Cravinho

A cada dia, quase cada hora, que passa ainda me consigo surpreender com o facto de o ministro da defesa, João Gomes Cravinho, não se ter demitido ou ter sido demitido pelo primeiro ministro.

E se o Presidente da República fosse outro,por exemplo o anterior, também me admiraria por não ser o próprio PR a exigir ao PM que demitisse o ministro.

É que os factos são de uma gravidade tal que desconfio que mesmo num República das Bananas, que ainda não somos mas já faltou muito mais, isso valeria ao ministro uma exoneração fulminante. Então são praticados crimes de extrema gravidade nas Forças Armadas e o ministro não dá conhecimento dos mesmos ao "seu" primeiro ministro nem ao Presidente da República que é por imperativo constitucional o comandante supremo das Forças Armadas?

E justifica isso com pareceres jurídicos negativos em função do segredo de justiça?

Pareceres jurídicos?

Depois de se saber que atempadamente comunicara às Nações Unidas o sucedido dado os crimes terem ocorrido no âmbito da uma missão da ONU !

Então há segredo de justiça para o PR e o PM e não há para a ONU?

O comandante supremo das Forças Armadas e o chefe do governo não sabem de algo de extremamente grave sucedido nas Forças Armadas do país e uma organizaçao internacional sabe? Mas que pouca vergonha é esta?

E, já agora, também não há segredo de justiça para os juristas a quem foi pedido o parecer?

Estão acima do PR e do PM ?

A gravidade dos actos do ministro Cravinho já lhe deveria ter valido a expulsão do governo. Infelizmente Portugal tem um primeiro ministro e um presidente da república que sáo o que são. Não defendem a autoridade e o prestigio do Estado nem sequer se sabem dar ao respeito que os seus cargos merecem.

Nesta vergonha imensa que o caso constitui pior que o ministro Cravinho só mesmo António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa.

Depois Falamos.