Nesta altura do ano, em que se prepara a transição para um novo ano, é
comum expressarem-se alguns desejos para o tempo que está para vir nas mais
diversas áreas não fugindo o desporto a essa regra.
E por isso aqui deixarei alguns dos meus votos para 2018, em qualquer
preocupação de ser exaustivo, procurando abarcar três realidades sobre as
quais tenho escrito neste espaço ao longo dos tempos.
Mais propriamente sobre o Vitória, a selecção nacional e o futebol
português em geral.
Ninguém levará a mal que comece pelo meu clube.
O Vitória, entidade única no nosso desporto pela forte ligação
umbilical à sua região na qual conta com um apoio esmagador dos adeptos, tem um
potencial de crescimento e conquista que raramente tem sido exponenciado em
resultados e menos ainda em troféus.
Desde os remotos anos 60 em que pela primeira vez se apurou para as
competições europeias (a então denominada Taça da Cidades com Feira)e também
pela primeira vez “cheirou” o titulo de campeão nacional ( em 1967/1968 ficou
em terceiro lugar a três pontos do campeão) que o clube vem ameaçando
conquistar muito mais do que aquilo que na realidade tem conquistado e
afirmar-se no panorama nacional e internacional de forma mais consistente.
É certo que tem quatro terceiros lugares no campeonato, que disputou
sete finais da taça de Portugal (mas apenas ganhou uma) e teve duas ou três
participações europeias interessantes mas isso é pouco,muito pouco, para a
dimensão do clube e para a excelência da sua massa adepta.
A regra tem sido, desde sempre, anos bons intercalados com anos maus e
equipas construidas e destruídas ao sabor de negócios quase sempre pouco
agradáveis para o clube e que tem impedido que nestas décadas desde os anos 60 (com
excepção dos anos 90 que foi o seu melhor período em termos de consistência) o
Vitória tenha tido uma presença regular e proveitosa na conquista de troféus e
até do titulo que por mais que uma vez voltou a estar ao seu alcance.
E por isso desejo que 2018 seja um ponto de partida para um Vitória
mais forte, mais consistente, mais regular nas conquistas e capaz de
corresponder ao apoio dos seus adeptos que ,esse sim, é já e de há muito ao
nível dos verdadeiros campeões.
Para isso ser possível há muita coisa para mudar e como já se perdeu
demasiado tempo...mãos à obra.
Porque quando o “gigante adormecido” acordar definitivamente todas as
ambições serão possíveis incluindo a conquista de títulos nacionais,
participações europeias de relevo, mais taças de Portugal para o Museu do
clube.
Em termos de selecção nacional o nosso país tem boas razões para estar
contente.
Desde 2000 que Portugal se tem apurado para todas as fases finais de
Europeus e Mundiais, tem obtido nalguns casos classificações relevantes e é o
actual campeão europeu em título o que para um país com a base de recrutamento
do nosso tem de se considerar verdadeiramente excepcional.
Para isso tem contribuído, para lá do valor dos jogadores e técnicos,
o trabalho de excepcional qualidade que se vem fazendo na FPF desde que
Fernando Gomes assumiu a presidência e que permite que ao nível de selecções
Portugal esteja no primeiro mundo do futebol
e seja o actual terceiro classificado no ranking mundial,
desportivamente falando, mas também em termos de organização,planeamento,
marketing e outras áreas seja uma federação de excelência reconhecida em todos
os aeropagos do futebol.
Por isso, e tendo presentes as dificuldades e a valia dos adversários,
o meu desejo para 2018 é que no Mundial da Rússia a selecção nacional fiel à
sua estratégia de jogar para os resultados e não para as exibições se vá
deixando ficar por lá até ao último dia da competição e nesse dia ganhe o
último jogo.
Eu sei que é pedir muito mas ...porque não?
Finalmente quanto ao futebol português o meu desejo é muito simples.
Que LPFP, APAF, Benfica,Porto e Sporting ganhem vergonha, tenham
juízo e deixem de contribuir todos os
dias para o descrédito do nosso futebol.
Não me parece que seja pedir muito embora saiba que do desejo à
realidade vai um mundo de distância.
P.S. Aproveito para desejar um Feliz 2018 a todos os leitores.
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