Na 5ª feira publiquei este artigo no Correio do Minho
CAMPEÃO MINHOTO (2)
Vamos então aos factores externos, melhor seria chamar-lhes obstáculos, cuja ultrapassagem se me afigura decisiva para um dia podermos ter um campeão minhoto na I Liga.
Tem essencialmente a ver com Verdade.
Verdade desportiva, verdade financeira e verdade na comunicação social.
O futebol português tem, como todos sabemos, graves lacunas em termos de verdade desportiva das competições.
Centrando-nos na I Liga, afinal a que nos interessa, todos sabemos que ao longo de dezenas e dezenas de anos existe aquilo a que se chama um “sistema” que protege os chamados grandes e atropela os menos grandes quando se atravessam no caminho dos primeiros.
São os árbitros, são os fiscais de linha, são os observadores, são os órgãos dirigentes da arbitragem que ano após ano, campeonato após campeonato, mudando os protagonistas mas mantendo-se as linhas de rumo velam para que a “ordem natural” das coisas não se altere e as provas sejam ganhas pelos do costume.
Em tantos anos apenas por duas vezes isso não aconteceu.
Uma na década de quarenta com o Belenenses que tinha uma equipa tão boa que resistiu a tudo e conseguiu ganhar o campeonato.
Por uma vez apenas.
A outra deu-se muito mais recentemente com o Boavista.
Não por ter melhor equipa ou por jogar melhor que os outros.
Mas porque, por uma vez, conseguiu jogar melhor nos bastidores.
Todos nos lembramos da impunidade chocante com que os jogadores do Bessa distribuíam “lenha” pelos estádios deste país na mais absoluta impunidade.
Entre outras coisas…
E este obstáculo, o da falta de verdade desportiva, é porventura o mais difícil de ultrapassar.
Arrisco até afirmar que tal só será possível quando um governo tiver a coragem de cortar a direito na matéria.
Ainda que mexendo em interesses poderosíssimos.
A segunda questão prende-se com a verdade financeira que o triste exemplo actual do Estrela da Amadora vem confirmar.
Não é possível continuarmos a ter num campeonato profissional clubes que não cumprem orçamentos, não pagam salários e vivem de expedientes.
Não é possível que certidões passadas pelo Estado a garantir o cumprimento das obrigações por alguns clubes se venham a revelar, passados poucos meses, como notoriamente falsas
É um futebol assente na mentira.
E que abre a porta a muitas “ajudas” que cirurgicamente aplicadas favorecem uns (os do costume) e prejudicam os restantes.
Finalmente põe-se a questão da verdade na comunicação.
Que a existir, facto de que não estou certo, tem uma existência grotescamente distorcida.
Existe em Portugal, nos jornais (então nos desportivos nem se fala…) nas rádios e televisões uma protecção descarada aos três grandes.
Protecção e promoção.
Que se consubstancia através de noticias todos os dias, em todos os telejornais acerca dos mais ínfimos e míseros pormenores do dia a dia desses clubes.
Da constipação do Aimar, ao novo penteado do Miguel Veloso passando pelo estado de alma do Helton.
Todos os dias.
Que maravilha para os patrocinadores desses clubes e que mau para os dos outros!
É uma concorrência completamente desleal.
Se a isso juntarmos aqueles inenarráveis programas de debate futebolístico (Dia seguinte ou trio de ataque) com comentadores exclusivos dos três do costume, ou as dúzias de artigos nos jornais desportivos escritos semanalmente por simpatizantes desses clubes, concluiremos que de facto existe muito pouco espaço para todos os outros.
Ou seja, existe pouquíssimo espaço para a verdade e para a igualdade de tratamento.
E sem verdade(desportiva, financeira e comunicacional) torna-se muito mais difícil, mas não impossível, ter um campeão minhoto.
Vamos então aos factores externos, melhor seria chamar-lhes obstáculos, cuja ultrapassagem se me afigura decisiva para um dia podermos ter um campeão minhoto na I Liga.
Tem essencialmente a ver com Verdade.
Verdade desportiva, verdade financeira e verdade na comunicação social.
O futebol português tem, como todos sabemos, graves lacunas em termos de verdade desportiva das competições.
Centrando-nos na I Liga, afinal a que nos interessa, todos sabemos que ao longo de dezenas e dezenas de anos existe aquilo a que se chama um “sistema” que protege os chamados grandes e atropela os menos grandes quando se atravessam no caminho dos primeiros.
São os árbitros, são os fiscais de linha, são os observadores, são os órgãos dirigentes da arbitragem que ano após ano, campeonato após campeonato, mudando os protagonistas mas mantendo-se as linhas de rumo velam para que a “ordem natural” das coisas não se altere e as provas sejam ganhas pelos do costume.
Em tantos anos apenas por duas vezes isso não aconteceu.
Uma na década de quarenta com o Belenenses que tinha uma equipa tão boa que resistiu a tudo e conseguiu ganhar o campeonato.
Por uma vez apenas.
A outra deu-se muito mais recentemente com o Boavista.
Não por ter melhor equipa ou por jogar melhor que os outros.
Mas porque, por uma vez, conseguiu jogar melhor nos bastidores.
Todos nos lembramos da impunidade chocante com que os jogadores do Bessa distribuíam “lenha” pelos estádios deste país na mais absoluta impunidade.
Entre outras coisas…
E este obstáculo, o da falta de verdade desportiva, é porventura o mais difícil de ultrapassar.
Arrisco até afirmar que tal só será possível quando um governo tiver a coragem de cortar a direito na matéria.
Ainda que mexendo em interesses poderosíssimos.
A segunda questão prende-se com a verdade financeira que o triste exemplo actual do Estrela da Amadora vem confirmar.
Não é possível continuarmos a ter num campeonato profissional clubes que não cumprem orçamentos, não pagam salários e vivem de expedientes.
Não é possível que certidões passadas pelo Estado a garantir o cumprimento das obrigações por alguns clubes se venham a revelar, passados poucos meses, como notoriamente falsas
É um futebol assente na mentira.
E que abre a porta a muitas “ajudas” que cirurgicamente aplicadas favorecem uns (os do costume) e prejudicam os restantes.
Finalmente põe-se a questão da verdade na comunicação.
Que a existir, facto de que não estou certo, tem uma existência grotescamente distorcida.
Existe em Portugal, nos jornais (então nos desportivos nem se fala…) nas rádios e televisões uma protecção descarada aos três grandes.
Protecção e promoção.
Que se consubstancia através de noticias todos os dias, em todos os telejornais acerca dos mais ínfimos e míseros pormenores do dia a dia desses clubes.
Da constipação do Aimar, ao novo penteado do Miguel Veloso passando pelo estado de alma do Helton.
Todos os dias.
Que maravilha para os patrocinadores desses clubes e que mau para os dos outros!
É uma concorrência completamente desleal.
Se a isso juntarmos aqueles inenarráveis programas de debate futebolístico (Dia seguinte ou trio de ataque) com comentadores exclusivos dos três do costume, ou as dúzias de artigos nos jornais desportivos escritos semanalmente por simpatizantes desses clubes, concluiremos que de facto existe muito pouco espaço para todos os outros.
Ou seja, existe pouquíssimo espaço para a verdade e para a igualdade de tratamento.
E sem verdade(desportiva, financeira e comunicacional) torna-se muito mais difícil, mas não impossível, ter um campeão minhoto.
2 comentários:
Estou de acordo.E acho muito positiva a visão minhota que tem destes assuntos.Também penso que Vitória e Braga tem mais a ganhar estando unidos do que alimentando,para alem dos 180 minutos obrigatprios,rivalidades escusadas.
Parabéns pelos artigos.Pelo menos a quinta feira serei leitor assiduo do correio do minho
Quem é que está a falar de união com o braga????
Não li unica palavra do Dr Luis Cirilo e dizer isso mesmo, e concerteza tambem ele não pensará isso.
Uma coisa é dar-nos bem (que tambem acho), outra é unir-mos.
O Vitoria tem uma estrutura montada, em que poderia ser Campeão.
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