segunda-feira, outubro 21, 2024

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Realizou-se este fim de semana, em Braga, o quadragésimo segundo congresso do PSD.
Tendo estado presente en vinte e quatro desses quarenta e dois, como delegado, observador ou por inerência de funções ou cargos, acompanhei com natural interesse o desenrolar dos trabalhos através dos vários canais televisivos.
Foi um congresso sereno e por isso bem distante de outros que no passado prendiam a atenção do país face à intensidade dos debates, qualidade das intervenções e disputa do apoio dos delegados.
De resto com o partido a liderar o governo, as coisas a correrem bem e uma liderança incontestada estranho seria se este congresso se destacasse por qualquer outra coisa que não a sereneidade e a acalmia.
Tanta acalmia que até o número de listas (apenas quatro) a concorrerem ao conselho nacional foi bem inferior ao que era usual noutros congressos.
Será pois um daqueles congressos que não fica na História do PSD a não ser pelo simples facto de se ter realizado.
Destacaria ainda assim algumas notas.
Uma delas é problema velho e prende-se com o facto de boa parte dos congressistas apenas estar na sala quando vão discursar as principais figuras do partido (e neste congresso esses momentos foram bem poucos) porque de resto preferem andar por corredores e bares a conversar e confraternizar o que origina imagens televisivas de sala quase vazia.
Dois ex lideres- Pedro Santana Lopes e Luís Marques Mendes- foram os únicos ex lideres a marcarem presença no congresso enquanto outro ex líder-Rui Rio- também andou pelo distrito de Braga mas não apareceu no congresso marcando presença, isso sim, no sábado em Cabeceiras de Basto na apresentação da biografia do socialista Joaquim Barreto durante muitos anos presidente da autarquia cabeceirense , lider da Federação distrital de Braga do PS e deputado na Assembleia da República.
Há um velho hábito dos partidos democráticos que me parece cada vez mais em desuso e que é o de convidarem os restantes partidos parlamentares para a sessão de encerramento dos respectivos congressos e que serve a estes para em casa de quem os convidou arrasarem o que viram e ouviram com a mais absoluta falta de cortesia. Assim foi uma vez mais destacando-se pela negativa a esbaforida líder parlamentar do PS que uma vez mais mentiu sem pudor e mostrou que devia estar no seu espaço natural que é o BE.
Finalmente, e de longe o mais importante, gostei dos dois discursos de Luís Montenegro.
Do segundo, em que anunciou uma série de medidas, destaco especialmente a intenção de combate à criminalidade, à imigração clandestina e a libertação da disciplina de cidadania das amarras ideológicas que lhe foram impostos nos últimos anos pelo PS e pela esquerdalha que apoiou os seus governos.
Bastará constar a forma furiosa  como PS e extrema esquerda de um lado e Chega do outro reagiram a esse anúncio para se  perceber que o líder do PSD acertou na mouche e anunciou medidas que de facto dizem muito a uma grande maioria dos portugueses.
Não sendo um grande congresso não deixou ainda assim de ser um bom congresso, com alguma renovação dos orgãos nacionais, que mostra que o maior partido se encontra num rumo tranquilo algo que não se pode dizer da maior parte dos partidos da oposição a começar pelo PS.
Depois Falamos.

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