quinta-feira, novembro 17, 2011

Um Exemplo




Num tempo em que as finanças dos clubes atravessam os problemas de todos conhecidos, mas nem por todos levados a sério, discutem-se as medidas necessárias à redução das despesas dos clubes de molde a fazerem face á crise que a todos toca.
É opinião consensual, pelo menos em quem analisa estas questões sem particular interesse nelas,que um dos caminhos passa por uma aposta consequente na formação dentro da lógica de formador/utilizador/vendedor que permitirá aos clubes reduzirem o custo dos planteis e simultâneamente fazerem bons encaixes nas transferências.
Claro que se põe a questão de saber se uma aposta forte na formação não irá enfraquecer a qualidade das equipas e diminuir a sua competitividade interna e externa.
É mais fácil(embora muito mais oneroso)comprar "produto acabado" do que fazê-lo num percurso que demora anos.
A nível dos chamados "grandes" clubes não sei nem me interessa.
Ao nível de clubes de média dimensão,como o Vitória,mas com pretensões a um crescimento sustentado creio que é uma excelente opção a aposta nos jovens formados em "casa".
E o grande exemplo disso, em termos europeus,é o Atlético de Bilbau.
Que há mais de 100 anos só joga com atletas bascos a esmagadora maioria dos quais feitos no clube.
Desde 1971 no modelar centro de treinos de Lezama perto de Bilbau.
De lá sairam grandes talentos como Iribar,Zubizarreta,Julen Guerrero,Julio Salinas, Zarra,Urzaiz,Dani,Llorente,Javi Martinez e tantos outros.
Com base no seu modelar esquema de formação o Atlético de Bilbau,utilizando apenas atletas da região basca,ganhou oito campeonatos de Espanha (e foi 7 vezes vice campeão)e venceu 24 finais da Taça do Rei (tendo perdido 12) entre outros troféus de menor dimensão.
Constituindo,com Barcelona e Real Madrid,o trio de clubes que jogou sempre na primeira divisão do futebol espanhol sem nunca terem descido de divisão!
É um exemplo de como uma aposta consequente e bem feita na formação pode dar excelentes frutos.
Desportivos e financeiros.
Preciso é...querer!
Depois Falamos

P.S. A foto do plantel,frente ao Museu Guggenheim de Bilbau,é outro exemplo da sinergia entre clube e comunidade.

20 comentários:

Anónimo disse...

Ligando este com o post anterior sobre a nossa formação, numa frase: É ESTE O CAMINHO ! Sem hesitações nem desvios. E a nossa força levar-nos-a aos títulos, não tenho mínima dúvida disso.
Para isso, caso seja o novo presidente, por favor aproveite o que de bom se tem feito nas nossas camadas jovens. Independentemente de gostar ou não desta direcção, acho que se tem feito um bom trabalho nas camadas jovens e que não se deve deitar ao lixo

il disse...

Cirilo, este post devia estar à porta de todos os clubes e nenhum sócio devia ser ignorante desta realidade. Talvez o futebol nacional melhorasse -e também o Vitória. Em lingua de mouro: in cha Allah

Rui Rodrigues disse...

concordo inteiramente . fazer do Vitória um clube cheio de portugueses e muitos deles de guimarães é uma verdadeira causa que pode voltar a mobilizar os vitorianos

Anónimo disse...

Antes gostaria de dar os parabéns ao Luis Cirilo Carvalho por mais um excelente post. Sou portista mas quero acreditar observo o fenómeno do futebol com alguma independência. Não quero que me interpretem mal, até porque tenho gostado da evo...lução de vários dos emblemas portugueses do qual é também exemplo o Vitória de Guimarães.
O caso de estudo Athletic de Bilbao é um bom exemplo lembrado pelo Luis Cirilo. Falo com alguma propriedade porque tive oportunidade e o prazer de viver nessa cidade do país basco e conheço bem o sentimento que há pelo clube. Sentimento esse que, de facto, é comparável ao Vitória de Guimarães em Portugal. Como foi referido, só jogam lá atletas bascos. Mesmo o Amorebieta nasceu no país basco, filho de descendentes venezuelanos. Por isso joga pela Venezuela.
Por coincidência, vivi em Bilbao numa altura complicada para o clube com a eminência de poder descer, pela primeira vez, de divisão. Nos canais regionais o debate era constante: valerá a pena manter a regra de jogadores apenas bascos ou abrir a porta a estrangeiros? Curiosamente, a maioria - mesmo com a possibilidade de descida de divisão - preferiu sempre manter as linhas que levaram o clube à glória.
São estas questões que elevam a paixão por um clube ao extremo. Extremo esse que faz com que os adeptos nunca se separem do clube e levam a que os jogadores respondam da mesma forma. Claro, são profissionais, mas mesmo esses quando sentem mais o emblema que levam ao peito dão sempre algo mais. Só assim se percebe Joseba Etxeberria, ele que, curiosamente, até começou na grande rival da Real Sociedade. Atleta de grande nível, internacional espanhol...muito cobiçado pelo enorme Barcelona mas nunca saiu de Bilbao. Podia ter-lo feito e regressado como muitos outros mas não aconteceu porque não tinha de acontecer. No entanto, o que diferencia este craque de muitos outros foi o facto de, já numa fase decrescente da carreira e face a complicações financeiras do clube, teve a iniciativa de renovar o contrato de uma forma pouco normal...sem qualquer vencimento. Porquê? Porque sentiu que o clube lhe deu tudo o que tinha conquistado, no futebol e na vida e que essa pequena atitude era apenas uma migalha relativamente ao que o clube lhe deu.
Não era tão bom termos um exemplo desses em Portugal?

De resto, defendo tal como o Luis Cirilo que apostando-se nos jogadores portugueses veremos que as coisas funcionam melhor. Vejamos o caso do Paços de Ferreira da época passada e quem eram os jogadores que faziam a diferença (quase todos jovens e portugueses). Vejamos o caso do Rio Ave que começa sempre de uma forma atabalhoada as suas épocas, fruto também de situações estruturais complicadas, mas consegue sempre através da juventude e vários deles portugueses, dar a volta e apresentar bom futebol.
Se isso for conseguido num clube com a dimensão do Vitória de Guimarães, com mais e melhores condições e tudo para ser bem mais estável, o sucesso está praticamente garantido.

Tiago Marques (in Facebook)

Ricardo Campos disse...

Adorava que o Vitoria e mts outros clubes seguissem o caminho da formação, era sinal que estariam a cooperar ainda de uma forma ainda mais activa com a comunidade.
Era sinal que apostavam em jogadores Portugueses, que os valorizavam e depois até poderiam ganhar dinheiro com os a venda dos passes para voltar a refinanciar a formação.

Mas para o Vitoria ser assim, ou ser parecido com o ATL BILBAO também precisa de deixar de ser capacho do clube da galinhola. è preciso ter independência, ter ideias próprias e não andar a mando dos outros, O ATL Bilbao tem personalidade própria, não vive de recados nem de Madrid nem de Barcelona.

já sei q se vão seguir os ataques á minha pessoa e á minha opinião, mas Se os verdadeiros Vitorianos lerem este, eles saberão que eu tenho razão.

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
Num tempo de tamanha escassez de recursos tem de saproveitar até ao tutano tudo de bom que esteja feito.
Cara il:
Os clubes acabarão por terem de seguir caminhos idênticos. A bem ou a mal.
Caro Tiago gostei tanto do seu comentário que tomei a liberdade de o transcrever no blogue como comentário ao post.E só posso dizer que estou inteiramente de acordo com o que escreve sobre Bilbau,o Atlético e Guimarães. Confesso que das várias vezes que estive na cidade encontrei afinidades com GUimarães e com o Vitória que me tornaram um simpatizante do clube e um apreciador da cidade. Está longe de ser das mais bonitas de Espanha (os bascos não gostariam de ler isto) mas tem um encanto muito próprio. Em especial a parte antiga.
Caro Rui:
è isso mesmo. Uma Causa.
Caro Ricardo:
O Vitória tem muita coisa parecida com o Atlético de Bilbau.
Uma delas é o "feroz" sentimento de independência dos seus adeptos.

Ricardo Campos disse...

os adeptos do Vitoria são fieis! é um facto!
agora a sua classe dirigente não o é... andam sempre com as calcinhas em baixo.

Sr Luis Cirilo você tem a faca e o queijo na mão para mudar isso...

p.s. no país basco há a eta (ou havia) em Guimarães vocês tem os insane guys.

luis cirilo disse...

Caro Ricardo:
Se quer comparar alguém com terroristas creio que os superdragões são mais apropriados

Ricardo Campos disse...

os SD são meninos do coro ao pé dos insane guys e afins...
os SD têm mais fama que proveito.
embora eu abomine qualquer tipo de claque... são antros de crime! são supermercados de droga.
em inglaterra não existem claques e aos clubes não falta apoio.

luis cirilo disse...

Caro Ricardo:
Não faz a minima ideia do que está a escrever pois não?

Anónimo disse...

Este Ricardo Ervas, devia mudar o apelido para Palha. Além das asneiras e parvoices, ainda por cima patenteia ignorância de alguns assuntos.

A ideia base, no sentido competitivo, a médio prazo parece-me um pouco utópica.

Mas, quando eleito, se iniciar um verdadeiro processo de promoção e apoio dos jovens do VSC, só teremos a ganhar.

Falta "empurrar" um pouco a mentalidade do vitoriano no sentido de incentivar e tolerar mais "os da casa" e, aqui também a futura direcção poderá ter um papel importante.

Contamos consigo!
Vitória! Dos vitorianos.

Amadeu

Ricardo Campos disse...

eu sei o q escrevo, você é que não tem a noção do que são as claques do seu clube...

Ricardo Campos disse...

caro Amadeu, se não gosta das relvas, coma palha... e misture farinha 115 para a digestão ser melhor.

pensam q o vitoria é uma grande coisa, o vitoria não passa de um capacho do clube de lisboa...não se iluda

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
O modelo do Atlético de Bilbau tem de ser adaptado á realidade portuguesa e do Vitória.
Mas os principios são perfeitamente exequiveis e nada tem de utópicos.
Agor aé verdade que os adeptos tem de ajudar e muito.
Porque é inaceitável existir menor tolerância com os da "casa" do que com os que vem de outras paragens.
Caro Ricardo:
Quanto ás claques nem vou perder tempo tão óbvia é a verdade dos factos.
Claro que eu não tenho a noção do que são as claques do meu clube.
É voce que tem.
Deixe de ser ridiculo.
Quanto ao resto é a ultima vez que lhe publico comentários desse teor sobre o Vitória.
Você,quando quer, faz comentários perfeitamente razoáveis e com os quais até concordo muitas vezes.
Agora para tentar rebaixar o Vitória,como faz continuamente,vai ter de procurar outros espaço.
Aqui acabou!

Ricardo Campos disse...

não é rebaixar o vitoria, é abrir os olhos aos vitorianos...
pior cego é aquele q não quer ver

luis cirilo disse...

Caro Ricardo:
Ness amatéria cada massa adepta que trate do seu clube.

Anónimo disse...

Um sonho que eu acredito que pode ser tornado realidade. Com um bom trabalho e com uma escola modelar podemos perfeitamente dentro de 10 anos ter uma equipa baseada na formação. O Barcelona não precisou de tantos anos para formar aquela que para mim é a melhor equipa de sempre. Aliás é por aí que temos que começar mesmo nas contratações temos que ir buscar jovens nacionais que possam no futuro ser a base da nossa selecção. Assim promovemos os nossos jogadores e depois vende-los a bom preço. Porque não olhar para as selecções mais jovens vermos que se sobressai e tentar contratá-los? Pelo menos acompanhá-los porque na transição para séniores muitos deles são vitimas da globalização do futebol. Muitos deles com valor. Se assim o fizermos dentro de 5/8 anos podemos ter aquilo que ambicionamos... Uma equipa forte, plenamente portuguesa e com muita gente da formação e alguns na selecção. É preciso é apostar em jovens.

luis cirilo disse...

Caro vitoriadofuturo:
É precisamente pela formação que tem de passar a grande prioridade do Vitória.
Formar bem,dar-lhes visibillidade na equipa principal e depois fazer mais valias nas transferências.
Acredito que nos tais dez anos poderemos ter um plantel esmagadoramente português e com elevada percentagem de jogadores da casa

Anónimo disse...

O Barça conseguiu em menos anos e como eu gosto de comparar aquilo que eu gosto com os bons exemplos acredito também ser possível fazê-lo em menos que 10 anos, mas claro que esse terá que ser o prazo dado, pois aí é que se apanha um ciclo completo de formação.

luis cirilo disse...

Caro vitoriadofuturo:
Pode ser que seja possivel em menos tempo.
Mas há que ser cauteloso.
Claro que quanto mais depressa se começar menos tempo se perde.
E face aos valores que estão a sair da formação e que vão ainda emergir nos proximos dois anos convinha não perder muito tempo.
Porque nem todas as "colheitas" terão a qualidade destas ultimas.