sem duvida Israel.Quanto à Coreia do Norte nem se fala.
Quanto ao grito de guerra contra os musulmanos, Huntington acabarà por ter razao, se os extremistas das democracias ocidentais continuarem a empurrar, pouco a pouco, para a guerra das civilizaçoes.Alguns desejam esta guerra ardentemente.

freitas pereira disse...

Oh, apenas um pequeno "post" para reagir ao "post" de Luis Cirilo, que eu cumprimento pela qualidade do seu "blog":-
E mais que evidente que a jovem democracia de Israel deve ser defendida. Apesar dos seus erros e mesmo dos seus crimes de guerra, como escreveu.Embora deva ser dificil de dizer isto aos milhares de Palestinianos de Sabra e Chatilla, homens, mulheres e crianças, assassinados pelas milicias falangistas (nao ouso escrever o adjectivo, tanto ele me parece terrivel para mim) com o acordo de Ariel Sharom.
Mas nao é possivel, para se ser amigo de Israel, estar de acordo com os erros de Sharon quando decretou a implantaçao de colonias na Cisjordânia, que nao lhe pertencia, e aplaudir quando as faz evacuar. Sabendo que este problema das colonias é a causa dos atentados mais terriveis dos ultimos anos.

Luis Cirilo disse...

Obrigado pelas suas palavras (Freitas Pereira)acerca do blog.
É evidente que numa qustão tão sensivel como a do Médio Oriente,onde se cruzam tantos e tantos interesses,não é possivel dizer quem qalguém tem a razão todas porque...ninguém a tem.
Concordo inteiramente,já o tinha dito,que o povo palestiniano sendo o menos culpado é dos que mais tem sofrido em função desse conflito.
Sendo igualmente verdade que a criação do Estado de Israel empurrou milhares de palestinianos para o exilio nos paises vizinhos.
Penso que qualquer solução para a zona tem de passar pelo reconhecimento de Israel e da Palestina.
Como dois Estados separados.
Sem isso nada feito.
Mas para isso é também necessário que a superpotência(USA) e as potências regionais não façam de Israel/Palestina um tabuleiro de xadrez.

freitas pereira disse...

Sem duvida nenhuma, Luis Cirilo tem razao, Israel/Palestina nao devem continuar a ser o alavanco da estratégia politica dos USA e dos vizinhos de Israel. Alguns politicos de Israel jà reagiram no mesmo sentido no jornal "Haaretz", em Tel Aviv.Israel so tem a ganhar quando decidir de fazer a sua propria politica, isto é, aquela que convém para o futuro de Israel e nao aquela que pode servir ao parceiro do outro lado do Atlântico.
Estou mesmo convencido que o desastre relativo de Israel no Libano pode muito bem vir a ser a porta que se abre para a paz.