Penso que Moreno Teixeira depois de ter deixado o comando técnico do Vitória precisa que lhe deêm paz e sossego para retemperar forças, prosseguir a sua formação como treinador e reflectir calmamente sobre o que foi esta sua primeira passagem pela primeira equipa do seu clube como seu máximo responsável.
Mas não posso deixar de dizer duas ou três coisas face ao que tenho lido por aí nos ultimos dias.
Enquanto Moreno foi treinador do Vitória elogiei-o quando entendi merecer e critiquei-o quando entendi ter estado mal fazendo-o sem qualquer tipo de dogmatismo mas apenas expressando a minha opinião.
Certo ou errado era a minha opinião e quando ela era crítica nunca põs em causa as capacidades do treinador mas apenas algumas decisões por ele tomadas no decorrer de alguns jogos.
Afinal em cada adepto há um treinador!
Elogiei várias vezes a forma como preparava tacticamente os jogos (o de Guimarães com o Benfica e os três com o Braga foram os maiores exemplos de como conseguiu surpreender os adversários) e quanto a críticas terei sido mais caustico no jogo com o Braga para a Taça no qual entendi que geriu mal o jogo e as substituições e aquela crítica dos "meninos mimados" que entendi que nunca devia ter sido feita em público.
Admito que ele não tenha gostado mas sinceramente quando escrevo nunca o faço a pensar sobre quem vai gostar ou desgostar mas apenas exprimo a minha opinião procurando ser justo no que afirmo mas sabendo que aqui ou ali posso não ser.
É o risco , que corro gostosamente, de ter opiniões e as exprimir de forma livre.
Depois de Moreno sair pelo seu pé e com a dignidade e o vitorianismo que reconheci não pensava voltar a escrever sobre ele nos tempos mais próximos.
Mas confesso que o que tenho lido desde a eliminação frente ao Celje me causou alguma revolta.
Porque gente que nunca criticava Moreno, que o colocava permanentemente nos píncaros (só faltou, acho, compara-lo a Guardiola, Klopp, Mourinho ou Ancelotti), que fazia das suas decisões e opções um dogma absoluto passou a critica-lo, a responsabiliza-lo pela eliminação, a enunciar erros e deficiências, a descobrir lacunas nas tácticas e forma de jogar, a torna-lo bode expiatório de tudo que não corria bem neste curto periodo de tempo.
Nalguns poucos casos logo após a eliminação com os eslovenos, provavelmente por possuirem uma capacidade adivinhatória acima da média, e na sua maioria depois de ele anunciar a saída na semana seguinte.
E isso é obsceno.
É uma completa falta de pudor, de vergonha, de ética, de responsabilidade e também de respeito por quem lê e tem memória.
Percebo que há uma nova cartilha em vigor e que tal obriga a que se elogie freneticamente Paulo Turra e que se promovam os seus méritos e talentos (felizes dos aque acreditam sem verem porque é deles o reino dos céus) ainda que para isso seja preciso sacrificar Moreno Teixeira.
São os custos da cartilhice para quem a pratica.
Mas como noutros contextos sinto-me obrigado a dizer que não pode valer tudo sob pena de a irracionalidade se tornar dominante num universo que se quer apaixonado mas sensato e respeitador daqueles que deram e dão o seu melhor em prol de uma instituição que é de todos e não apenas desses pseudo donos daquilo que consideram ser a verdade a cada momento.
Depois Falamos.
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