quarta-feira, abril 29, 2015

Profissionalismo

Não é a minha Liga favorita.
Mas vem em segundo lugar logo após a fascinante Liga inglesa que é, do meu ponto de vista, a melhor do mundo em competitividade, organização e seriedade.
E também numa forma muito própria de olhar o futebol que é impossível encontrar fora das Ilhas Britânicas.
Num aparte devo dizer que percebo bem o fascínio de José Mourinho por treinar em Inglaterra.
Pois a liga espanhola, da qual fazem parte dois dos maiores clubes do mundo e onde jogam os dois melhores futebolistas mundiais da actualidade, está a entrar numa fase de decisões como acontece,aliás, com muitas outras Ligas europeias.
Decisões sobre o titulo, sobre quem vai à champions e à liga Europa, decisões sobre quem desce de divisão.
Três dos seus clubes (Barcelona, Real Madrid e Sevilha) estão ainda nas meias finais da liga dos campeões e da liga Europa.
Barcelona e Atlético de Bilbau ainda tem de disputar entre si a Taça do Rei.
E isto obriga a um apertar do calendário.
Um apertar de tal ordem que entre a passada sexta feira(24/4), com um Córdoba-Atlético de Bilbau, e até à próxima 2ª feira (4/5) com um Almeria-Celta de Vigo se vão disputar jogos da Liga durante onze dias consecutivos.
Sem lamentações,sem queixas, sem invocarem isso como pretexto para resultados menos favoráveis ou exibições menos conseguidas.
Com estádios cheios, emoção a rodos, espectáculo garantido.
Em suma futebol profissional.
Ao mais alto nível.
Aquele nível que gera paixões, atrai patrocinadores, rentabiliza a indústria futebol tal como ela tem de ser rentabilizada.
Depois Falamos.

Charlize Theron


Mosteiro de S. Torcato, Guimarães


terça-feira, abril 28, 2015

Feita!

Está feita a coligação entre PSD e CDS para concorrer ás próximas eleições legislativas.
Depois de um longo período de maturação, da consulta certamente minuciosa a elementos auxiliares de decisão (leia-se sondagens) e de reflexões internas em ambos os partidos chegou-se à conclusão que eleitoralmente fazia mais sentido quem esteve aliado no governo durante quatro anos apresentar-se em coligação aos eleitores.
Politicamente tem lógica.
Eleitoralmente....veremos.
Devo dizer que apreciei francamente a forma como a coligação foi apresentada aos portugueses.
Fazê-lo no dia 25 de Abril foi estrategicamente inteligente não só pelo mediatismo próprio do dia mas também pela mensagem,correcta, que os dois partidos fizeram passar e que se prende com a recusa de a data ser património da esquerda.
Gostei também que ela fosse apresentada pelos dois líderes, numa cerimónia simples mas com significado, e através de discursos extremamente objectivos.
Já não gostei nada, mas mesmo nada, da fórmula (mas aqui falo como militante do PSD porque o que se passa no CDS não me diz naturalmente respeito) de primeiro ser apresentada a coligação e só depois os orgãos partidários serem consultados em conselhos nacionais a ocorrerem amanhã.
Transformar o conselho nacional , orgão deliberativo por excelência, num mero pró forma de ratificação do que já está decidido não é correcto nem transmite para o exterior do partido as mensagens mais correctas.
Decidida a coligação vem aí o mais difícil.
Compatibilizar estruturas diferentes num trabalho comum, elaborar um programa eleitoral que consiga conciliar diferentes visões de muitos assuntos, fazer listas de candidatos a deputados que sejam eleitoralmente atractivas e firam o menos possível as sensibilidades distritais de cada um dos partidos.
E aí creio que o resultado final da coligação só será compensador para ambos os partidos se o resultado das eleições for uma vitória com maioria absoluta dado que uma maioria relativa não servirá para nada que não seja instabilidade e novas eleições a curto prazo.
Uma maioria relativa( ou uma derrota) penalizam muito mais o PSD do que o CDS,como está bom de ver, dado que os centristas com esta coligação garantem em qualquer cenário um grupo parlamentar maior do que se concorressem sozinhos.
Já o PSD só em caso de maioria absoluta poderá dizer o mesmo.
Também por isso, mas essencialmente pelo país, convém que a coligação faça as coisas bem feitas daqui até Outubro.
Depois Falamos.

segunda-feira, abril 27, 2015

O Nosso 14

Um triunfo em Vila do Conde quase garantia o 5º lugar e ainda mantinha uma pequena esperança de poder pensar no posto acima face ao calendário próprio e alheio.
E o Vitória, honra lhe seja feita, entrou no relvado disposto a lutar por esse triunfo sendo durante muito tempo a melhor equipa no terreno de jogo.
Depois a soma de erros próprios com erros do árbitro apenas permitiu um empate que não sendo mau resultado em termos de defesa do quinto lugar arrumou de vez a questão do quarto.
Individualmente:
Douglas: Uma boa exibição. Sem culpa no golo ainda evitou outros com defesas de qualidade.
Bruno Gaspar: Um bom jogo. Defendeu a preceito e integrou-se bem no ataque. Oxalá continue no Vitória porque é jogador com bom futuro.
Kanu: Estava a realizar um bom jogo, na linha do que já fizera na jornada anterior, quando "borrou" a pintura com uma expulsão ingénua.
Moreno: Bom jogo do capitão vitoriano liderando a defesa e tentando empurrar a equipa para o ataque quando a vontade já não era...muita.
Luís Rocha: A defender bateu-se bem com o melhor vilacondense(Ukra) e a atacar teve algumas boas iniciativas. É sempre agradável constatar que voltamos a ter um lateral esquerdo que vai à linha cruzar.
Cafu: Um jogo tranquilo até à expulsão de Kanu e alguma "aflição" a partir daí face à pressão atacante do Rio Ave. Exibição positiva.
André: Fez um bom jogo parecendo de regresso ao nível evidenciado em quase todo o campeonato. Não regateou esforços a defender e procurou os melhores caminhos a atacar.
Bernard: Não foi "defendido" como devia, nesta segunda volta, e o resultado deu nisto. Lances de bola parada marca-os quase todos e quase todos mal. Remata a despropósito quando tem colegas muito melhor colocados para tentarem o golo e dá a sensação de não perceber que tem tem de jogar para a equipa e não a equipa para ele. Se há alguém a pedir "banco", há meses, é ele. Não lhe foi dado e acredito que estas exibições apenas o tem desvalorizado.
Sami: Em termos ofensivos apenas se regista um lance individual culminado com um remate perigoso que proporcionou excelente defesa ao guardião adversário. Mas trabalhou muito a ajudar Bruno Gaspar a fechar o flanco direito.
Álvez: Com ele a equipa mostra outra agressividade ofensiva. Muito bem a conseguir o penalti e a transformá-lo com classe mas também na forma como sempre pressionou a defesa adversária. Faz-me alguma "impressão" que a sua continuidade ainda não esteja garantida porque é um excelente jogador que livre da praga de lesões que o assolou esta época pode marcar muitos golos.
Valente: Descaído sobre o flanco esquerdo, que não é seguramente o lugar onde rende mais, fez ainda assim um jogo de bom nível. Destacando-se algumas iniciativas individuais que levaram algum perigo à baliza.
Josué: Chamado depois da expulsão de Kanu cumpriu sem problemas.
Gui: Porquê ? E para quê?
Bouba: Entrou, tarde, para ajudar a defender o empate. Se tem entrado mais cedo podia ter ajudado a defender o triunfo.
Assis, Plange, Otavio e Ivo não foram utilizados.
E assim, com mais um empate, o Vitória disse adeus a um quarto lugar que esteve perfeitamente ao seu alcance durante grande parte do campeonato.
Que tenha servido, ao menos, para aprenderem a lição.
Infelizmente....duvido.
Depois Falamos

Veleiro


Lua


domingo, abril 26, 2015

Empate que Empata

É "chover no molhado" afirmar que o Vitória perdeu o quarto lugar (e até o terceiro) por culpa própria ao não conseguir manter o ritmo da primeira volta muito por força do catastrófico mês de Janeiro e respectivas entradas e saídas de jogadores.
A realidade é que lhe resta defender o acesso à Liga Europa por via da defesa do quinto lugar e isso parece-me perfeitamente ao seu alcance.
Contudo um triunfo em Vila do Conde, conjugado com o empate caseiro do detentor do quarto lugar,ainda podia abrir uma pequena janela de esperança em atingir essa posição nas quatro jornadas que faltam.
E a verdade é que o Vitória fez por isso.
Entrou a jogar com inteligência, boa ocupação dos espaços e uma toda atacante que permitia adivinhar que o golo apareceria a qualquer momento fruto de algumas boas jogadas desenvolvidas pela equipa.
Assim aconteceu num lance em que a matreirice de área de um verdadeiro ponta de lança "sacou" uma falta desnecessária e a respectiva grande penalidade que o próprio Álvez transformou com classe no primeiro golo do jogo.
A partir daí o Vitória soube suster a reacção vilacondense e continuou a fazer o seu jogo, ao ritmo que lhe convinha,  conseguindo atacar pelos dois flancos fruto das boas subidas ao ataque de Bruno Gaspar e Luís Rocha conjugadas com a clarividência de André e as movimentações de Valente e Álvez que perturbavam a defensiva adversária.
No segundo tempo a toada manteve-se não surtindo efeito as duas alterações na equipa adversária, feitas ainda na primeira parte, pelo que parecia estar-se mais perto de um segundo golo vitoriano do que do empate do Rio Ave.
Foi então que se conjugaram dois factores indissociáveis.
A "entrada" no jogo do árbitro e o excessivo recuo vitoriano após a expulsão de Kanu.
Sejamos claros:
O segundo amarelo a Kanu é inteiramente justo e um jogador já "amarelado" não pode entrar a um lance com a ingenuidade com que o jogador vitoriano o fez.
Acontece é que o primeiro amarelo ,ainda no decorrer da primeira parte, tinha sido injusto porque Kanu apenas jogou a bola e o árbitro viu mais do que havia para ver.
Como aliás durante todo o jogo viu sempre comais severidade as faltas vitorianas do que as vilacondenses chegando-se ao espantoso paradoxo de Lionn ter chegado ao final da partida sem um amarelo quando fez mais que suficiente para ver o vermelho!
A par disso, que não justifica o empate (por mais duvidas que existam sobre um fora de jogo no golo do Rio Ave), o Vitória teve um ataque de pânico e recuou atabalhoadamente para a defesa quase prescindindo de sair a jogar e recorrendo ao pontapé para a frente como pobre forma de "organização" de jogo.
O Rio Ave,é claro, em superioridade numérica e vendo o medo adversário cresceu, pressionou, chegou ao empate e até podia ter ganho se não fora a barra e a classe de Douglas num par de oportunidades.
É igualmente verdade que também o Vitória podia ter chegado ao segundo golo pelo menos em três oportunidades.
Numa um defesa desviou um bom remate de Valente, noutra o guarda redes fez uma grande defesa a remate de Sami e na derradeira Bernard esqueceu-se,uma vez mais, que o futebol é um jogo de equipa e optou por um remate fraco e sem perigo ao invés de servir Valente ou Sami que estavam bem melhor posicionados.
Em suma um empate justo, face ao que se desenrolou, mas que "empatou" definitivamente as já poucas possibilidades de o Vitória chegar ao quarto lugar.
E, uma vez mais, podemos queixar-nos em boa parte de nós próprios.
Manuel Mota, o árbitro, fará bem em dedicar-se ao seu negócio de talhos porque na arbitragem não me parece que vá longe!
Depois Falamos.

Vaticano


Hipópotamos


sábado, abril 25, 2015

Triste com o PSD

Ainda guardo religiosamente esta brochura, das primeiras editadas pelo PPD, e que foi muito importante na minha decisão de aderir à JSD em Janeiro de 1975.
Já foi há muito tempo, mais de 40 anos!
E naturalmente que numa vida partidária de 40 anos houve espaço para as alegrias e para as tristezas, para os períodos de maior militância e outros de maior afastamento, para grandes convergências e algumas divergências.
Para apoiar lideranças de excelência e outras que fizeram o que puderam.
Esta semana estou triste com o PSD.
A tristeza começou no passado sábado, em Barcelos, quando uma magnifica organização da distrital de Braga foi ensombrada por uma decisão saída do "nevoeiro" que mandou os jornalistas saírem da sala quando se iniciaram as intervenções politicas.
Sendo verdade que os trabalhos da parte da manhã tinham sido à porta fechada é igualmente verdade que os jornalistas tinham sido convidados para estarem presentes na parte da tarde em que se registaram intervenções do presidente do partido, do presidente da distrital e um painel temático com a participação de três secretários de estado.
A verdade é que passando por cima do convite da distrital para estarem presentes foi dada ordem aos jornalistas para abandonarem a sala.
O que levou a que na imprensa nacional, incluindo as televisões que estiveram lá, não aparecesse uma única noticia sobre o evento.
O prejuízo foi naturalmente do partido, que perdeu a oportunidade de mostrar ao país(e ao distrito) uma grande mobilização, mas é impossível não deixar de considerar a decisão de mandar sair os jornalistas como uma desconsideração à distrital,ás concelhias do distrito e a todos os seus militantes.
Os que estiveram presentes e os que não tendo lá estado gostariam de ter visto o evento nas televisões ou nos jornais nacionais.
Já para não falar da indignação dos jornais regionais contra quem os convidou( a distrital) e que não tendo nenhuma responsabilidade no sucedido é quem vai ter de gerir o mau estar com quem acompanha no dia a dia o seu trabalho.
Braga não merecia isto.
Não só porque foi um dos distritos em que o PSD teve melhor resultado nas legislativas de 2011 ou por ter sido o único a nível nacional onde o partido subiu o número de câmaras por ele dirigidas nas autárquicas de 21013 mas essencialmente porque os seus militantes e os eventos em que eles participam não são menos que os eventos realizados noutros distritos.
E se saí de Barcelos triste com o sucedido ainda mais triste fiquei quando na noite de sábado, e depois nos jornais de domingo, constatei que o evento para o qual Passos Coelho se dirigira depois de Barcelos ( o Fórum Distrital de Autarcas do Porto realizado na Maia) teve ampla cobertura televisiva e noticiosa.
Lá, na Maia, já os jornalistas puderam entrar e permanecer de principio a fim.
Dois pesos e duas medidas completamente inaceitáveis seja qual for o ponto de vista que se tenha sobre o assunto.
Mas, infelizmente, a questão não só não "morre" por aqui como ainda se agrava.
Na quarta feira a edição do "Povo Livre" (para quem não sabe é o orgão oficial do PSD)dá a capa à presença de Passos Coelho na Maia bem como uma página inteira (com fotos) à cobertura do evento portuense mas sobre Barcelos...nem uma linha.
Uma linha que fosse.
Um evento em que estiveram o presidente do PSD( e primeiro ministro de Portugal), o secretário-geral , um euro deputado e vários deputados , presidentes de câmara e largas dezenas de autarcas do distrito e em que foram oradores três secretários de estado do actual governo não mereceu do jornal do partido uma notícia.
Nada!
Nada?
Não sei se é para rir ou para chorar mas publicaram uma pequena fotografia do evento de Barcelos, literalmente "perdida" entre várias outras, numa peça sobre um jantar ocorrido na passada sexta feira em...Torres Vedras!
São demasiados factos para serem infelizes coincidências.
E daí o estar triste com o PSD.
Porque tudo isto reporta ao "que não somos" e nada tem a ver com "o que somos".
Ou devíamos ser...
Depois Falamos.

quinta-feira, abril 23, 2015

Futebol de Topo

A propósito das próxima meias finais da Liga dos Campeões, cujo sorteio de amanha desperta as maiores expectativas, é interessante deitar um olhar sobre a História daquela que é a maior competição de clube do futebol mundial.
E sobre os mais relevantes dados estatísticos da mesma.
E a primeira curiosidade diz-nos claramente quem são as dez melhores equipas de sempre em termos de palmarés, ou seja, de finais disputadas.
Real Madrid(13), Milan (11), Bayern (10), Liverpool,Barcelona, Benfica, Juventus, (7), Ajax (6)Inter e Manchester United (5).
Dessas para baixo há mais 29 clubes mas nenhum disputou mais de duas finais.
Quanto a vencedores o ranking também é claro.
Real Madrid (10), Milan (7),Liverpool e Bayern (5), Barcelona e Ajax (4), Inter e Manchester United (3), Benfica,Juventus, Nottingham Forest e Porto (2) são os clubes mais vitoriosos de sempre.
Existindo mais dez clubes com um triunfo cada.
Ou seja a Liga dos Campeões já teve 22 vencedores diferentes.
Em termos de finais perdidas há três clubes a deterem essa duvidosa honra:
Benfica, Bayern e Juventus perderam cinco finais com os dois últimos em condições de ainda poderem piorar essa estatística na corrente época.
Depois há 17 clubes que já disputaram a final mas nunca a ganharam.
Com particular destaque para Stade de Reims, Atlético de Madrid e Valência com duas finais disputadas e perdidas.
Ao invés de Nottingham Forest e Porto que venceram as duas finais que disputaram.
Por países há um quarteto que lidera.
Espanha com 24 finais (14 ganhas), Itália 26 (12), Inglaterra 18 (12) e Alemanha 17 (7).
Depois Holanda 8 (6), Portugal 9 (4) e França 6 (1).
Existindo mais seis países a constarem do ranking:
Escócia,Roménia e Sérvia com duas finais e um triunfo cada.
Restando Bélgica, Grécia e Suécia com uma final e uma derrota cada.
Restando dizer que nas vitórias de cada país há um número bem diferente de clubes a contribuírem para isso.
As 14 vitórias de Espanha devem-se ás 10 do Real Madrid e 4 do Barcelona.
As 12 de Itália pertencem 7 ao Milan, 3 ao Inter e 2 á Juventus.
As 12 de  Inglaterra são 5 do Liverpool, 3 do Manchester United, 2 do Nottingham Forest, 1 do Chelsea e 1 do Aston Villa.
As 7 da Alemanha são 5 do Bayern, 1 do Hamburgo e 1 do Borússia Dortmund.
As 6 da Holanda são 4 do Ajax, 1 do Feyenord e 1 do PSV.
As 4 de Portugal são 2 do Benfica e 2 do Porto.
Curiosidades da Liga dos Campeões.
Que esta época, como todos os anos acontece, vai implicar mexidas nos diversos rankings consoante os finalistas e o vencedor.
Depois Falamos.

Lago Balaton, Hungria


Raposa

Foto : National Geographic

Castelo de Conwy, País de Gales


terça-feira, abril 21, 2015

Um Grande Encontro

Há momentos que marcam.
O Encontro Distrital do PSD, realizado em Barcelos no passado sábado, foi um deles.
Desde logo pela dimensão.
Envolveu mais 500 participantes, de todos os concelhos do distrito, que durante um dia inteiro deram o seu contributo ao partido participando em debates, formulando opiniões, assistindo a intervenções politicas de dirigentes e governantes do PSD.
Mas a caracteristica essencial, e aquela que porventura foi mais valorizada e apreciada pelos participantes, foi o terem sido chamados a dar opinião.
Sobre o país, sobre os seus concelhos e freguesias, sobre o que de bom o governo fez, sobre o que de menos bom foi feito e sobre aquilo que devem ser as propostas principais que a seu tempo o PSD apresentará aos portugueses.
Divididos em 26 grupos de trabalho, com cerca de 25 pessoas cada, e moderados por  52 quadros políticos do partido entre os quais sete deputados (Miguel Macedo, Fernando Negrão, Nuno Reis, Jorge Paulo Oliveira, Clara Marques Mendes, João Lobo e Hugo Soares)e quatro presidentes de câmara (Joaquim Mota e Silva, Benjamim Pereira, António Cardoso e António Vilela), os participantes passaram a parte da manhã a debaterem a actualidade politica dos seus concelhos e freguesias e a darem opinião sobre o governo e o país.
E tiveram oportunidade de o fazer quer oralmente quer por escrito através do preenchimento de um questionário em que lhes eram pedidas opiniões e sugestões.
Depois o sempre retemperador almoço, no refeitório da escola , no qual estiveram todos os participantes e moderadores e no qual marcaram presença  o presidente(Passos Coelho) e o secretário geral(Matos Rosa)do PSD .
Na parte da tarde as intervenções de José Manuel Fernandes e Pedro Passos Coelho, seguidas de um painel temático com comunicações e debate, dos secretários de estado Emídio Guerreiro, Agostinho Branquinho e Leitão Amaro.
A encerrar uma intervenção do deputado Miguel Macedo.
Este Encontro Distrital do PSD, em boa hora promovido pela comissão política distrital, mostrou um partido mobilizado em que todas as estruturas do distrito estiveram envolvidas, com militantes e simpatizantes participativos e motivados, com a generalidade dos quadros políticos do distrito a marcarem presença e colaborarem na iniciativa.
É verdade que "uma andorinha não faz a Primavera" mas caminhamos para um tempo em que todos terão de assumir as suas responsabilidades face ao grande desafio que as legislativas de Outubro vão constituir para o PSD.
No distrito de Braga o "comboio" partiu sábado,de Barcelos,bem conduzido e com as "carruagens" repletas de "passageiros".
Onde cabe sempre mais gente mas onde ninguém fez, faz ou fará falta...
Depois Falamos.

Imagens do Vitória-Braga











Lendas da B.D. - Aquaman e Batman


Bois Almiscarados


Farol


segunda-feira, abril 20, 2015

Detalhes...


Em teoria há muitas diferenças entre estas duas fotografias.
E algumas semelhanças.
A principal é ambas as fotos se reportarem a jogos entre Vitória e Braga.
Depois o nela constar pelo menos um jogador(Alan) comum ás duas.
As diferenças é que são muitas.
A primeira reporta-se ao jogo da passada sexta feira e a segunda ao jogo de Dezembro de 2014 na primeira volta do campeonato.
Numa o jogador que conduz a bola é André  e na outra Bouba.
Os estádios não são os mesmos e o resultado dos jogos também não foi o mesmo.
Mas este texto é sobre a principal semelhança e a principal diferença que resultam das duas fotografias e que reside nos equipamentos usados pelas duas equipas.
O do Braga é sempre o principal.
Quer jogue na "Pedreira" quer jogue no D. Afonso Henriques.
O do Vitória não.
O que significa que em Braga se levam estes derbies tão a sério que para eles o equipamento principal é sempre o usado enquanto em Guimarães se dispensa a camisola branca num jogo em que ela não pode ser dispensável seja a que preço for.
Percebo que a politica de marketing imponha o uso de equipamentos diferentes(especialmente quando há mais que um equipamento alternativo...),mesmo quando o do adversário não obriga à mudança, mas há jogos em que isso não pode estar acima do orgulho em vestir a principal camisola.
Nunca vi, a titulo de exemplo, o Barcelona e o Real Madrid defrontarem-se sem vestirem os seus equipamentos tradicionais.
Ou Porto, Benfica e Sporting nos jogos entre eles apresentarem-se sem os seus principais equipamentos.
O Vitória tem de fazer o mesmo nalguns jogos.
E embora todos saibamos que é a Liga que no inicio de cada época define os equipamentos que cada equipa usa em cada jogo (normalmente o primeiro equipamento para os jogos em casa e um dos alternativos para os jogos fora consoante o clube que visita), sabemos também que os clubes podem alterar o definido desde que avisem a Liga com uma antecedência definida nos regulamentos.
Por exemplo, em 2012, o Vitória quis estrear o terceiro equipamento (a camisola branca com a cruz azul que tanto sucesso fez) nos jogos com o Braga em casa (equipa A) e fora (equipa B) que se realizaram na mesma altura.
Foi comunicado à Liga e estrearam-se os equipamentos sem qualquer problema.
E por isso espero que no futuro o Vitória antes de ir a Braga, Luz, Alvalade ou Dragão defina que o equipamento que vai usar nesses jogos é aquele de que a camisola branca faz parte.
Porque embora seja importante fazê-lo sempre há alturas em que o afirmar da nossa identidade é particularmente importante.
E, em boa verdade, já estou farto de ver o Vitória jogar de preto sem qualquer necessidade.
Nesses e noutros jogos.
Depois Falamos

P.S. Não sou , longe disso, contra o uso de equipamentos alternativos.
E espero que na próxima época o Vitória volte a ter um terceiro equipamento e jogue com ele um número razoável de vezes.

Golfinhos

Foto: National Geographic

domingo, abril 19, 2015

Coordenação

Um dos erros que por vezes se aponta ao governo, muito em especial depois da saída de Miguel Relvas, é o da falta de coordenação politica.
Problema real mas que não é exclusivo do governo dado que parece também afectar, aqui e ali, o próprio partido.
Como este fim de semana ficou provado.
Não estamos, ainda, em campanha eleitoral e por isso não faz nenhum sentido "encavalitar" iniciativas umas em cima das outras porque perde-se o impacto muito próprio que cada uma deve ter e o mediatismo comunicacional que em separado teriam e seria naturalmente muito maior.
No passado sábado a distrital de Braga realizou, em Barcelos, um" Encontro Distrital" que envolveu todas as estruturas politicas do distrito e que vinha a ser meticulosamente preparado desde final do ano passado dada a dimensão que se pretendia que atingisse.
E atingiu!
Mas ao contrário do que seria normal, chamemos-lhe assim, o encontro não foi encerrado pelo presidente do partido porque este tinha um outro compromisso, num encontro de autarcas organizado pela distrital do Porto, e assim falou em Barcelos ao principio da tarde e saiu para depois ir encerrar o outro evento na Maia.
Conclusão?
As televisões que também estiveram em Barcelos optaram por passar resumos destacados do que se passou na Maia dado ter sido a ultima iniciativa  e a elas o que interessava era terem declarações "do dia" de Pedro Passos Coelho sendo-lhes indiferente o lugar onde eram feitas.
E o país viu o presidente do PSD num auditório bem composto em termos de assistência ao invés de poder ver o autêntico banho de multidão que teve em Barcelos.
Não está em causa o mérito de ambas as iniciativas e muito menos qualquer tipo de rivalidade entre as distritais de Braga e do Porto como é mais que evidente.
Apenas a necessidade de a coordenação deste tipo de actividades ser mais eficaz de molde a que cada uma delas possa ter o máximo de mediatismo possível.
No interesse do PSD.
Depois Falamos

O Nosso 14

No "castelo" encontravam-se duas equipas com trajectórias bem diferentes nos últimos três meses.
De um lado o Vitória em trajectória descendente, fragilizado por transferências e lesões, bem longe da equipa que na primeira volta chegou a encantar.
Do outro lado um Braga em claro bom momento, a quem Janeiro não fez mossa e a poder contar com todos os seus principais jogadores, e com uma sequência de bons resultados que indiciavam um momento de motivação acima do normal.
Mas quando o árbitro apitou para inicio do derbie percebeu-se que as aparências iludiam.
E muito.
Individualmente:
Douglas:Um jogo tranquilo. No pouco que teve para fazer fê-lo com segurança
Plange: Na enésima insistência nele para lateral direito provou,pela enésima vez, que não é opção para aquele lugar. Remedeia mas nada mais.
Kanu: Regressado após lesão fez a sua melhor exibição com a camisola vitoriana. Intratável.
Moreno: Um daqueles jogos que o capitão vitoriano adora jogar. E jogou-o muito bem.
Luís Rocha: Excelente exibição. Muito seguro a defender e incisivo a integrar-se no ataque fazendo uso da sua capacidade para efectuar cruzamentos com peso ,conta e medida. Perto do golo num livre de excelente execução.Foi pena terem-se perdido três meses porque era óbvio ser ele a solução para substituir Traoré.
Cafu: Para mim a mais brilhante exibição vitoriana na noite de sexta feira. Foi dono e senhor do meio campo. E barreira intransponível para a organização do jogo por parte do meio campo adversário. Tal como Moreno ( e o inesquecível capitão Flávio Meireles) adora estes jogos.
André:Um bom jogo, ajudando à supremacia da intermediária vitoriana, e quase um golo naqueles remate à barra. Um jogador a a regressar ao seu melhor plano.
Bernard: Mais um jogo de altos e baixos. Marca quase todos os livres e cantos e marca-os quase todos mal. Os cantos teimosamente direitos ao primeiro poste e ao primeiro defensor e os livres direitinhos à barreira. Mas depois pega na bola e nalguns lances demonstra o imenso talento que tem.
Precisa de estabilizar.
Sami: Esforçou-se. Mas não fez o Braga arrepender-se de o ter dispensado.
Tomané: Uma bela exibição. Muito bem a cair nos flancos e a criar lances de ida à linha, muito bem a segurar a bola e a dar tempo aos colegas para subirem, teve ainda um remate perigoso que saiu a um palmo do poste. Se tem jogado num flanco com Álvez e Valente na área provavelmente o Braga teria regressado a casa com uma derrota mais pesada.
Valente:É ponta de lança e é na área que pode ser mais útil à equipa. Quando cai nos flancos perde rendimento porque não é claramente o seu espaço natural. De salientar o arreganho com que se bateu equiparável aos de Moreno e Cafu. Mais um que gosta,sabe-se porquê, de defrontar o Braga
Bouba: Uma substituição bem vista por Rui Vitória numa altura em que importava não consentir surpresas. Entrou bem.
Álvez: Era para entrar mais cedo mas o golo de Valente retardou (mal do meu ponto de vista) a sua entrada. Não teve tempo para saliência especial.
Gui: Substituição para queimar tempo e nada mais
Assis, João Pedro, Ivo e Otávio não foram utilizados.
Um triunfo importante em termos de defesa do quinto lugar.
Mas vale apenas, e só, três pontos e não pode ser extrapolado para lá disso.
Depois Falamos

sábado, abril 18, 2015

Limpinho

Foto: www.vitoriasc.pt/ João Santos
Os derbies são assim.
Pouco importa a classificação, o aparente estado de forma das equipas,o suposto favoritismo que se atribui a cada uma delas.
Importa é o que demonstram em campo,a atitude de cada uma, a motivação individual dos jogadores perante o desafio especial que um derbie sempre constitui.
E em todos esse itens o Vitória foi superior ao Braga.
Pelo que conseguiu um triunfo justo, escassa na expressão, mas limpinho.limpinho, limpinho.
Porque no futebol quando ganha o melhor nada mais há a dizer.
A verdade é que o Braga, pese embora a prosápia do seu treinador, entrou no estádio D. Afonso Henriques como tantas equipas pequenas o fazem dando a iniciativa do jogo ao adversário e esperando com uma atitude extremamente conservadora e defensiva que a sorte do jogo acabe por os favorecer.
Como se um complexo de inferioridade os impedisse de fazerem jus aos dez pontos de vantagem na tabela classificativa e assumirem, no mínimo, uma atitude de disputarem o jogo pelo jogo em todo o terreno.
Aliás a semelhança do Braga com outras equipas que vem a Guimarães jogar daquela forma estendeu-se à pequena falange de adeptos bem longe dos milhares que andaram a apregoar pela comunicação social.
Mas, também aí, nada de novo!
Quanto ao Vitória fez a melhor exibição da segunda volta o que não encerrando em si nenhuma dificuldade especial deixa a expectativa de um final de campeonato mais consentâneo com o valor do plantel e as ambições de clube e adeptos.
Ao ponto de se poder perguntar por onde andou durante meses "este" Vitória.
Uma boa exibição individual e colectiva, uma atitude dominadora e a busca do golo que apenas apareceu por uma vez mas esteve iminente em mais três como foram os casos do portentoso remate de André à barra, de um livre muito bem marcado por Luís Rocha e de um desvio subtil de Tomané que errou o alvo por muito pouco.
Das exibições individuais se falará noutro texto mas ainda assim importa relevar algumas delas pelo contributo que tiveram para o jogo.
Especialmente as de Cafu, Moreno, Tomané e Luís Rocha curiosamente quatro jogadores "feitos" no clube e que por isso vivem estes jogos com especial intensidade.
E acho que se depois do 1-0 o Vitória tivesse "forçado" a nota, nomeadamente com a entrada imediata de Álvez (que estava na linha para entrar aquando do golo mas veria a substituição retardada por minutos), poderia ter dilatado o resultado face a um Braga completamente "à nora".
Mas Rui Vitória optou por jogar pelo (mais) seguro e o resultado final acaba por lhe dar razão.
Três preciosos pontos na luta pela Europa (onde o Vitória tem de estar sempre) mas que nem são a salvação de uma segunda volta muito fraca ,até agora, nem um resultado de "outro mundo".
Apenas um triunfo justo e merecido da melhor equipa em campo face a um adversário que normalmente sai de Guimarães vergado ao peso da derrota.
Agora há que manter a atitude e o espírito de conquista evidenciados neste jogo e ir a Vila do Conde buscar mais três pontos para consolidar o quinto lugar.
Carlos Xistra, sem erros graves, mostrou uma vez mais ter pouco jeito para a função.
Depois Falamos.

Moinho e Tulipas


Traquinices


sexta-feira, abril 17, 2015

Há Dias Assim

Há dias assim.
Dias em que para lá das divergências, das discordâncias, das opiniões criticas e de tudo o resto que numa vida associativa intensa separa as pessoas há valores que se sobrepõe e momentos em que a unidade em volta de um emblema é o valor supremo.
Hoje é um desses dias.
Não porque o adversário seja quem é porque, para lá da rivalidade desportiva entre clubes e cívica entre comunidades,  é apenas um adversário como outro qualquer.
Mas porque hoje o Vitória joga uma cartada absolutamente decisiva em termos de apuramento europeu.
Um triunfo dar-lhe-à alguma tranquilidade em termos pontuais, e um acréscimo de motivação para a ponta final do campeonato recheada de jogos de elevada exigência, enquanto qualquer outro resultado (especialmente uma derrota) permitirá que aqueles que nos seguem de perto mantenham distâncias ou até consigam encurtá-las como é o caso do Rio Ave que visitaremos na próxima jornada.
E por isso hoje é dia de os vitorianos, uma vez mais, responderem ao desafio à sua maneira.
Enchendo o estádio e empurrando a equipa para o triunfo com um apoio que quando querem é inigualável.
Jogue quem jogar, seja qual for a táctica e a estratégia de jogo, importa é que no fim os três pontos sejam nossos.
Vamos a eles!
Depois Falamos

Camelos


Morgan Freeman


Fortaleza de Guaita, S. Marino


quinta-feira, abril 16, 2015

Ao Intervalo

Com os 1/4 de final da Liga dos Campeões no intervalo , ou seja jogada a 1ª mão, é claro que com uma única excepção está tudo em aberto quanto à passagem ás meias finais.
A excepção é naturalmente o Barcelona.
Que tendo vencido em Paris por claros 3-1 se limitará no Nou Camp a carimbar o apuramento.
Nas outras três eliminatórias está tudo em aberto.
No derbie de Madrid o empate a zero no Vicente Calderon permite ao Real Madrid um jogo de segunda volta em teórica vantagem dado que a eliminatória vai ser decidida no seu estádio e perante o seu público.
Mas dado nos últimos anos(e nesta época em especial) o Atlético tem vencido o RM com grande frequência, mesmo no Bernabéu, pelo que tudo poderá acontecer levando em linha de conta,até, o facto de um 0-0 ser um resultado muito perigoso para quem joga em casa.
Ainda assim o Real é favorito. Mas...
O Mónaco é, desde a fase de grupos, o "coitadinho" com quem todos querem jogar...até jogarem.
Aí mudam de opinião.
Venceu o seu grupo com surpresa geral incluindo uma conhecida imprensa...lisboeta.
Nos oitavos quando lhe saiu o Arsenal ,e a sua galeria de estrelas, fizeram-lhe o funeral.
Enganaram-se no "morto".
E lá continua a disputar galhardamente a Liga dos Campeões.
Agora face à poderosa Juventus regressou de Turim com uma derrota tangencial que mantém de pé todas as aspirações de poder continuar em prova.
É uma eliminatória completamente imprevísivel e sem favorito claro.
Finalmente o Porto.
Outro a quem já tinham feito o enterro face ao poderio do Bayern e à sua constelação de campeões do mundo e outros jogadores de nível mundial.
Venceu por 3-1, depois de uma exibição convincente e em que soube explorar os erros do adversário, e vai para Munique com uma vantagem importante embora não decisiva.
É verdade que o adversário se apresentou no "Dragão" desfalcado de alguns lesionados (e jogar com ou sem Robben e Ribéry, por exemplo, está longe de ser a mesma coisa) mas é igualmente verdade que mesmo assim apresentou uma equipa fortíssima e cheia de grandes jogadores.
Pena a cobardia do árbitro ao não expulsar Neuer, no lance do penalti, porque isso poderia ter contribuído para o Porto construir uma vantagem ainda maior e desfrutar da vantagem de o melhor guarda redes do mundo ficar afastado do segundo jogo.
Em Munique, num estádio cheio e com um adversário ferido no seu orgulho, sem poder contar com Danilo e Alex Sandro o Porto sabe que vai ter uma noite de enorme sofrimento.
Mas vai em vantagem e isso pode fazer a diferença.
A grande lição destes quatro jogos é que não se podendo nesta fase da prova falar em surpresas, porque qualquer equipa que aqui chega pode vencer o troféu, pode falar-se em favoritismos contrariados.
E nesse aspecto Atlético de Madrid, Mónaco e Porto poderão ter uma importante palavra a dizer.
Depois Falamos

Terra e Lua


quarta-feira, abril 15, 2015

Memórias do Derbie

Há mais de 45 anos a seguir o clube já perdi a conta ao número de jogos que vi entre Vitória e Braga ao longo de todo este tempo.
Em futebol, andebol, basquetebol.
Masculinos nas outras modalidades e femininos no basquetebol.
Especialmente no futebol não tem conta.
Em seniores (A e B), em juniores, juvenis e iniciados.
Na Amorosa, no D. Afonso Henriques e no 1º de Maio em Braga.
Triunfos, empates, derrotas, grandes jogos e outros que nem tanto.
Momentos de grande convergência (numa certa época em que um empate dava jeito...) e outros de grande turbulência e incidentes dentro e fora dos estádios.
De tudo isso, e muito mais, se faz a história do único derbie do Minho e dos encontros com o nosso único rival ao longo de mais de 90 anos de História.
Naquela que é a rivalidade mais antiga de Portugal porque é expressão desportiva da rivalidade milenar entre duas comunidades.
Hoje recordo aqui cindo jogos que me ficaram na memória.
O "meu" primeiro derbie foi em 1966.
O Vitória tinha ganho em Braga por 5-3 e na segunda volta o adversário vinha a Guimarães em busca da desforra.
Puro engano.
Foi "aviado" com um concludente 6-2 com uma grande exibição(e hat trick) do brasileiro Djalma.
Depois em 1981 outro jogo memorável.
O Vitória tinha começado mal a temporada, sob o comando de Fernando Peres e Cassiano Gouveia, e na primeira volta perdera em Braga por 0-3 entre outros resultados menos conseguidos.
Foi então que Pimenta Machado tomou uma das suas melhores decisões em 24 anos de presidência.
Despediu os técnicos e contratou José Maria Pedroto.
Que chegou ao clube poucos dias antes do jogo com o Braga e teve o primeiro treino presenciado por milhares de pessoas entusiasmadas com essa fantástica contratação.
Foi o Braga que "pagou" pela chicotada psicológica!
Ao intervalo já ganhávamos por 4-0 com um "vendaval" de futebol ofensivo de altíssima qualidade como poucas vezes me lembro de ver no nosso estádio.
Na segunda parte apenas marcamos um golo que fez o 5-0 final um bocado por força da lesão do ponta de lança Blanker que teve de ser susbstituido ao intervalo com dois golos no pecúlio.
Raramente vi um treinador transfigurar tão bem uma equipa até então abúlica e nada entusiasmante num onze sedento de ambição e a jogar um futebol excelente.
Pedroto era...Pedroto!
A terceira memória vai para 1986/1987.
Em Braga na primeira jornada tínhamos ganho por 1-0, golo de Adão, num 1º de Maio com milhares de vitorianos e em que me estreei a fazer relatos na Rádio Guimarães acompanhado pelo Francisco Tadeu nos comentários e pelo Dino Freitas na parte técnica.
Um jogo inesquecivel por muitas razões.
Mas recordo especialmente o da segunda volta em que vencemos por 4-0 com um hat-trick de Paulinho Cascavel e um golo de Ademir numa exibição magnifica dos comandados por Marinho Peres.
A quarta memória é muito mais recente.
Na época de 2010/2011 um Braga eufórico resolveu trazer os seus adeptos a Guimarães de...comboio.
Vieram muitos, embora não tantos como propagandearam, mas no fim do jogo tiveram de ouvir a música "Apita o Comboio" a celebrar o triunfo vitoriano por 2-1.
Muito me diverti na segunda feira imediata, no Porto Canal, à custa do meu amigo António Duarte!
A ultima memória é de 2012/2013.
Nos quartos de final da taça o Braga, à época com uma grande equipa, veio a Guimarães disputar a passagem ás meias finais numa posição de teórico favoritismo face à temporada que ambas as equipas vinham fazendo.
Provando que num derbie não há favoritos venceu o Vitória, com dois golos e uma grande exibição de Barrientos, carimbando a passagem à eliminatória seguinte num percurso que só terminaria na "mais bela tarde vitoriana" no Jamor.
Memórias agradáveis de jogos entre velhos rivais.
Sexta feira há mais um.
E como a história nunca se repete, nem há dois jogos iguais, esperemos que enfileire no lote das boas recordações destes jogos.
Depois Falamos

Guimarães


Monte Saint Michel, França


domingo, abril 12, 2015

Rescaldo de Moreira de Cónegos

Quatro notas finais sobre o Moreirense-Vitória de má memória para os vitorianos.
1) Agora que o jogo já passou, e só para o ano haverá mais, devo dizer que não gostei mesmo nada da política de preços praticada pela direcção dos "cónegos" para este jogo.
Se sermos do mesmo concelho e haver imensos adeptos que sendo sócios de um clube também simpatizam com o outro (para além dos que são sócios de ambos) não significa nada para a direcção do Moreirense então o Vitória deverá levar isso em linha de conta para o futuro.
Colocarem bilhetes mais caros do que para o jogo com o Braga foi feio.
E o Moreirense tem mais a perder do que o Vitória com estas atitudes.
2) Aquando do jogo da primeira volta os responsáveis do Moreirense fartaram-se de falar da arbitragem.
Com óbvios exageros.
Desta vez calaram-se muito caladinhos porque a "encomenda" de terceiros lhes deu imenso jeito.
Acontece que um dos que falou então e se calou agora é presidente do Moreirense e já foi presidente do Vitória num tempo que nenhum vitoriano gosta de lembrar.
Ficaram-lhe tão mal as declarações da primeira volta como o silêncio de agora.
No que é apenas mais uma confirmação de que o Vitória não pode ter,nunca, presidentes que não sintam uma verdadeira e genuína paixão pelo clube.
E essa, ao contrário dos fatos que se fazem por medida, ou existe desde sempre ou... não existe!
3) Por questões disciplinares e de lesões o Vitória vai enfrentar o Braga com uma equipa severamente desfalcada.
Para uma equipa que não "assimilou" os empréstimos de Janeiro, que se viu desfalcada de peças importantes (Hernâni e Traoré), que tem jogadores nucleares em prolongada baixa de forma(Bernard é o exemplo mais flagrante mas não único) daria um jeito imenso ter no plantel opções como Defendi, Barrientos, Crivellaro ou Amorim.
Uma gestão desportiva totalmente errada,na reabertura do mercado, será sempre a principal responsável se o objectivo europeu não vier a ser atingido.
4) Os vitorianos, como sempre, disseram "presente" em Moreira de Cónegos. 
Apoiando a equipa de principio a fim sem hiatos nem assobios.
Não é neles, de certeza absoluta, que estão os responsáveis por esta deprimente segunda volta.
Depois Falamos.

O Nosso 14



Jogar com o Moreirense nunca foi fácil.
Há velhas histórias da Taça de Portugal que o comprovam.
E para este Vitória, fragilizado ao invés de fortalecido em Janeiro, em notória crise de confiança não há seguramente nenhum jogo que seja fácil nesta altura da época em que a conquista de pontos para o objectivo europeu se começa a tornar...dramática.
E aquilo que se temia...aconteceu.
Individualmente:
Douglas: Uma grande defesa, apenas, numa noite em que se limitou a agarrar dois ou três remates sem perigo desferidos de longe. No segundo golo nada podia fazer mas no primeiro...não sei.
Bruno Gaspar: Até começou bem com algumas jogadas em que subiu a preceito ao longo da linha. Depois da expulsão de Josué teve de se preocupar quase exclusivamente com defender. O "amarelo",evitável, afasta-o do jogo com o Braga.
Josué: Sem nada de especial para fazer até ao fatídico lance da expulsão em que dificilmente podia ter feito outra coisa. Uma baixa importante para sexta feira.
Moreno: Sofreu falta,não assinalada, no inicio do lance em que Josué foi expulso e daí a sua indignação nos protestos. No restante jogo foi um esteio na defesa sem qualquer responsabilidade nos golos.
Luís Rocha: Finalmente a oportunidade surgiu e ele fez por merecê-la. Excelente na assistência para o golo viu a sua propensão atacante prejudicada pela inferioridade numérica. A defender cumpriu pese embora os problemas que o flanco direito do adversário lhe causou ao longo de todo o jogo.
Cafu: Manteve, e bem , a titularidade como trinco. Após a expulsão de Josué recuou para central (estranho o Vitória,mesmo com as lesões de João Afonso e Kanu, não ter um central no banco quando de tarde a equipa B tinha três na ficha de jogo) e cumpriu não regateando esforços.Na fase final ainda apareceu em vários lances ofensivos rematando á baliza mas sem sucesso.
André: Um jogo de enorme esforço para o "capitão" vitoriano. Especialmente quando em inferioridade numérica, e perante a lesão de Alex, a opção foi entrar outro ala em vez de um médio que o ajudasse na "batalha" do meio campo. Um dos melhores vitorianos mas ainda longe do que já fez este ano.
Bernard: Um livre magistralmente marcado e que obrigou Marafona a apertada defesa e outro sem nexo nenhum em que a bola não saiu do estádio por pouco. Os paradoxos que traduzem a realidade deste jogador. Capaz do melhor e do pior e com uma irregularidade que aflige. E desvaloriza o que, ironicamente, pode nem ser mau para ele e para o clube.
Sami: Conforme se previa voltou a ser titular sabe Deus e Rui Vitória porquê. E se na primeira parte não se lhe pode negar o esforço e o empenho (mas nada mais)na segunda desapareceu do jogo até desaparecer do campo ao ser tardiamente substituído.
Tomané: O "sacrificado" do costume e alvo fácil para a dureza adversária. O pouco que a equipa fez em termos atacantes depois dos 20 minutos da primeira parte deveu-se a ele. Mas foi pouco e sem resultados. Merece, e muito, que Rui Vitória aposte num esquema táctico em que ele possa tirar partido das suas potencialidades e não como o actual em que é "pau" para toda a obra.
Alex: Começou muito bem um jogo que lhe deixa péssimas recordações. A jogar no "seu" lugar estava a ser um dos mais influentes jogadores da equipa e a ter papel determinante no bom inicio de jogo vitoriano. Fez um golo de excelente recorte técnico e depois lesionou-se com gravidade ao ponto de se temer que a época tenha acabado para ele.
É uma baixa tremenda ainda para mais numa altura em que as opções de qualidade,nos flancos, não abundam.
Plange: Com o Vitória em inferioridade e Alex obrigado a sair por lesão foi motivo de profundo espanto a opção por um ala quando o centro do terreno é que precisava de ser "povoado". E ainda por cima um ala cuja influência no jogo foi quase nula. Teve uma oportunidade mas rematou mal e os vários cruzamentos que fez foram facilmente anulados pela defensiva adversária.
Uma insistência que não se percebe.
João Pedro: Entrou bem. Deu ao meio campo esclarecimento, posse de bola, capacidade de luta. Devia ter entrado muito mais cedo (quando Alex saiu) e "reclama" claramente mais oportunidades. É um talento em ascensão.
Álvez: Não teve ensejos de visar a baliza nem uma equipa com capacidade para o servir condignamente. Esforçou-se,é inegável, mas sem sucesso. Se tem entrado de inicio, com Tomané e Alex nos flancos, talvez a história pudesse ter sido outra. Talvez...
Assis, Bouba, Otávio e Ivo Rodrigues não foram utilizados.
O Vitória sai de Moreira de Cónegos com a Europa por um fio.
Com a equipa desfalcada por tudo que se sabe acabou a margem de erro por mínima que seja.
Nos próximos jogos, a começar pelo derbi de 6ª feira, não há espaço para invenções nem para o cumprir de eventuais clausulas ocultas dos empréstimos que se sabe.
Tem de jogar os melhores do plantel (A e B) nos sítios em que o seu rendimento possa ser optimizado em prol da equipa e das aspirações do clube.
Caso contrário será um descalabro "anunciado".
Depois Falamos