terça-feira, junho 30, 2009

As Listas (1)


Fazer listas de candidatos a deputados deve ser das tarefas mais difíceis que se oferecem a um líder partidário.
Porque por maior que seja a vontade de acertar,por maior que seja o espírito de justiça com que se elaboram ,por melhores que sejam os critérios aplicados a verdade é que não existem listas perfeitas.
Nem modos infalíveis de as fazer.
Já participei em processos desses e bem sei o quanto ingratos são !
Daí entender que salvo qualquer critério ou escolha absolutamente inaceitáveis é necessário olhar com alguma tolerância e compreensão a difícil tarefa de escolher os candidatos a deputados para a XI Legislatura.
Exigindo-se á líder , e aqueles com quem partilhará a tarefa, apenas o bom senso de escolherem de forma a não fracturarem o partido com base em exclusões que dificilmente poderão ser compreendidas.
Pelos militantes e pela opinião pública.
Isso significa,claramente, fazer listas tão abrangentes quanto possíveis dentro de um necessário espírito de renovação mas também ouvindo as estruturas do partido e as suas sugestões.
Achei deploráveis,neste enquadramento da questão, as declarações de Alexandre Relvas preconizando o afastamento de Pedro Passos Coelho.
Desde logo porque Relvas não tem sequer estatuto para proferir tais "sentenças".
Do que ao partido deu,até hoje, a História ainda não regista nada.
Depois porque PPC pode significar,precisamente,a tal abrangência necessária a apresentar um PSD forte e coeso perante os eleitores.
Passos Coelho representou,nas ultimas directas, cerca de 32% do partido.
Podemos dispensá-lo ?
Só se quisermos dar trunfos ao PS.
Deixemo-nos pois de fundamentalismos mais próprios de outras paragens do globo.
Para além de outra questão relevante:
A ultima coisa que interessa á líder ,penso eu (mas ela lá saberá), é dar ao país uma imagem de listas feitas para os amigos e apoiantes.
Que é mais ou menos o preconizado por Relvas.
Mas não é o que os eleitores esperam de quem quer governar Portugal.
Depois Falamos

(Continua)

8 comentários:

Anónimo disse...

Se Pedro Passos Coelho fosse excluido que fazer a outros pesos mortos que estão na AR, como o Tadeu, o Montenegro, o Ribeiro Cristóvão?

Já Marques Mendes disse: «os deputados do PSD parecem ter sido escolhidos numa noite de nevoeiro»!

Mas a culpa não é só de quem os escolheu, mas tb de quem neles votou!

Para quem seguiu a comissão parlamentar de inquérito ao sistema bancário viu bem a diferença entre, por um lado, os deputados do CDS, do PC e do BE; e, por outro lado, os do PSD/PS.

Os deputados do CDS, PC e BE são brilhantes. (N Melo, H Novo e J Semedo)

Os deputados do PSD/PS são carreiristas, desempregados, tachistas, incapazes e incompetentes.

Quando é que «isto» muda? Está nas nossas mãos!

mimi disse...

O que os eleitores descomprometidos com este ou aquele partido - a esmagadora maioria de quem vota - mais querem, meu caro Luís, é ver nas listas para candidatos a representantes de todos nós gente séria e competente, com obra feita na vida e no trabalho e com humildade intelectual suficiente para aceitar que ser deputado é servir os interesses públicos da nação e não os seus próprios ou da sua facção partidária. É pena, muita pena, que continuem a correr rios de tinta sobre as inclusões e exclusões deste ou daquele por isto ou aquilo!

rei dolce disse...

caro Dr.Cirilo,

concordo com a sua ideia.
ma das coisas que gostava de ver implementada era que os candidatos a depuados fossem naturais do circulo pelo qual se propõem ser eleitos, ou no minimo que exista uma ligação forte a essa região.

outra coisa que julgo que devemos mudar são os rostos dos deputados, o partido e o país precisa de sangue novo, obviamente não defendo uma limpeza geral, esse tipo de cortes radicais não tem boas concequências.

cumprimentos

maria disse...

Difícil,difícil..."A Lista de Schindler",Steven Spielberg,1993


Mimi

Assino por baixo

luis cirilo disse...

Caro Libertas:
Estou totalmente em desacordo consigo quanto aos deputados que cita.
Conheço-os,fui deles colega,sei que trabalham e muito no Parlamento e nos circulos eleitorais.
Aveiro nos dois primeiros casos e Castelo Branco no outro.
Aliás em relação ao deputado Ribeiro Cristovão apenas lhe digo que se todos os deputados trabalhassem como ele...coitado do eng. Sócrates.
Não tem pois razão quanto a esses três.
Teria,eventualemte,em relação a outros.
E também não partilho da sua opinião quanto aos deputados do PSD na referida comissão de inquérito.
Lá como em todo o lado é preciso separar a espuma da essência.
Sem prejuizo de reconhecer que os deputados de outros partidos,que citou,fizeram um excelente trabalho.
Isto muda quando quisermos.
Em 27 de Setembro já temos uma optima oportunidade.
Cara mimi:
Inteiramente de acordo consigo.
O grande desafio que a dra Ferreira Leite tem pela frente é exactamente esse.
Adequar as escolhas aos desejos dos cidadãos.
Caro Rei Dolce:
Estou de acordo com esse requisito de os deputados serem do circulo por onde são eleitos.
E com uma renovação sensata também.
Escreverei brevemente sobre isso.
Cara Maria:
Seja bem reaparecida.
Grande filme.
Espero é que os excluidos das listas não acabem como os que não couberam nas listas de Schindler...

Anónimo disse...

Caro Dr. Luís,

Posso lhe colocar uma questão?
Antes de mais não sou militante do PSD nem sequer estou ligado a Política.

Mas se não estou confundido, a quando da sua escolha para deputado não surgiram a nível regional (Guimarães) dúvidas relacionados com a sua escolha como candidato?

Se bem me lembro foi escolha do então presidente Dr Durão, certo?

Então não entendo? qual a dúvida ... não foi sempre assim e não será sempre assim?

Quem manda escolhe. (Ponto Final)

Eu

Anónimo disse...

«o Tadeu, o Montenegro, o Ribeiro Cristóvão»
Diz LC: «sei que trabalham e muito no Parlamento»; «em relação ao deputado Ribeiro Cristovão apenas lhe digo que se todos os deputados trabalhassem como ele...coitado do eng. Sócrates»

Condescendendo que LC conhece muito melhor do que eu o trabalho desses deputados, corrijo dizendo que o seu «trabalho» é desconhecido pelo grande público e por mim, que estou particularmente atento. Pertencem a alguma comissão? Qual foi o trabalho de Ribeiro Cristóvão? Quem representam esses deputados? Qual o seu pensamneto político?

Fui colega de curso do deputado Tadeu e digamos que não fiquei particularmente bem impressionado pelo personagem.

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
A questão que põe é opotuna e de fácil resposta.
Em 1999 fui convidado para deputado pela comissão politica distrital (orgão a quem compete a elaboração das listas em termos estatutários)e posteriormente aprovado pela comissão politica nacional e ratificado pelo conselho nacional.
Dentro do que é normal no partido para todos os candidatos a deputados.
De resto concordo que a lider (qualquer lider) escolha o seu nucleo duro de deputados.
Seria absurdo não o fazer.
Não deve é transformar todo o grupo parlamentar no seu núcleo duro sob pena de "asfixiar" o partido.
No PS,por exemplo,creio estar estatutáriamente assumido que o secretário geral tem direito a uma quota na escolha de deputados.
Creio ser entre 20 e 30% do total.
E não me choca que assim seja.
Caro Libertas:
Sejamos francos.
Exceptuando aqueles deputados de primeira fila que intervém nos debates mais mediáticos quem conhece o trabalho de todos os outros ?
Falo em termos de opinião pública.
E,se calhar,trabalham muito mais que aqueles que aparecem todos os dias.
O trabalho parlamentar tem várias componentes:
Debates em plenário,trabalho em comissões e acompanhamento do circulo eleitoral serão os mais relevantes.
Este ultimo caso,para mim essencial,traduz o respeito e o interesse do deputado por quem o elegeu e a possibilidade de ajudar pessoas e instituiçoes a resolverem problemas.
E garanto-lhe que os deputados que citou,não sendo dos mais visiveis em plenário,são dos que mais trabalham nas comissões e nos circulos eleitorais.
Conheço-os bem,fui colega deles,acompanho á distância o seu trabalho.
sinceramente acho que a sua apreciação em relação a estes deputados (se fosse a outros assinava por baixo...) não é nada justa.
Acontece.