No nosso ordenamento jurídico constitucional o Presidente da República tem relativamente poucos poderes face aos que a Constituição de 1976 lhe atribuiu mas sucessivas revisões constitucionais foram diminuindo.
Pode por isso considerar-se que os grandes poderes presidenciais são três mas apenas um consta da Constituição e esse é o poder de dissolver o parlamento, ou seja, aquilo a que se chama a "bomba atómica".
Os outros dois, não escritos mas tão importantes como o escrito, são o Exemplo e a Palavra.
Pelo Exemplo o Presidente mostra rumos a seguir pelos cidadãos e pela Palavra exerce o poder d influenciar políticas e corrigir erros dos governos.
Claro que o Exemplo só é eficaz se as atitudes forem exemplares e a Palavra só tem peso se for parcimoniosamente usada.
E há que dizer, com a tristeza própria de quem nele votou, que o chefe de estado não tem dado grandes exemplos nas mais diversas áreas , que vão do distanciamento que não pratica ao populismo de que abusa, e quanto ao poder da palavra desbaratou-o por completo face a uma incontinência verbal de que não há memória num Presidente da República desde 1910!
Ainda agora me interrogo sobre a utilidade desta inopinada visita a Angola.
Foi à missa, a uma livraria, teve um almoço privado com o seu homólogo angolano e andou pelas ruas a tirar selfies e a disfrutar de banhos de multidão que no seu intimo hipocondriaco tanto teme.
Num tempo em que são necessários , por razões de pandemia, os maiores cuidados com África e em que tantos portugueses estão retidos em paises africanos devido á suspensão das ligações aéreas era difícil encontrar uma visita menos oportuna (ainda mais não se percebendo o real interesse de lá ir) do que esta a Angola.
Mas é o que temos.
Depois Falamos.
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