quinta-feira, dezembro 11, 2008

Lideranças

Publiquei,hoje, este artigo no Correio do Minho

LIDERANÇAS


No futebol, como em muitas outras áreas, a liderança é um factor de sucesso absolutamente fundamental.
Liderança dentro do terreno de jogo, liderança a partir do banco, liderança da própria instituição.
Clubes da dimensão do Vitória e do Braga, ao contrário dos outros três, não se podem dar ao “luxo” de fazerem presidentes, ensinar-lhes a função, torná-los líderes.
Quem aspirar a ser presidente tem de ter já especiais qualidades em termos de carisma e de liderança.
Benfica, Porto e Sporting pela dimensão própria, pelos apoios e ajudas nomeadamente da imprensa, pela importância desmesurada que se dá em Portugal ao futebol e a esses clubes tem condições que permitem que qualquer um possa ascender á respectiva presidência.
Do que, aliás, o actual presidente do SLB é um claro exemplo.
Porque uma vez lá chegados existe toda uma “máquina” de promoção e propaganda que transforma o mais vulgar dos cidadãos num génio á porta de um qualquer prémio Nobel e que faz de vulgares anónimos personalidades de primeiro nível na vida pública do país.
Em Guimarães e em Braga não pode ser assim.
Face a todos os condicionalismos com que os dois clubes de batem, e de que a influência dos outros três no “sistema” não é o menor dos problemas, os respectivos lideres para além das qualidades pessoais intrínsecas tem de ter um acréscimo de mais valia que permita atenuar o enorme fosso entre eles e os “filhos do sistema”.
Nomeadamente quando, como acontece todos os anos e várias vezes ao ano, as decisões dos árbitros se revelam completamente incompreensíveis para quem assiste aos jogos de mente limpa e eivado de boa fé!
Aí é fundamental, se Vitória e Braga querem ser parceiros de pleno direito de um Liga que actualmente não é igual para todos, terem á frente dos seus destinos líderes cuja voz seja temida e respeitada no futebol nacional e nos seus órgãos dirigentes.
É preciso alguém que se for preciso dar dois berros os dê com um volume de decibéis idêntico ao de Pinto da Costa, Filipe Vieira ou Soares Franco.
Hoje isso não se verifica.
E não é critica para Emílio Macedo ou António Salvador mas apenas a constatação de que o seu peso mediático e grau de notoriedade é bem inferior ao dos respectivos clubes o que não ajuda nada nas situações atrás referidas.
Porque se é verdade que ambos protagonizam lideranças relativamente abrangentes nos seus clubes, e gozam do apoio claro das massas associativas, também é verdade que no país do futebol são relativamente desconhecidos e, consequentemente, pouco respeitados.
Ao contrário do que aconteceu anos atrás, com Pimenta Machado no Vitória e Mesquita Machado no Braga, quando os presidentes dos clubes minhotos tinham um peso e uma visibilidade que extravasava largamente a dimensão dos clubes a que presidiam.
E quando falavam…o país do futebol ouvia.
Depois levarem a “água ao seu moinho” era outra questão até porque o “sistema” era bem mais poderoso que hoje.
Mas, pelo menos, quem se metesse com Vitória e Braga sabia que da “missa cantada” não se livrava !
Creio que quer Macedo quer Salvador podem, e devem, ganhar espaço e peso no futebol nacional.
Os seus clubes são hoje mais fortes do que há dez anos, as massas associativas maiores e o futebol, apesar de tudo, mais transparente e com menos espaço para as habilidades “sistémicas” de má memória.
Depende deles, e também do tempo que se aguentarem nos cargos, ganharem espaço, peso e influência.
E isso passa muito também por assumirem posições autónomas e de algum distanciamento relativamente aos três que sabemos.
Vincando a independência dos seus clubes.
Dando-se ao respeito.
Na certeza absoluta de que seria impossível ver Pimenta Machado de “chapéu na mão” á espera das “sobras” de má qualidade do SLB ou Mesquita Machado sentado ao lado de Pinto da Costa, atento venerador e obrigado apenas para servir de arma de arremesso contra o clube rival.


BOLA CHEIA
Vitória e Braga
Vitória vencendo o líder Leixões perante 20.000 adeptos sem necessidade de oferecer bilhetes para ter essa afluência ao estádio.
Braga passando á fase seguinte da Taça Uefa com um brilhantismo que só não foi maior porque dois jogos tiveram um minuto a mais.
Mesmo assim proeza de assinalar.

BOLA VAZIA
O Benfica lidera o campeonato, esta semana, perante o regozijo do Portugal parolo !
Mas isso não esconde uma fraquíssima participação europeia, a humilhação de Atenas e a eliminação num grupo mais fraco do que aquele em que esteve, e seguiu em frente, o Braga.


2 comentários:

Rui Rodrigues disse...

Totalmente de acordo.
E embora nao compare Milo e Salvador ambos tem de comer muita salsa para chegarem ao patamar de Pimenta ou Mesquita.
Como se vai notando

Anónimo disse...

E as borlas para as Senhoras, não são bilhetes oferecidos ?

Guisnake