quinta-feira, agosto 18, 2016

Hino do Vitória: Trinta Anos

Há datas que merecem ser lembradas.
Mais ou menos há 30 anos, no longínquo Agosto de 1986, colaborava na extinta Rádio Guimarães com um conjunto de amigos e amigas que deram ás rádios locais e à comunidade vimaranense um conjunto de pessoas que se tem destacado em diversas áreas ao longo destas três décadas decorridas.
Era então responsável pela secção desportiva com a "pesada" responsabilidade de relatar os jogos do Vitória em parceria com o Francisco Tadeu e com suporte técnico do Dino Freitas e do José Ferreira.
Tínhamos-nos estreado semanas antes, num Vitória-Atlético de Bilbau que servira de apresentação aos sócios (derrota do Vitória por 1-4), as coisas não tinham corrido mal e a direcção da rádio decidiu apostar no relato de todos os jogo em casa e fora o que constituiu um desafio tão difícil quanto aliciante.
Quis o destino que o primeiro jogo do campeonato fosse em Braga, triunfo por 1-0 do Vitória (como era normal nesses tempos) o jogo a seguir em casa com o Porto foi em Fafe (2-2), deslocamo-nos de seguida à Póvoa (0-0)e na quarta jornada recebemos o Marítimo.
E foi aí que começou esta bela história que por estes dias faz trinta anos.
Ao sairmos dos estúdios da Rádio Guimarães  (na urbanização da Sra da Conceição) para nos dirigirmos ao estádio (que fica trezentos metros abaixo) afim de fazermos o relato do jogo o Dino Freitas veio ter comigo e com o Tadeu, entregou-nos uma cassete e disse que tinha feito um hino para o Vitória e que tentássemos pô-lo a tocar na instalação sonora do estádio.
Nesse tempo os relatos eram feitos da cabine sonora da "Comissão de Fundos para um Vitória Maior" (eu sei que para alguns isto deve parecer...chinês) onde passavam também a publicidade e liam a constituição das equipas.
Lá chegados, e enquanto o José Ferreira montava a aparelhagem, eu e o Tadeu fomos falar com o senhor Custódio Garcia que era o responsável pela cabine de som (grande e saudoso Amigo e extraordinário vitoriano) e pedimos-lhe para no intervalo do jogo por a tocar a cassete com o hino.
Se bem me lembro ele achou piada, ouviu-o   num leitor de cassetes onde tinham os spots publicitários e gostou , dando  o seu ok para a transmissão do mesmo pela instalação sonora do estádio.
Foi um sucesso imediato.
E nestes trinta anos decorridos o "Hino do Vitória", também conhecido pelo "hino do Dino" para o diferenciar de outros que foram aparecendo mas sem sucesso minimamente comparável,,tem estado presente em todos os grandes momentos do clube e constitui um enorme factor de união entre os vitorianos e de motivação dos adeptos antes do início de cada jogo.
Foi há trinta anos.
Mas parece que foi ontem...
Depois Falamos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Há 30 anos comecei a ver todos os jogos do Vitória no Municipal de Guimarães, nesse ano glorioso de '86. A minha ligação com esta música é das coisas mais fortes do que é ser Vitória. Se calhar porque me recorda precisamente desses bons tempos de '86. De resto, tempos incomparáveis. O Vitória não é o que era. Que perdure a música pelo menos.

Saganowski disse...

O "Hino do Dino" marca o início do "nascer do monstro" em que se tornou o Vitória nos anos seguintes!
Revejo-me em tudo o que foi escrito aqui, desde o velho municipal, os jogos sempre ao Domingo à tarde, o espanto de ouvir os relatos radiofónicos do Vitória feitos por gente de Guimarães, a cabine da Comissão de Fundos Para Um Vitória Maior, mesmo por cima da entrada dos jogadores (sim, anteriormente os jogadores entravam por baixo da actual bancada nascente!), o saudoso Sr. Garcia, o "Hino do Dino" tocado incessantemente no estádio e cantado por todo o lado na cidade e por todos quantos gostavam do Vitória!

Que saudades desse tempo, desse espírito que se viveu nessas épicas épocas, em que um clube de uma pequena cidade se fez grande e bateu o pé a alguns colossos europeus da altura!

Antigamente, o que era nosso é que era bom...O "Hino do Dino" devia ser o nosso hino oficial (a antiga versão de 86, não o das versões seguintes...), e devia ter o respeito que merece!

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
Este hino está realmente ligado aos melhores momentos do nosso clube.
Há trinta anos que o ouvimos no estádio com excepção de um curto espaço em que o sectarismo dos que então dirigiam o clube impediu que ele fosse tocado porque o autor tinha apoiado outra candidatura numas eleições para os orgãos sociais.
Caro Saganowski:
Concordo contigo. Em tudo que escreveste e particularmente no facto de o hino já há muito que devia ter sido oficializado como hino do clube.
É um dos tais casos em que o sentimento popular e o fervor associativo substituem as formalidades