terça-feira, dezembro 11, 2007

Maomé que os ature...





Leio no JN de hoje este artigo assinado por Manuel António Pina:


O Inter-Fenerbahçe (3-0) para a Liga dos Campeões ainda mexe. Agora na UEFA. Já na altura vários jornais turcos reclamaram que a UEFA devia tirar os pontos da vitória ao Inter porque os italianos usaram camisolas com a cruz de S. Jorge (que faz parte do símbolo de Milão), parecida com a dos cruzados templários. "Como o permitiu a UEFA?", escrevia, em editorial, o comentarista Mehmet Yilmaz; e "Os golos dos cruzados do Inter devem ser anulados!", clamava o jornal "Radikal". Agora, o advogado Baris Kaska, especialista em Direito Europeu, levou a guerra santa até à UEFA, exigindo que a vitória no jogo seja atribuída ao Fenerbahçe pois as camisolas do Inter exprimiam "a superioridade racista de uma religião". Ainda por cima, o segundo golo do Inter foi marcado aos 66 minutos por um muçulmano renegado, Ibrahimovic! A Inglaterra e o Barcelona, que também usam a cruz de S. Jorge, que se cuidem. E o Belenenses, que tem a cruz de Cristo nas camisolas. E a selecção nacional, que defrontará a Turquia no "Europeu" e em cujo emblema figuram a cruz e as quinas com as cinco batalhas que D. Afonso Henriques ganhou aos mouros (uma goleada de 5- 0!). As equipas muçulmanas, mesmo tendo, como o Fenerbahçe, brasileiros "atletas de Cristo" no plantel, podem não gostar.

Tenho neste blog,aqui e ali, manifestado as maiores reservas perante aquilo que considero o maior perigo para a civilização,tal e qual a entendemos,que é o fundamentalismo islâmico.

Esta simples amostra(uma camisola,bonita por sinal,que celebra o centenário do Inter de Milão),á volta de um simples jogo de futebol,demonstra bem ao nivel a que as coisas estão,não no Iraque,Afeganistão ou Irão mas sim na Turquia.

Á porta da Europa e de uma União Europeia de que quer fazer parte.

Deus,e não Alá, nos livre de semelhante companhia !

Depois Falamos

4 comentários:

Dri disse...

Li o seu post e so estou a comentar para lhe dizer que concordo. Que Ala, Deus ou Buda nos livre de ter como companhia a turquia. A turquia será um fonte de problemas para nos e para a UE mas vamos ver se essa entidade superior consegue escrever direito por linhas tortas.

Anónimo disse...

O problema é que a cultura e civilização ocidentais são demasiado permissivas com o radicalismo islâmico.

Tem a ver com a sociedade de consumo em que vivemos.
Os valores ocidentais são cada vez mais materiais e menos espirituais.
Como acontece o contrário na cultura islâmica, os seus valores e principalmente a sua intolerância vai ocupando o seu espaço...

freitas pereira disse...

Este “post” relata algo de incrível! Onde chegamos!

O amalgama da religião, do desporto e da política, assim como o problema da violência nos estádios de futebol, verificados em vários paises,em quase todos os continentes, pode ser atribuído a vários desmandos da sociedade, mas sem duvida, as notas mais insuportáveis são as que têm como origem, o racismo, a xenofobia, o nacionalismo e agora, cada vez mais frequente , o fundamentalismo religioso.

Uma característica comum a estes excessos talvez fosse o obscurantismo e a falta de civismo, mesmo em certos países desenvolvidos. O drama de Hassel na Bélgica, é um exemplo perfeito.

O comentário precedente de Manuel, chama a atenção para o materialismo dos países ocidentais e o integrismo do Islão, que se opõem violentamente em varias partes do mundo.

Claro que o materialismo não é apanágio da sociedade ocidental ; as monarquias do próximo e médio-oriente não se privam de o demonstrar duma maneira quase obscena. Ir fazer shopping a Nova Iorque em Boeing 747 privado e regressar com quatro ou cinco carros de luxo no ventre do aparelho , é revoltante , quando se conhece o ventre vazio de milhares de refugiados do povo da Palestina nos países vizinhos e a miséria doutros países muçulmanos.

Mas também é verdade que o mundo actual tem facetas incompreensíveis para muitos por esse mundo fora. Neste começo do novo milenário, pode-se , portanto, pôr a questão de saber se a civilização se encontra em plena mutação... ou em vias de perdição!

Esta interrogação é também um convite a observar as mudanças rápidas e qualitativas que afectam o planeta. Devemos por isso estar atentos ao fosso que se alarga entre as sociedades onde as mudanças são iniciadas , integradas, utilizadas como trampolins para atingir níveis mais elevados, e as sociedades onde as mesmas mudanças impõem uma dependência e uma desordem semântica crescente.

Por isso Manuel tem razão : nesta perspectiva, a civilização universal significaria o triunfo cultural do modo de vida tecnológico standard. E é isso que está em causa entre eles e nos ! E que eles rejeitam.

Quando opomos o Ocidente e o Oriente, o que fizemos durante séculos e séculos, pomos o acento sobre as diferenças fundamentais entre os dois modos de vida, duas concepções do estatuto filosófico e jurídico do ser humano.

Ninguém pode negar estas diferenças , sobretudo desde que o modelo islâmico se opôs ao modelo ocidental da democracia.

Acho que há muito tempo que esta oposição desastrosa entre duas culturas, duas civilizações, que têm as mesmas referências supremas, são geridas por uma forma de ignorância generalizada.

As duas sociedades divergem. Porquê ?

A Europa teve o privilégio histórico de ter sido o primeiro e único espaço, entre as sociedades humanas onde houve um confronto longo, decisivo e sangrento entre dois modelos: a religião como autoridade espiritual que legitima o Estado encarregado de governar e a política que procura a sua legitimidade exclusivamente na soberania popular .(Com mais ou menos demagogia , mas isto seria um outro tema!)
Assim, é a Modernidade que se opõe à Tradição, com todas as suas consequências, para bem ou para mal, como a teologia se opõe à filosofia, a religião ao secular, o sagrado ao profano, a espiritualidade ao materialismo... E aqui voltamos de novo ao materialismo...

O que é grave é que os muçulmanos contemporâneos rejeitam a ocidentalização antes mesmo de proceder a um exame critico do modelo islâmico ele mesmo.
Muitos islâmicos não têm acesso a um ensino pluralista, em varias línguas ocidentais.
Não haverá portanto nenhuma “chance” de confrontos culturais férteis; ao contrario, os choques culturais continuarão se não houver uma reforma profunda da sociedade.

Aqui, alguns, argumentam que é precisamente por essa razão que a Turquia deve integrar a Europa, para se “ocidentalizar”. Reformando a sua religião ?
Quando observamos a rapidez com a qual a religião ortodoxa recuperou a sua influência inicial na velha Rússia, após a queda do comunismo, podemos duvidar.

A reacção da imprensa Turca , com uma nota nitidamente religiosa, e a trágica violência explicita e manifesta no terrorismo internacional, é uma violência estrutural que afecta as sociedades frágeis , entre as quais as quais vários países muçulmanos .

O que é ainda mais grave é que a visão islâmica tomou o lugar do militantismo nacionalista, e que as religiões continuarão a ser pervertidas nos sistemas ideológicos destinados a ganhar mais poder.
Todos estes mecanismos são activados pelo sistema poderosíssimo dos media mundiais, que reforçam por toda a parte a violência cultural em vez de favorecer a responsabilidade intelectual, como o demonstra o jornal Turco.
E digo por toda a parte, porque os acessos de febre racistas dos estádios italianos e não só, demonstram que também as democracias ocidentais, que fundam tantas esperanças nas emancipações irreversíveis, revelam uma fraqueza consternante na sua imaginação política, que não consegue extirpar esta violência colectiva.








Este “post” relata algo de incrível! Onde chegamos!

O amalgama da religião, do desporto e da política, assim como o problema da violência nos estádios de futebol, verificados em vários paises,em quase todos os continentes, pode ser atribuído a vários desmandos da sociedade, mas sem duvida, as notas mais insuportáveis são as que têm como origem, o racismo, a xenofobia, o nacionalismo e agora, cada vez mais frequente , o fundamentalismo religioso.

Uma característica comum a estes excessos talvez fosse o obscurantismo e a falta de civismo, mesmo em certos países desenvolvidos. O drama de Hassel na Bélgica, é um exemplo perfeito.

O comentário precedente de Manuel, chama a atenção para o materialismo dos países ocidentais e o integrismo do Islão, que se opõem violentamente em varias partes do mundo.

Claro que o materialismo não é apanágio da sociedade ocidental ; as monarquias do próximo e médio-oriente não se privam de o demonstrar duma maneira quase obscena. Ir fazer shopping a Nova Iorque em Boeing 747 privado e regressar com quatro ou cinco carros de luxo no ventre do aparelho , é revoltante , quando se conhece o ventre vazio de milhares de refugiados do povo da Palestina nos países vizinhos e a miséria doutros países muçulmanos.

Mas também é verdade que o mundo actual tem facetas incompreensíveis para muitos por esse mundo fora. Neste começo do novo milenário, pode-se , portanto, pôr a questão de saber se a civilização se encontra em plena mutação... ou em vias de perdição!

Esta interrogação é também um convite a observar as mudanças rápidas e qualitativas que afectam o planeta. Devemos por isso estar atentos ao fosso que se alarga entre as sociedades onde as mudanças são iniciadas , integradas, utilizadas como trampolins para atingir níveis mais elevados, e as sociedades onde as mesmas mudanças impõem uma dependência e uma desordem semântica crescente.

Por isso Manuel tem razão : nesta perspectiva, a civilização universal significaria o triunfo cultural do modo de vida tecnológico standard. E é isso que está em causa entre eles e nos ! E que eles rejeitam.

Quando opomos o Ocidente e o Oriente, o que fizemos durante séculos e séculos, pomos o acento sobre as diferenças fundamentais entre os dois modos de vida, duas concepções do estatuto filosófico e jurídico do ser humano.

Ninguém pode negar estas diferenças , sobretudo desde que o modelo islâmico se opôs ao modelo ocidental da democracia.

Acho que há muito tempo que esta oposição desastrosa entre duas culturas, duas civilizações, que têm as mesmas referências supremas, são geridas por uma forma de ignorância generalizada.

As duas sociedades divergem. Porquê ?

A Europa teve o privilégio histórico de ter sido o primeiro e único espaço, entre as sociedades humanas onde houve um confronto longo, decisivo e sangrento entre dois modelos: a religião como autoridade espiritual que legitima o Estado encarregado de governar e a política que procura a sua legitimidade exclusivamente na soberania popular .(Com mais ou menos demagogia , mas isto seria um outro tema!)
Assim, é a Modernidade que se opõe à Tradição, com todas as suas consequências, para bem ou para mal, como a teologia se opõe à filosofia, a religião ao secular, o sagrado ao profano, a espiritualidade ao materialismo... E aqui voltamos de novo ao materialismo...

O que é grave é que os muçulmanos contemporâneos rejeitam a ocidentalização antes mesmo de proceder a um exame critico do modelo islâmico ele mesmo.
Muitos islâmicos não têm acesso a um ensino pluralista, em varias línguas ocidentais.
Não haverá portanto nenhuma “chance” de confrontos culturais férteis; ao contrario, os choques culturais continuarão se não houver uma reforma profunda da sociedade.

Aqui, alguns, argumentam que é precisamente por essa razão que a Turquia deve integrar a Europa, para se “ocidentalizar”. Reformando a sua religião ?
Quando observamos a rapidez com a qual a religião ortodoxa recuperou a sua influência inicial na velha Rússia, após a queda do comunismo, podemos duvidar.

A reacção da imprensa Turca , com uma nota nitidamente religiosa, e a trágica violência explicita e manifesta no terrorismo internacional, é uma violência estrutural que afecta as sociedades frágeis , entre as quais as quais vários países muçulmanos .

O que é ainda mais grave é que a visão islâmica tomou o lugar do militantismo nacionalista, e que as religiões continuarão a ser pervertidas nos sistemas ideológicos destinados a ganhar mais poder.
Todos estes mecanismos são activados pelo sistema poderosíssimo dos media mundiais, que reforçam por toda a parte a violência cultural em vez de favorecer a responsabilidade intelectual, como o demonstra o jornal Turco.
E digo por toda a parte, porque os acessos de febre racistas dos estádios italianos e não só, demonstram que também as democracias ocidentais, que fundam tantas esperanças nas emancipações irreversíveis, revelam uma fraqueza consternante na sua imaginação política, que não consegue extirpar esta violência colectiva.

freitas pereira disse...
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