Se há algo de previsível no Vitória de há alguns anos a esta parte é a estranha, e curiosa, inevitabilidade de quando consegue um bom resultado face a um candidato ao título "espalhar-se" logo a seguir quando defronta uma equipa ou equipas que tem como objectivo apenas evitar a descida de divisão.
Como dizem os vitorianos, já desencantados com estas inevitabilidades, somos o verdadeiro "pai dos pobres" e equipas que precisem de pontos é só falarem connosco!
Foi assim depois de uma grande exibição e triunfo face ao Sporting em que logo a seguir perdemos na Madeira com o Nacional (esse mesmo...) e no Jamor com o Belenenses e agora em que depois de um bom jogo frente ao Porto fomos a Tondela (onde jogam quatro jogadores feitos no Vitória) perder mais um jogo e perder terreno face ao...Moreirense na luta por um lugar europeu.
Devido a compromissos de outra ordem não pude ver o jogo.
Apenas um pequeno resumo porque depois de saber resultados dificilmente tenho disposição para ver os jogos e especialmente quando o Vitória perde.
Vi que Douglas foi infeliz no golo (acontece a qualquer guarda redes) mas a explicação da derrota está muito longe de ser essa apenas.
Acho que são três outras.
Mentalidade, Ambição e Plantel.
A mentalidade que impera quando se joga com Porto,Sporting ou Benfica é claramente outra com uma atitude e entrega em campo que depois não se vê replicada nestes jogos teoricamente mais acessíveis em que a equipa muitas vezes dá a impressão de deixar correr à espera que as camisolas ganhem os jogos.
Isso de facto acontece em Portugal mas não com o Vitória.
A ambição que não se consegue perceber qual é quando se troca extremo por extremo, ponta de lança por extremo e nem a perder se consegue ter a atitude óbvia de jogar com dois pontas de lança na área mais que não seja para recurso a um futebol mais directo.
Finalmente o plantel.
Que tinha lacunas em Agosto e não foi devidamente reforçado em Janeiro porque para lá da saída óbvia de alguns jogadores também saíram outros (Célis, Boyd, Estupinan) que deixaram espaço por ocupar e, ainda por cima, apenas entrou um jogador que veio dar opções mas não trouxe uma mais valia qualitativa evidente.
Ficaram reforços por fazer.
E quando o treinador, secundado pela direcção, afirma que ficaram a dois reforços (acho que ficaram a mais mas é apenas a minha opinião) do que queriam, porque os clubes onde esses jogadores estavam pediram muito dinheiro, interrogo-me se no mundo inteiro apenas dois jogadores preenchiam os requisitos que o treinador entendia como essenciais para o tal reforço da equipa.
Se estava a falar de Ronaldo e Messi até sou capaz de estar de acordo.
Se não então interrogo-me para que serve o departamento de prospecção do clube incapaz que se mostrou de arranjar em tempo útil duas alternativas à altura do necessário num tempo em que até o David Texeira dispensado pelo Vitória se entretém a marcar golos no Moreirense.
Depois Falamos.
P.S. No tempo em que estive na direcção lembro-me que o departamento de prospecção, então chefiado pelo Adão, tinha em carteira e devidamente analisados uma dúzia de jogadores por cada posição do terreno e à altura da capacidade económica do Vitória.
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