
Não tenho a menor dúvida que Portugal se vai apurar para o Mundial de 2026 embora tenha as maiores dúvidas sobre as suas reais possibilides de o ganhar.
Mas isso a seu tempo se verá.
Para já, e depois destes dois jogos com Irlanda e Hungria, confesso sentir algum incómodo perante o que vi nalguns aspectos exibicionais da nossa seleção.
É certo que os irlandeses apenas defenderam, passaram o jogo fechados na sua defensiva e deram a Diogo Costa uma noite tranquila mas é igualmente verdade que Portugal não encontrou soluções para contornar um adversário de valor claramente inferior e apenas um improvável golo de cabeça de Ruben Neves permitiu o triunfo depois de o guardião irlandês ter defendido um penalti de Ronaldo.
Com a Hungria, equipa bem melhor que a irlandesa, o incómodo aumentou.
Uma defesa permeável, muito em especial nos lances aéreos, um meio campo muito rotinado no passe para trás e para o lado, extremos que não iam à linha nem por decreto (Bernardo nem tentava e Pedro Neto fintava invariavelmente para trás e tentava o jogo interior) e um enorme apagão de jogadores de quem se esperava muito mais como foram os casos do citado Bernardo e de Bruno Fernandes.
É verdade que Portugal depois de estar a perder conseguiu dar a volta ao resultado com dois golos do "suspeito do costume" e podia ter fechado o jogo não fora dois grandes remates de Rúben Dias e Bruno Fernandes terem esbarrado no poste e uma cabeçada de Félix ter sido brilhantemente defendida pelo guardião húngaro.
Podia ter fechado...mas não fechou.
E depois, num velho karma nacional, viria a sofrer o empate nos instantes finais que não pondo nada em causa deve funcionar como alerta para Roberto Martinez e para os jogadores.
Há que jogar mais e jogar melhor.
E se não for com todos estes terá de ser com outros que substituam os que tem revelado menor rendimento. Felizmente há alternativas.
Embora para o centro da defesa, aquele sector que me parece mais frágil, apenas Ruben Dias está à altura dos grandes centrais do passado recente porque os restantes são apenas bons e longe, muito longe, de nomes lendários como Pepe e Ricardo Carvalho.
Mas é o que temos e é com o que temos que temos de saber jogar.
Uma palavra final para Ronaldo.
Se é que ainda há palavras para definir o melhor futebolista de todos os tempos.
Com mais dois golos tornou-se o melhor marcador de sempre em fases de apuramento para mundiais. Mais um recorde para aquele que é hoje uma verdadeira lenda viva do futebol.
Que quando se reformar deixará um vazio na seleção nacional impossível de preencher.
Afinal são 22 anos a jogar, marcar e resolver jogos por Portugal.
Depois Falamos.
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