domingo, novembro 20, 2022

Treinador

Em votação recente, cujos resultados foram divulgados na Gala do Vitória, os adeptos e associados vitorianos escolheram não só o "onze" do século como também aquele que na opinião maioritária dos milhares de votantes foi o treinador do século.
Rui Vitória.
Obviamente que escolher o "onze, posição a posição, tanto como escolher o treinador implica uma enorme carga de subjectividade desde logo oriunda da idade e do conhecimento que cada um tem do que foi e é o Vitória.
Obviamente que um associado com quarenta, cinquenta, sessenta anos de "casa" conheceu muito mais treinadores e jogadores do que um jovem de vinte anos ou alguém de idade indiferenciada que tenha menos anos de interesse efectivo pelo clube.
E isso explica o "onze" escolhido mas explicará também o treinador?
É possível que sim.
Não só porque Rui Vitória é um excelente treinador mas também porque com ele no comando o futebol vitoriano conquistou o troféu mais significativo do seu historial.
E isso está na memória grata de todos.
Dos mais jovens aos mais experientes.
Pessoalmente vi passar muitos treinadores pelo clube (o primeiro de que me lembro é o francês Jean Luciano), trabalhei mais ou menos de perto com alguns nas minhas passagens pela direcção, mas tenho muita dificuldade em escolher aquele que terá sido o treinador mais importante de sempre na História do Vitória.
Porque foram tantos e tão bons os que por cá vi passar ao longo de mais de cinquenta anos que afirmar peremptoriamente que este ou aquele merecem o titulo de melhor  é atrevimento a que nem os meus 50 anos de associado dão asas.
Não falando dos que não vi, como Alberto Augusto, Fernando Vaz ou José Valle, olho os que vi:
Foi Rui Vitória que ganhou a Taça?
Foi Geninho que ganhou a Supertaça?
Foram Jorge Vieira, Marinho Peres, Quinito e Manuel Cajuda os treinadores dos terceiros lugares?
Foi, outra vez, Manuel Cajuda que nos levou à Champions League?
Foi José Maria Pedroto com quem o clube iniciou uma autêntica revolução interna de modernização?
Foi Mário Wilson que saiu mal mas que fez grandes épocas e com quem jogamos grande futebol?
Foi Raymond Goethals, um treinador de primeiro plano na Europa, que do quase nada fez uma equipa que se aguentou na primeira liga?
Foi António Morais que em 1985/1986 lançou as bases da grande equipa do ano seguinte?
Foi Manuel Machado que fez um valioso trabalho na formação (e foi campeão nacional de juniores) e na primeira equipa cumpriu sempre o objectivo europeu?
Foram treinadores que aqui cumpriram etapas de um percurso de mérito que os levou à conquista de titulos e taças como Jorge Jesus e Sérgio Conceição?
Foram os "europeus" Augusto Inácio, Jaime Pacheco, Pedro Martins e Luís Castro que assinaram trabalhos de mérito?
Ou foi Augusto Barreira, que durante décadas na oficina da Amorosa ao fim de um dia de trabalho e sem condições aceitáveis ( à noite, sem iluminação compativel, ao frio e muitas vezes à chuva, com balneários pré históricos) , preparou sucessivas gerações de jovens muitos dos quais ascenderam à primeira equipa ?
Não sei.
Nem saberei nunca.
 Mas tenho por todos eles (e por outros também) o respeito e a consideração que merecem todos aqueles que serviram dignamente o Vitória, o ajudaram a afirmar-se no panorama desportivo e fazem parte desta História tão bonita e já centenária.
Depois Falamos.

P.S. E se calhar até me dava jeito dizer que foi Rui Vitória porque foi comigo á frente do departamento de futebol que no início da época 2012/2013 o Vitória lhe renovou contrato e sabemos bem o que se conquistou no final dessa época. 
Mas isso seria um inaceitável auto elogio, disfarçado de elogio ao treinador, e esse é caminho por onde não vou. 

2 comentários:

Cards disse...

Excelente escolha.
Rui Vitória é um excelente treinador.

luis cirilo disse...

Caro cards:
Foi a escolha maioritária dos sócios.
Excelente treinador e excelente pessoa. Esoero que um dia volte ao clube