Por vezes os nossos responsáveis políticos sabem dar bons sinais de compreensão da crise e da sua capacidade em conjugarem esforços para dela saírem.
Nisso se insere a proposta de António José Seguro para alterações ao Orçamento de Estado e a abertura manifestada por Miguel Relvas para o governo aceitar essas propostas desde que bem fundamentadas e exequíveis sem porem em risco o rigor orçamental.
Independentemente do resultado final desta negociação creio ser um bom sinal.
Ao país que vê governo e maior partido da oposição a cooperarem numa matéria fundamental e à Europa que assim constatará que o sentido de responsabilidade dos três maiores partidos nacionais os torna capazes de entendimentos próprios dos tempos de excepção que infelizmente vivemos.
É ainda importante este entendimento noutra lógica.
A de reforçar a liderança de AJS no PS face aos radicais do seu partido (muitos deles com pesadissimas responsabilidades no estado a que isto chegou!) que defendem o "quanto pior melhor" e o voto contra o O.E.
Com a elementar preocupação de destes entendimentos não resultarem vencidos tenho como certo que só haverá um vencedor.
O único que importa.
Portugal.
Depois Falamos
terça-feira, novembro 08, 2011
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2 comentários:
Nem tudo é o que parece, a meu ver. AJS tem-se-me afigurado como alguém sem convicção nem capacidade política para liderar a oposição. Será para "queimar" cartuchos por parte do PS? Em todo o caso tem assumido posições pouco condicentes com a posição que o próprio PS assumiu quando ainda era governo. Esta questão do subsídio e todos pagarem um pouco é, para mim,no mínimo, pouco abonatória da sua capacidade de raciocínio. Será que pretende mais um imposto? Mas se o acordado com a "Troka" foi a redução da despesa, não se pode confundir IRS com despesa pública. Se abordar a questão pelo lado dos reformados da SS, ainda condescendo, já que estes descontaram a vida toda para a sua reforma e não são pagos pelos impostos dos contribuintes, mas pelos fundos de reserva para que descontaram bem como as respectivas empresas. Convém não confundir as coisas, a não ser que o objectivo seja manipular as mentes.
Caro José Ferreira Alves:
São questões pertinentes as que coloca.
Nomeadamente sobre os reformados que não tem nada a ver com reduções de despesa pública.
Creio que AJS faz um delicado exercicio de equilibrio em tres vertentes.
Uma sendo líder do partido que governou mal estes seis anos e nos mergulhou na crise e que não pode abstrair-se dessa responsabilidade.
Outra enquanto subscritor(o PS) dos acordos com a troika e que não lhe deixam grande margem de manobra.
Outra ainda perante o desafio de ser oposição e simultãneamente construir as necessárias pontes com o governo.
Tarefa ciclópica.
E para a qual,em boa verdade,ainda não sabemos se está à altura.
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