No sentido estrito do conceito o dia seguinte a uma derrota não é um dia feliz.
Mas toda a regra tem excepção.
E se é verdade que a derrota em Pombal "feriu" as hostes menezistas,não é menos verdade que o resultado obtido significara um insucesso extremamente honroso e que deixava tudo em aberto.
Desde a cooperação com a nova liderança á manutenção de uma reserva critica face á evolução do partido.
O abraço retratado,para o qual Menezes dera os primeiros passos,podia significar um novo tempo de unidade e conjugação de esforços perante o adversário socialista.
Entender-se -ia como normal que Mendes procurasse consolidar o seu espaço,reforçar os laços de fidelidade com quem o tinha apoiado e a partir daí,numa posição de força,procurasse a máxima abrangência possivel.
É dos livros que deve ser esse o procedimento de um lider eleito.
Ainda por cima por pequena margem face a uma concorrência aguerrida e organizada.
Não foi essa a opção.
Tentou mas nao soube consolidar o seu espaço,entrincheirou-se num reduto de poucos fieis e nunca quis ser abrangente em relação aqueles que tinham sido alternativa.
Sei do que falo mas é das tais histórias para um dia...
Conhecendo como conheço Marques Mendes há mais de trinta anos faço-lhe a justiça de reconhecer que é melhor do que aquilo que demonstrou como lider desde o primeiro dia.
Mas ás vezes até os lideres mais bem preparados,com ideias e projectos,e credibilidade na opinião pública são "derrotados" por séquitos incompetentes,com falta de qualidade,excesso de ambição ou incapacidade para compreenderem o próprio papel.
Não sei a razão,ou razões,pelas quais Mendes adoptou essa estratégia.
Sei é que deixou um enorme espaço de intervenção e critica que Luis F.Menezes ocupou com toda a naturalidade.
Até porque o PSD estava receptivo a isso.
A 4 de Maio,menos de um mês depois de Pombal,a convite da sempre leal distrital de Beja Luis F.Menezes acompanhado por Abilio Costa,Pedro Fonseca e eu próprio visitava a OviBeja.
A 12 de Maio,na Moita,participava na apresentação da candidatura autárquica de Luis Nascimento.
O "Menezismo" estava de novo na estrada...
Depois Falamos.
5 comentários:
O Menezismo na estrada e a caça aberta aos menezistas pelos boys de MM.
Tem razão quando diz que MM deveria ter sido o presidente de todo o PSD, mas não. Foi a época do PSD só para alguns; foi a perseguição; foi a destruição de projectos, apenas porque alguns tinham apoiado Menezes; foi o ridículo de não se terem preenchido lugares em mesas das eleições, apenas porque os possíveis ocupantes eram, coisa horrorosa, menezistas.
O descalabro viu-se na condução do caso Lisboa, que ainda dará muitos problemas ao partido. Encheu-se a Câmara e as juntas de capangas, totalmente incapazes do ponto de vista técnico ou ético. Os escândalos acumularam-se (e acumulam-se…).
Foi por isto tudo:o trabalho de Menezes (e staff) galvanizou muitos militantes; a outra, cacicada, resistia, mas com o caso Lisboa e com a possibilidade do VOTO INDIVIDUAL E SECRETO -VOTOU MENEZES.
Quanto aos 'barões' 'élites' e outros capangas restou-lhe a peixarada pública. Alguns jáse acalmaram -qual será a próxima que eles farão. Andam muito calados...
"...Mas ás vezes até os lideres mais bem preparados,com ideias e projectos,e credibilidade na opinião pública são "derrotados" por séquitos incompetentes,com falta de qualidade,excesso de ambição ou incapacidade para compreenderem o próprio papel...".
Excelente diagnóstico do mendismo.
E ja agora tambem do menezismo.
Ou não ?
muito interessante esta história em vários capitulos.muito contado e muito por contar...ficamos a espera de uma "Viagem a Torres Vedras".
Caro Anónimo:
É verdade que houve gente que,vergonhosamente,teve percalços e contrariedades por ter apoiado L.F.Menezes.
Alguns desde Pombal.
Merecem o meu respeito e a minha consideração.
Caro Anónimo:
Li a sua opinião.
Cara Joana:
Antes dessa viagem a Torres Vedras ainda houve viagens a Lisboa e á Póvoa de Varzim.
Cada uma com a sua história.
Mas para já fico-me por Pombal.
Para o resto é cedo.
Ilusão.
A. M.
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