segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Primárias ?


Uma coisa que nos identifica enquanto portugueses é o curioso paradoxo de toda a gente exigir reformas em tudo desde que essas reformas não lhes toquem directamente em nada.
Porque aí já “ninguém” quer reformar.
Já aqui referi anteriormente o exemplo das reformas administrativas em estudo (vulgo” livro verde”) ,que visam a redução do número de freguesias, mas que toda gente achando boa ideia não quer ver implementadas nos seus “quintalinhos”.
Como por azar, a vários níveis, é uma imposição da troika ela vai ter de se fazer custe o que custar a quem quer que custe.
Esperemos que ao menos seja bem feita…
Novo exemplo se passa agora com a reforma estatutária em curso no PSD.
Que quer implementar as “primárias” na escolha de candidatos á autarquias e ao Parlamento aumentando a participação dos militantes na decisões e diminuindo o poder dos órgãos intermédios.
Se há discurso que agrade a qualquer candidato a dirigente é o de dar poder ás bases, aumentar o seu poder decisão, democratizar o partido.
Se há prática que desagrada profundamente a qualquer dirigente é precisamente a de implementar as ideias que defendia nessa matéria quando era apenas candidato a dirigente!
Claro que há excepções.
Não muitas mas há.
E é precisamente para realçar uma delas que escrevo estas linhas.
Fiquei satisfeito por ver a distrital de Braga defender esta reforma.
Ao contrário da “feroz” oposição a ela demonstrada pelas distritais de Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro, Vila Real, etc.
Porque acredito convictamente que as “primárias” hoje (como as tão temidas “directas” ontem) vão contribuir para um aprofundamento da democraticidade interna e serão estimulo à participação dos militantes(e tão arredados eles andam…)na vida do partido.
Ninguém deve ter medo da democraticidade, da concorrência, do confronto de ideias.
Isso pode até dividir, numa primeira fase, mas contribui para o fortalecimento da instituição PSD, das candidaturas e dos candidatos.
Porque não há maior legitimidade do que aquela que advém do voto.
Acho que a distrital de Braga tem razão.
E fico contente por assim ser.
Depois Falamos

4 comentários:

Luis Melo disse...

Caro Luís,

Estou de acordo, e sobre o mesmo tema escrevi o seguinte post: Estatutos PSD: “One small step for man, one giant leap for mankind”

Anónimo disse...

É como a extinçao do cargo de governador Civil.......

acho que isso basta para entender

Rui Miguel Ribeiro disse...

Já não há ideias miraculosas: os sindicatos do voto vão provavelmente funcionar e o líder do partido vai arranjar factores mitigantes e excepções para não perer o controlo do grupo parlamentar. SE isto for para a frente, o que não é líquido, as CPC's terão controlo total na escolha dos candidatos camarários, o que sendo em princípio bom, poderá ser catastrófico na prática.

luis cirilo disse...

CAro Luis:
Haja sensatez. Mas desconfio...
CAro Anonimo:
Entendet o que? Acabar com os governos civis foi um erro de palmatória.
Caro Rui Miguel:
Aguardemos,sentados,para ver no que isto dá.