Há mais de 45 anos a seguir o clube já perdi a conta ao número de jogos que vi entre Vitória e Braga ao longo de todo este tempo.
Em futebol, andebol, basquetebol.
Masculinos nas outras modalidades e femininos no basquetebol.
Especialmente no futebol não tem conta.
Em seniores (A e B), em juniores, juvenis e iniciados.
Na Amorosa, no D. Afonso Henriques e no 1º de Maio em Braga.
Triunfos, empates, derrotas, grandes jogos e outros que nem tanto.
Momentos de grande convergência (numa certa época em que um empate dava jeito...) e outros de grande turbulência e incidentes dentro e fora dos estádios.
De tudo isso, e muito mais, se faz a história do único derbie do Minho e dos encontros com o nosso único rival ao longo de mais de 90 anos de História.
Naquela que é a rivalidade mais antiga de Portugal porque é expressão desportiva da rivalidade milenar entre duas comunidades.
Hoje recordo aqui cindo jogos que me ficaram na memória.
O "meu" primeiro derbie foi em 1966.
O Vitória tinha ganho em Braga por 5-3 e na segunda volta o adversário vinha a Guimarães em busca da desforra.
Puro engano.
Foi "aviado" com um concludente 6-2 com uma grande exibição(e hat trick) do brasileiro Djalma.
Depois em 1981 outro jogo memorável.
O Vitória tinha começado mal a temporada, sob o comando de Fernando Peres e Cassiano Gouveia, e na primeira volta perdera em Braga por 0-3 entre outros resultados menos conseguidos.
Foi então que Pimenta Machado tomou uma das suas melhores decisões em 24 anos de presidência.
Despediu os técnicos e contratou José Maria Pedroto.
Que chegou ao clube poucos dias antes do jogo com o Braga e teve o primeiro treino presenciado por milhares de pessoas entusiasmadas com essa fantástica contratação.
Foi o Braga que "pagou" pela chicotada psicológica!
Ao intervalo já ganhávamos por 4-0 com um "vendaval" de futebol ofensivo de altíssima qualidade como poucas vezes me lembro de ver no nosso estádio.
Na segunda parte apenas marcamos um golo que fez o 5-0 final um bocado por força da lesão do ponta de lança Blanker que teve de ser susbstituido ao intervalo com dois golos no pecúlio.
Raramente vi um treinador transfigurar tão bem uma equipa até então abúlica e nada entusiasmante num onze sedento de ambição e a jogar um futebol excelente.
Pedroto era...Pedroto!
A terceira memória vai para 1986/1987.
Em Braga na primeira jornada tínhamos ganho por 1-0, golo de Adão, num 1º de Maio com milhares de vitorianos e em que me estreei a fazer relatos na Rádio Guimarães acompanhado pelo Francisco Tadeu nos comentários e pelo Dino Freitas na parte técnica.
Um jogo inesquecivel por muitas razões.
Mas recordo especialmente o da segunda volta em que vencemos por 4-0 com um hat-trick de Paulinho Cascavel e um golo de Ademir numa exibição magnifica dos comandados por Marinho Peres.
A quarta memória é muito mais recente.
Na época de 2010/2011 um Braga eufórico resolveu trazer os seus adeptos a Guimarães de...comboio.
Vieram muitos, embora não tantos como propagandearam, mas no fim do jogo tiveram de ouvir a música "Apita o Comboio" a celebrar o triunfo vitoriano por 2-1.
Muito me diverti na segunda feira imediata, no Porto Canal, à custa do meu amigo António Duarte!
A ultima memória é de 2012/2013.
Nos quartos de final da taça o Braga, à época com uma grande equipa, veio a Guimarães disputar a passagem ás meias finais numa posição de teórico favoritismo face à temporada que ambas as equipas vinham fazendo.
Provando que num derbie não há favoritos venceu o Vitória, com dois golos e uma grande exibição de Barrientos, carimbando a passagem à eliminatória seguinte num percurso que só terminaria na "mais bela tarde vitoriana" no Jamor.
Memórias agradáveis de jogos entre velhos rivais.
Sexta feira há mais um.
E como a história nunca se repete, nem há dois jogos iguais, esperemos que enfileire no lote das boas recordações destes jogos.
Depois Falamos