Fechado o mercado de transferências em Portugal não me parece que existam grandes razões para os vitorianos se sentirem particularmente entusiasmados com o plantel que passaram a ter depois das entradas e saídas de jogadores.
É evidente que num plantel com jogadores em excesso, e não vou aqui tecer considerações sobre isso porque o tema é outro, teriam sempre de sair alguns para permitir um trabalho mais profícuo ao treinador e para dar oportunidades de jogar aqueles jogadores que saindo por empréstimo podem ser opções no futuro.
E por isso as saídas de Tallo, Rincon, Vítor Garcia e Francisco Ramos são perfeitamente naturais e a única duvida que fica é se alguma vez deviam ter entrado porque acarretaram custos (e nalguns deles elevados) sem correspondência no rendimento desportivo.
A partir daí é que as coisas ficam mais difíceis de perceber.
Célis era, no início da época, uma grande aposta do treinador que tudo terá feito para ele não sair mas depois com lesões à mistura acabou por ter uma utilização residual que levou a um empréstimo (chamemos-lhe assim) que só muito dificilmente terá retorno.
É uma baixa importante porque embora pouco utilizado até agora podia ser uma alternativa na segunda volta do campeonato dado tratar-se de um jogador "feito" e com qualidade.
Estupinan é outro mistério.
Um jogador de qualidade, jovem e com grande margem de progressão, nunca foi a aposta que o seu talento merecia limitando-se alternar entre A e B sendo que na equipa principal poucos vezes jogou mais do que dez minutos e normalmente com a equipa em desespero de causa.
Não me parece que o empréstimo a uma equipa do Equador (!!!) lhe acelere a progressão ou contribua para consolidar a sua adaptação ao futebol europeu.
Tyler Boyd é, contudo, a maior das surpresas.
Desde logo porque pouco utilizado, face ao que o seu valor e evolução faziam prever, ainda para mais numa equipa cujos extremos são mais de caírem para terrenos interiores do que para irem à linha como Boyd naturalmente faz e os pontas de lança tanto agradecem.
Depois porque sendo um extremo de raiz, e face ao decepcionante rendimento de Ola John, era de supor que na segunda volta fosse uma aposta mais regular do treinador para aumentar a verticalidade a uma equipa que troca bem a bola mas vai pouco à linha de fundo.
Afinal...foi embora.
E quanto a entradas é que o panorama não animou mesmo nada.
Rochinha e mais...nenhum!
Porque se para a equipa B ainda forma anunciados alguns nomes (brasileiro, nigeriano, peruano, etc) para a A é que apenas chegou o reforço atrás referido quando a equipa precisava bem (antes da saída de Célis, Estupinan e Boyd) de dois ou três jogadores "feitos" e depois da saída deles a necessidade ainda aumentou.
Rochinha é bom jogador, dá soluções nos flancos (embora também caia muito para zonas interiores como Davidson e John) mas não me parece que seja um titular indiscutível nem que traga à equipa um acréscimo qualitativo significativo que lhe permita mudar o patamar de ambição.
Em suma, do meu modesto ponto de vista, saímos do mercado mais fracos do que lá entramos o que não é de molde a entusiasmar ninguém.
Esperemos que ,ao menos, isto não ponha o melancólico quinto lugar em risco.
Depois Falamos.
P.S. A saída de Tiago Castro, internacional em todas as categorias até aos sub 23, para o Vitória Futebol Clube é outro "mistério" desta janela de mercado.
Um jogador de quem se esperava a afirmação e que foi embora.
4 comentários:
6 milhões e meio mandados embora. Não era o Júlio Mendes que dizia que dava todos os jogadores ao Pedro Martins e ele é que não queria. Agora o Luís Castro vem dizer que tem menos 2 jogadores de
que pretendia. Afinal quem tem razão? H.M.
Caro H.M.
Quem tem razão não sei.
Quem tem falta d ejogadores sei: O Vitória.
Esta direção está cada vez pior. Só olham aos interesses da SAD. O rendimento desportivo e o nome do clube não lhes interessa para nada.
A contratação de Rochinha é outro negócio falhado. Não é jogador para o Vitória. E contratar outro médio, quando é mais que evidente que precisamos de avançados - e vir depois o treinador dizer que o presidente achou que eram caros... - parece que estão a gozar com os sócios. E continuam a dizer que o objetivo de lutar pela Europa se mantém. Deveria manter-se porque a última participação do Vitória fez 3 milhões - mais do que o valor anual da SporTv e das quotas juntos! Mas com a equipa tão fraca não vamos lá.
Como sócio do Vitória sinto-me enganado pelo presidente. Prometeu que ía investir. E agora somando as 'sessões de esclarecimento', onde tenta enganar a massa associativa, e o descalabro na abertura de mercado merece que os sócios lhe peçam a demissão. Está a tentar desmantelar o clube através da SAD. Espero que os sócios não se deixem enganar e reajam apresentando uma moção de censura na próxima AG. Corremos o risco de ficar como Os Belenenses.
Dantes assustavam-se os sócios com o passivo. Agora o problema é o investidor que não aparece porque não lhe entregamos o clube de bandeja.
Este presidente para mim chegou ao fim da linha. Já não merece confiança. Fez muito bem o seu trabalho de redução do passivo. Mas chegando a hora de investir é evidente que não tem coragem para mudar de política. A austeridade não pode continuar quando a dívida já está controlada. E sem o sucesso desportivo da equipa o jogadores não valorizam. A direção vai andar sempre atrás de um investidor imaginário quando melhor investidor já o tem - é o próprio clube e as suas equipas de formação. Até os jogadores ficam desiludidos. A própria direção do clube é a primeira a transmitir falta de confiança.
Miguel Leite
Caro Miguel Leite:
Creio que é tempo de o Vitória, todo ele, fazer uma reflexão profunda sobre os caminhos que estamos a seguir.
O fosso para os chmados "grandes" mais o Braga está a acentuar-se ano após ano e se o Vitória não fizer uma radical mudança na sua politica desportiva, da equipa A à Formação, receio que o fosso se torne mesmo intransponível.
Esta janela de mercado de Janeiro foi uma desilusão porque tendo saído jogadores que estavam a mais (embora o Rincom continue por cá...), também sairam jogadores que do meu ponto de vista forma mal aproveitados (Celis,Boyd,Estupinan) e as entrada solitária do ROchinha ficou muito aquém das reais necessidades da equipa.
Mais um ano de previsível desconsolo está visto.
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