segunda-feira, dezembro 03, 2007

Futebol e Televisão


Não tenho nenhuma dúvida que a televisão deu dimensão planetária ao futebol,modalidade que até ao advento desse meio de comunicação estava confinada á Europa e Améria do Sul.
Não tenho,também,nenhuma duvida que no caso português a televisão está a matar o futebol.
De forma lenta mas irreversivel.
Com a ajuda evidente da falta de transparência,verdade desportiva,"apitos dourados" e quejandos.
E por um conjunto de razões fáceis de enumerar:
Desde logo porque o excesso de trasnmissoes da Bwin Liga afasta gente da maioria dos estádios,mostra-lhes jogos que na sua maioria não estimulam ninguém a aos estádios voltar e,pior,mostra-lhes jogos doutros paises impossiveis de serem vistos cá em termos de qualidade,de desempenho dos jogadores e verdade arbitral.
Falo de Inglaterra (onde os árbitros são um espectáculo dentro do espectáculo),de Espanha ou de Itália.
Paises onde o futebol também tem problemas conhecidos,é certo,mas onde os estádios estão cheios.
Em Portugal é o que se vê.
Com excepção da Luz,Dragão,Alvalade e D.Afonso Henriques,a realidade é confrangedora.
Jogos com 6oo pessoas em Leiria (normal para aquele estádio),com mil ou duas mil,mas sempre muito abaixo das 10.000 ,nos outros excepto em dias muito especiais.
Chega-se ao ponto de num jogo da taça Uefa entre o Braga e o Bayern de Munique,uma das melhores equipas da Europa,estarem apenas 8.000 espectadores.
Muito menos do que em qualquer jogo do Vitória na II Liga na época passada !
Ao contrário do que acontece noutros paises que tem os jogos concentrados no sábado e domingo em horários decentes,por cá num campeonatozito de apenas dezasseis equipas temos quatro dias(as vezes 5) para disputar uma jornada.
Começa á sexta e acaba á segunda á noite.
Com horários idiotas ,nalguns casos, naquilo que constitui uma autêntica ditadura da televisão sobre o futebol.
Em dias de trabalho normais como o são segundas e sexta feirtas realizar jogos as 19.45 h é pedir ás pessoas para não irem aos estádios.
Bem como aos domingos á noite.
Quando num pequeno campeonaro como o nosso bastariam as tardes/noites de sabado e as tardes de domingo para realizar a jornada.
Dando menos jogos mas criando outros hábitos de frequência nos estádios.
Dou um exemplo: O Vitória é reconhecidamente das equipas que tem mais espectadores nos jogos em casa e dos que leva mais adeptos fora.
A semana passada jogou no Bessa na segunda feira ás 19.45 h e hoje,em Guimarães,defronta a Académica á mesma hora.
Bela forma encontrou quem manda de desmotivar os vitorianos de irem ao futebol.
Não vão conseguir,mas lá que andam a tentar...
Um destes dias a televisão vai-se afastar do futebol.
Por moda,por falta de interesse,por shares a diminuirem,por qualquer outra razão.
Nesse dia,em Portugal,se os dirigentes não tiverem atalhado caminho,o futebol vai ficar sem receitas da televisão e sem espectadores no estádio.
Ou seja,vai voltar para o tempo de andar com as balizas ás costas.
Depois Falamos

2 comentários:

Marta Rocha disse...

De facto neste grande derby ;) que foi o Vitória-Académica, o estádio D. Afonso Henriques estava "à pinha" e isso sem dúvida nenhuma que contribui muito para o espectáculo que é o futebol. Fiquei verdadeiramente impressionada com a adesão dos vimaranenses, apesar de ser 2ª feira e o clima não ser convidativo. Um exemplo a seguir!

Anónimo disse...

Caro Luis Cirilo
Já há algum tempo que não vinha cá, e só agora percebi que são aceites comentários não registados, o que é excelente porque assim já posso mandar alguns palpites.

Esta questão da televisão e do futebol é uma faca de dois gumes.

Na realidade os clubes dependem das receitas da televisão e esta só paga se transmitir jogos.

E para transmitir jogos, há que diversificar horários.
Os horários são fracos?
São os que a nossa cultura e situação económica obrigam.
Senão vejamos:

1- Jogos à segunda feira às 19h45. Por um lado é realmente muito cedo, mas provavelmente se fosse mais tarde, ainda iria menos gente, dadas as dificuldades de mobilidade.

2- Em Inglaterra joga-se ao sábado à 1 ou 2 da tarde. Tenho quase a certeza que este horário em Portugal seria o suicídio definitivo.

Eu sou dos que acha que os problemas com as assistências não dependem directamente da televisão, mas sim das solicitações cada vez mais diversificadas que todos temos para utilizar os tempos livres.

E atenção que em rigor nem se pode dizer que as assistências tenham reduzido, porque nos últimos anos têm aumentado, conforme os números o mostram.

Média da 1ª Liga em 99-2000 foi de 8637 espectadores

Média da 1ª liga em 2000-1 foi de 7382 espectadores

e nos últimos 3 anos estabilizou num valor próximo de 11.000 espectadores por jogo.

Sendo certo que as assistências dos "grandes" têm influência decisiva nas médias, penso que não se pode falar em catástrofe.

E atenção que há 8 anos não havia tantas transmissões como hoje em dia.

Abraços

Manuel