terça-feira, novembro 21, 2023

Duelo.

Não sou eleitor nas eleições internas do PS.
Aliás jamais votaria nesse partido nem que fosse numas eleições para a administração de um condomínio se por absurdo existissem listas partidárias nesse tipo de eleição.
Mas claro que face à História (alguma dele bem fraquinha por sinal) e à dimensão política desse partido é evidente que enquanto cidadão, eleitor e contribuinte me interesso pelo que lá se passa e por aquilo que poderá ser o seu futuro próximo em termos de liderança e de orientação política.
E com o devido respeito por Daniel Adrião ,que mais uma vez se candidata à liderança e mais uma vez não a conseguirá, é evidente que a disputa será entre Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro naquilo que será um duelo a dois.
E como observador externo ao partido não tenho dúvidas que para o PS e para o país a melhor opção é José Luís Carneiro.
Para o PS porque mais facilmente disputará o eleitorado ao centro, o tal que dá vitórias e inflige derrotas, porque mantém o partido numa esquerda moderada que foi onde sempre se posicionou até à geringonça e porque respeita o legado histórico dos socialistas ao contrário de Pedro Nuno Santos cujos bem conhecidos complexos de esquerda o levarão para aventuras radicais de consequências imprevisiveis na companhia dos seus adorados BE e PCP.
Para o país porque caso ganhe as eleições JLC governará ao centro, dentro do tal respeito pelas tradições do PS e do que tem sido a História do Portugal democrático, e se as perder será um líder da oposição responsável que não fechará portas a entendimentos alargados com o PSD em prol de uma estabilidade de que o país precisa.
Todo o contrário de PNS que se ganhar as eleições  será pela certa um Pedro Sanchez à portuguesa e se as perder liderará a oposição com um radicalismo de fazer inveja à esquerda radical.
Mas também por outras razões JLC é melhor.
Foi o melhor ministro deste governo (é certo que a concorrência também não era grande...) gerindo com inteligência, sensatez e moderação uma pasta difícil como o é a administração interna e cessando funções com o reconhecimento das forças de segurança, dos bombeiros, da protecção civil  e de outras entidades que com ele trabalharam. 
Já PNS foi dos piores minitros da péssima governação de António Costa.
Estourou mais de três mil milhões na TAP, permitiu uma indemnização milionária a Alexandra Reis via WhatsApp e depois mentiu dizendo que não o tinha feito, foi desautorizado e humilhado pelo primeiro ministro quando resolveu decidir sozinho a localização do novo aeroporto e foi contrariado de imediato e reduzido á sua insignificância na matéria.
É insensato na actuação, incompetente na gestão e demagogo nas afirmações.
E de uma arrogância que choca.
Já nem me refiro á sua célebre tirada sobre não pagar a dívida externa, proferida num discurso após jantar partidário o que talvez atenue mas não justifica o absurdo da afirmação, mas a este detalhe que revela o carácter de nunca se referir ao seu concorrente pela liderança pelo nome próprio mas apenas pelo designativo de o "meu adversário" como se fosse algum ser superior que nem se dá ao trabalho de chamar pelo nome quem com ele concorre.
Adversário, aliás, ao lado do qual se sentou durante anos no conselho de ministros!
É certo que mal estará o país se os portugueses depois destes oito anos de mau governo, de escândalos e demissões, de casos judiciais a eito atingindo o próprio gabinete do PM, de crises profundas na saúde, na educação, na justiça, ainda derem uma vitória eleitoral , por poucochinha que seja, ao PS.
Mas se tal acontecer  (a minha confiança na sensatez do eleitorado já conheceu melhores dias...)  que seja com José Luís Carneiro.
Porque Pedro Nuno Santos a primeiro ministro será o maior apelo de todos os tempos à emigração.
Depois Falamos.

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