quinta-feira, julho 07, 2016

O "Ovo de Colombo"

Nos três jogos da fase de grupos não saiu do banco para jogar um minuto que fosse.
Por incrível que pareça é verdade.
Foram, se calhar não por acaso, os jogos em que Portugal esteve pior neste Europeu não conseguindo vencer nenhum deles (pese embora serem os adversários menos fortes que encontrou) e demonstrando preocupantes falhas na coordenação defensiva e na ligação defesa-ataque.
Foi pela primeira vez titular face à Croácia e Portugal melhorou de imediato a sua prestação global conseguindo superiorizar-se à melhor equipa que encontrou até agora muito por força da forma como na "batalha" de meio campo soube anular a influência de Modric e Rakitic os mais categorizados jogadores croatas.
Essa melhoria tem um nome: Adrien Silva!
Que perante a Polónia voltou a rubricar categórica exibição e ontem, face a um País de Gales desfalcado de Ramsey, meteu no bolso Allen que era a única esperança galesa (para lá das arrancadas e remates de Bale) de construir jogadas ofensivas com um mínimo de consistência.
Adrien não se destaca a rematar,embora remate,nem a fintar, embora finte, nem a fazer passes espectaculares,embora os faça.
Adrien não dá nas vistas, não se dá por ele, trabalha apenas e só para a equipa mas é na minha opinião o jogador mais decisivo desta selecção de Portugal naquilo que é essencial num centro campista moderno.
Dá consistência ao meio campo, ajuda nos movimentos defensivos, está no inicio de muitas saídas para o ataque, marca excelentemente os melhores médios adversários e dá uma brutal solidez táctica à equipa.
Deste Europeu recordaremos todos os golos de Ronaldo e Nani, a revelação de Renato Sanches, as exibições impecáveis de Pepe e Fonte, as arrancadas de Raphael Guerreiro (a caminho de se sagrar o melhor lateral esquerdo da prova), a segurança de Rui Patrício ,os momentos mágicos de Quaresma.
Mas em boa verdade o sucesso de chegar à final, e eventualmente a ganhar como todos desejamos, não teria sido possível sem a "assinatura" de Adrien.
Foi ele o "ovo de Colombo" que Fernando Santos (aí dou-lhe todo o mérito) descobriu para transformar uma equipa insegura e nervosa num conjunto personalizado e crente em si próprio que vai a Paris jogar olhos nos olhos com quem o "diabo escolher" e disputar o titulo de campeão da Europa.
Depois Falamos.

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