Quando em 2011 o PSD ganhou as eleições legislativas Miguel Relvas era um dos homens mais poderoso do país.
"Arquitecto"da chegada de Passos Coelho à liderança do PSD, seu homem de confiança no partido , foi sem surpresa que assumiu a coordenação politica do governo como ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares e tutelou alguns dossiers importantes como o da reforma autárquica.
A única que se fez em Portugal em mais de 200 anos.
Depois as coisas correrem menos bem, meteu-se a questão da sua licenciatura, e Miguel Relvas acabou por se demitir do governo renunciando também ao mandato de deputado para que fora eleito em 2011 voltando à sua vida profissional e ás empresas de que é gestor.
Novo ministro, novos secretários de estado, mas sendo o governo o mesmo era expectável que as politicas e os seus executores se mantivessem imutáveis face ao que vinha do tempo de Relvas.
Não foi assim.
Por razões que só o próprio ministro e os seus "ajudantes" (usando a terminologia cavaquista) conhecerão passou a ser preocupação do ministério substituir as pessoas que Miguel Relvas tinha nomeado para diversos lugares e substitui-las por outras da confiança da nova equipa governamental.
Foi assim na RTP, na AMA, no INE e noutros sítios de menor relevância e conhecimento público.
Nuns casos certamente com razão mas noutros se perguntados sobre o porquê das substituições de gente que vinha dando provas de capacidade e obra feita dificilmente a resposta poderia ser outra que não a abrangente e que serve sempre que não há uma explicação lógica.
Porquê?
Porque sim!
Um desses casos em que se aplicou o "porque sim", na falta de argumento válido, foi o do eng. Paulo Neves.
Que vinha fazendo um excelente mandato na liderança da Agência de Modernização Administrativa(AMA) e que subitamente passou a ser um quase "inimigo público" de quem manda no ministério ao ponto de só terem descansado quando ele apresentou a sua demissão farto das "minas e armadilhas" que lhe punham no caminho.
Saiu.
E, deliciosa ironia, foi hoje anunciado como CEO da PT escolhido pelos investidores privados daquela que é uma das maiores,mais importantes e influentes empresas do país.
Em linguagem de Fórmula 1 é como um piloto ser despedido da "Force Índia" e ser contratado pela Ferrari!
Ou na muito acessível linguagem do futebol um treinador ser despedido do Arouca e contratado pelo Barcelona!
Dá que pensar.
E espero que Pedro Passos Coelho pense bem neste exemplo.
No exemplo de como o serviço público dispensa alguns dos seus melhores valores para depois a iniciativa privada lhes deitar rapidamente a mão.
E Passos Coelho deve reflectir seriamente sobre as escolhas que vai fazer para o próximo governo se algumas das que fez para este não o impedirem de lá chegar.
É que há erros de casting que uma vez são difíceis de perceber mas a sua repetição seria inaceitável fosse de que ponto de vista fosse.
Depois Falamos.
P.S Convém recordar que também no MAI a orientação de quem chegou foi destruir grande parte do que estava feito por quem partiu.
Sem nenhuma vantagem para o governo e para o país!
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