Se há exemplo que mostra bem a falta de autoridade do governo, a falta de sentido de Estado do primeiro ministro e do ministro das finanças, a falta de capacidade da geringonça para governar Portugal é o caso em volta da nova administração da Caixa Geral de Depósitos.
Que começou logo pelo numero de administradores, alguns dos quais sem currículo e perfil para o cargo, que o Banco Central Europeu se encarregou de vetar.
E depois a tristíssima rábula das declarações de rendimentos e património dos que restaram.
Que tem um antes, um durante e para a qual falta saber o depois.
O antes é simples.
A triste dupla Costa&Centeno convidou um grupo de personagens da sua confiança para administrarem a CGD.
Como Suas Excelências não queriam mostrar rendimentos e patrimónios o governo, com o apoio de BE e PCP mais que não fosse por omissão, acederem a mudar a lei fazendo um fato à medida para que eles tivessem o estatuto de gestores privados num banco público.
Quando o Presidente da República e o Tribunal Constitucional não foram na cantiga de embalar e exigiram , um por magistratura de influência e outro por força da interpretação das leis da República, que os referidos personagens entregassem as suas declarações de rendimentos e património assistiu-se ao triste espectáculo, eivado de cobardia política e irresponsabilidade governativa, de ver o ministro das finanças calado que nem um rato e o primeiro-ministro com a insustentável leveza que o caracteriza (também se lhe pode chamar incompetência pura e dura) a assobiar para o ar como se o assunto nada tivesse a ver com ele.
E assim chegamos ao durante que são os tempos em que vivemos.
Meia dúzia de personagens , entrincheiradas na administração da CGD, que se permitem brincar com o Tribunal Constitucional e com as leis da República e continuam sem entregar as respectivas declarações e um governo cobarde que se recusa a assumir responsabilidades e a assumir decisões para acabar com um impasse que continua a desgraçar a imagem de uma outrora quase imaculada CGD.
E a solução era simples face ao que se tem visto por parte de Suas Excelências.
Em bom português (algo que em boa verdade o primeiro-ministro não consegue praticar) a solução passaria por uma imediata demissão dos administradores nomeados face à permanente recusa em divulgarem os dados pedidos pelo TC e a abertura de um inquérito pela PGR e pela Inspecção Geral de Finanças aos rendimentos e patrimónios dos sujeitos para se perceber de uma vez por todas em que assenta a recusa de se prestarem a um acto da mais elementar transparência.
Claro que isso seria o que faria um governo e não uma geringonça.
Pelo que o depois de toda esta situação é imprevisível.
Mas face ao que se passou até agora nada augura de bom!
Depois Falamos
10 comentários:
Caro Cirilo:
Há uns dias a comentar esta novela de jagunçada, alguém perguntou quanto é que ganharia o president dos Eu. Não é que verificado o montante, ficámos a saber que o gestor da CGD ganha mais do que o president dos EU? Já nem falo que o governador da Reserva Federal...
É que custa engolir o sucesso da geringonça eh eh eh
Cara il:
Sim. Mas os EUA são pobres e nós somos ricos. Há uma certa diferença...
Caro Anónimo:
O "sucesso" da geringonça? Anedota do ano
Sucesso, sim. Primeiro porque retirou a corda do pescoço dos portugueses, já quase a abafar de tanta austeridade. Depois porque a estratégia de crescimento para o país está a ser um enorme sucesso, quer a nível nacional quer nas várias instâncias internacionais que nos regulam. É inegável e entendo que seja um sapo difícil de engolir no PSD e particularmente para si, muito crítico (para não dizer outra coisa...) de António Costa, que ameaça ficar na história como o melhor PM que este país já viu.
Mais não fosse, este retumbante sucesso é fácil de perceber pelo sorriso amarelo de Pedro Passos Coelho - a face da derrota da austeridade - e na sua inexplicável busca pelo fracasso das politicas da geringonça, sempre à espera que o país voltasse a desabar. Incrível a forma como um ex-primeiro ministro fazia tanta força pelo fracasso do país. Era essa aliás a sua única estratégia para a oposição p. A chamada oposição irresponsável e destrutiva.
Como é fácil de perceber Pedro Passos Coelho tem felizmente os dias contados na liderança do PSD, e isso é principalmente reflexo dos lamentáveis últimos meses do seu reinado. As facas já estão afiadas. Rui Rio, frontal como é seu hábito, já assumiu a disponibilidade. O pior vão ser as facadas dos mais próximos. A começar pelo Relvas que pelos vistos se prepara para tirar o tapete ao amigo Passos Coelho e dar palco a Luis Montenegro.
No PS há uma geringonça. No PSD cultivam-se os amigos da onça. Diferenças substanciais...
Caro Anónimo:
O seu comentário é tipico do reino da fantasia.
E por isso percebo o anonimato de quem , bem lá no fundo, terá vergonha de escrever tanto disparate.
Essa do Costa poder ficar na história como o melhor PM que este país já viu é, isso sim, das maiores parvoíces que vi escritas nos últimos tempos.
Sim...percebo bem que se mantenha anónimo!
Boa noite, sendo eu apartidário estou em posição de ter aqui uma opinião contrária à sua e na linha do anónimo da 4:53, é o meu voto que faz ganhar ora a direita ora a esquerda, neste momento estou com a esquerda, P.C. é o "cimento da geringonça" e se Costa não é ou será o melhor Pm P.C. será sem sombra de dúvidas o pior da nossa história por muito que isso lhe custe.
A opinião de um anónimo é também ela uma opinião desde que seja respeitosa. Por norma assino as minhas opiniões que o moderador deste blogue me permite dar, desta vez não o farei porque não concordo que "malhe" nos anónimos só porque discordamos.
Anónimo
Pois... a falta total de argumentos. Esperava um pouco mais de si. Mas infelizmente não é capaz de rebater um único ponto do meu comentário. Você faz sempre isso, quando não tem argumentos refugia-se nesse disparate anti-anonimo. Como se importasse para alguma coisa o nome de quem escreve. O que conta são as ideias. E aí pelos vistos você anda um pouco falho delas...
Caro Anónimo:
Não "malho" nos anónimos por discordarem.
"Malho" porque há determinadas opiniões, nomeadamente sobre pessoas, que são incompatíveis com o anonimato que é ,nesses casos, uma forma de cobardia.
Quanto a Passos Coelho e António Costa é a sua opinião. Que naturalmente respeito.
Caro Anónimo:
Já conheço o seu blá,bla,blá.
Quem não deve não teme. E isso aplica-se também ao ter opinião e dar a cara por ela.
Mas o melhor 1º ministro não era o «menino de ouro»?
Os xuxas já se esqueceram?
Cada vez estaria mais baralhada se a minha família não tivesse sido «republicana, socialista e laica» desde 1820...
Cara il:
Eles mudam de opinião com muita facilidade.
É conforme lhes dá jeito
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