segunda-feira, dezembro 07, 2020

Monotonia Quebrada

Sempre gostei de Fórmula Um mas reconheço que nos útimos anos me tenho afastado progressivamente da modalidade por razões diversas e que vão da falta de competitividade ao migrar das transmissões para a Eleven de que não sou assinante.
Passada a era dos grandes pilotos e das grande pilotagens, aquela em que o facto humano fazia a diferença decisiva, os carros actuais são tão tecnologicamente avançados que a importância dos pilotos é cada vez menor ao mesmoo tempo em que se constata que os grandes talentos que fizeram da modalidade uma lenda a nível mundial vão escasseando ou já nem existem com o nível de outrora.
Começei a ver F1, na RTP, nos anos 70 quando os grandes pilotos se chamavam Jackie Stewart, Emerson Fittipaldi, Ronnie Petersen, François Cevert, Dennis Hulme, Clay Regazzoni, , Graham Hill e alguns mais.
Depois vieram Gilles Villeneuve, Nikki Lauda, James Hunt, Jody Scheckter, Mário Andretti, Alan Jones, Carlos Reutmann, René Arnoux e todas as grandes corridas e grandes duelos que ainda hoje recordo desse tempo em que a coragem também era um factor decisivo face ao que (não) era a segurança das pistas.
E depois, bem depois, vieram os "anos de ouro".
Em que se manteve Nikki Lauda e apareceram Alain Prost, Nélson Piquet, Niggel Mansell, Damon Hill, Gerhard Berger e aquele que para mim foi o melhor de sempre Ayrton Senna da Silva.
Rivalidades lendárias, corridas emocionantes, títulos discutidos até à última volta da última prova e uma massificação televisiva que levou a F1 aos quatro cantos do globo e estabeleeu em torno dela uma legião de incontáveis milhões de seguidores.
A morte de Senna arrefeceu para muitos, incluindo-me nesse lote, algum do interesse pelas corridas mas o painel dos que continuarm e o aparecimento do enorme talento de Michael Schumaker deram um novo alento e permitiram que a modalidade continuasse em expansão pese embora nesse tempo o alemão e a Ferrari dessem sinal de uma hegemonia que tirava alguma competitividade às corridas com seis títulos consecutivos do piloto e outros seis da marca.
Com a retirada deste o campeonato "democratizou-se" mas também perdeu o último dos grandes super talentos e isso, a par da tal evolução tecnológica, foi retirando algum carisma à competição pese embora terem aparecido alguns pilotos que davam provas de um talento apreciável como foram os casos de Fernando Alonso, Kimi Raikkonen, Felipe Massa, Jenson Button (campeão com a Brawn equipa que só durou uma temporada!!!) , Rubens Barrichello e mais um ou outro.
E veio a monotonia.
Sebastien Vettel no Red Bull/ Renault vence quatro títulos consecutivos acompanhados de idêntico número para a marca e depois aparece o fenómeno Mercedes (que já estivera no título da Brawn) ganhando os sete últimos campeonatos de construtores e de pilotos (seis com Lewis Hamilton e um com Nico Rosberg) com um carro tão melhor que a concorrência que nesta última prova o terceiro piloto-George Russel- chamado a substituir Lewis Hamilton e disputando o seu primeiro GP da temporada conseguiu o segundo lugar da grelha e provavelmente só não venceu porque a Mercedes cometeu erros invulgares na troca de pneus e porque um furo nas últimas voltas o afastou dos primeiros lugares depois de ter liderado boa parte da corrida.
E foi assim que fruto de várias circunstâncias imprevistas, a começar pela quarentena de Hamilton, se quebrou a monotonia e o mexicano Sérgio Perez um dos melhores e mais consistentes pilotos das últimas décadas conseguiu aquela que foi apenas a sua primeira vitória na Fórmula Um.
Espera-se que na próxima época , e sabendo-se que Lewis Hamilton continuará a ser o grande favorito do campeonato (ele que a par de Michael Schumacher é recordista de títulos) , a monotonia desapareça e os jovens talentos como Charles Leclerc, George Russell (seria uma pena continuar como terceiro piloto), Mike Schumacher (esse mesmo, fiho do grande campeão), Valleri Bottas, Max Vestappen, Carlos Sainz e um renascido Sebatien Vettel transferido para a Aston Martin, entre outros, possam reanimar o campeonato em termos de competitividade e emoção em todas as corridas.
Depois Falamos.

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