sexta-feira, dezembro 19, 2014

Um Erro

Há coisas que não são seguramente feitas por mal.
Mas revelam falta de ponderação, de sensibilidade, de conhecimento do que é o equilíbrio das coisas e do que deve ser a gestão de um grupo de trabalho com a complexidade  inerente ao futebol profissional.
O Vitória levou a cabo, e muito bem, a sua 1ª Gala (primeira e não quinta ou vigésima segunda) durante a qual atribuiu a diversas personalidades do clube os "Prémio Conquistador" em quatro categorias distintas:
Mérito Desportivo, Dedicação, Reconhecimento e Fidelidade.
Confesso que quando soube os nomes dos distinguidos "arrepiei-me" ao ver que deles não constava Rui Vitória.
Porque se tratava da primeira primeira gala era absolutamente imperioso reconhecer o notável trabalho que este treinador,e cidadão que tão bem absorveu os nossos valores e a nossa cultura vitoriana, tem vindo ao longos dos últimos quatro anos a desenvolver no nosso clube e atribuir-lhe um dos prémios.
E ele "cabia" em qualquer das categorias.
Mérito desportivo pela conquista da Taça de Portugal (recordo que foi a primeira Gala pós Jamor pelo que não haverá segunda oportunidade) na mais bela tarde vitoriana.
Dedicação pela forma abnegada como tem ultrapassado problemas e contrariedades sempre pondo o clube em primeiro lugar e sem atitudes de azedume ou contrariedade.
Reconhecimento pela forma extraordinária como tem sabido lançar jovens futebolistas, apostar na formação e criar possibilidades de negócios essenciais à subsistência do clube.
Fidelidade porque ao longo dos anos tem permanecido fiel ao projecto, ao clube e resistido a tentativas de ir para outras paragens onde ganharia mais dinheiro e teria menos problemas.
Cabia em qualquer das categorias.
A verdade é que não foi premiado em nenhuma.
Ao mesmo tempo que outros treinadores de futebol do clube eram alvo de reconhecimento por feitos que com todo o respeito (nomeadamente pelo Tozé Mendes que liderou a equipa campeã nacional de juvenis) não tem a dimensão nem a importância do triunfo na taça de Portugal.
Há erros importantes que eram perfeitamente escusados.
E cuja dimensão efectiva só o futuro permitirá avaliar devidamente.
É pena.
Depois Falamos.

P.S. Não estou de acordo com Rui Vitória em todas as suas opções (lá está, em cada um de nós há um bocadinho de treinador) mas daí à ingratidão que seria não reconhecer o mérito e a valia do seu trabalho há uma distância que nunca transporei.

4 comentários:

Anónimo disse...

Também reparei nisso. Se calhar subentenderam a presença deles na apresentação no livro de Rui Vitória como um sinal de reconhecimento pré Gala!? Seja como for, é uma falha imperdoável, Sr. Luís Cirilo.
Um Mister como Rui Vitória que transformou uma equipa montada para não descer de divisão numa amálgama possibilidade de ganhar o Título ou de, pelo menos, chegar perto dele, ganha o mérito de ser reconhecido intramuros, dê por onde der. Se não puder ser todos os dias, pelo menos uma vez por ano. Nem que tivessem que lhe dar um calendário na gala!!
Esquecimentos vergonhosos destes que não se entendem!
Como tudo está sempre em aberto no Vitória desde que me conheço, caso ele saia em Janeiro (como ninguém está à espera de isso acontecer), mas vá que não vá, suponhamos que o Porto ou Benfica o venham buscar num daqueles repentes amalucados de última hora!? Com que cara vai ficar a direção por ter perdido esta oportunidade que nunca são poucas? Aqui, só se dá valor a quem já cá não mora.
Ele há cada um!
Já o deviam ter feito com Manuel Machado quando ele passou por cá e o homem continua em branco de reconhecimento pela Cidade que o viu nascer. E agora a história repete-se com o ribatejano Rui Vitória. É um atrás do outro.
Direção do Vitória e Rui Vitória não se merecem. Ingratos, é o que eles são, Sr. Luís Cirilo. Esperemos é que o Mister tenha compaixão que chegue para aturar os responsáveis por estes desleixos e que saiba que há adeptos como nós atentos a estas coisas.

Quim Rolhas

Anónimo disse...

Ora aqui está um post em que estou inteiramente de acordo consigo. Uma grande falha. Este homem merecia esse reconhecimento, pelo menos desportivo, antes de qualquer outro.

Anónimo disse...

Permita-me discordar Caro Cirilo desta sua posição, mas, aquilo que eu entendo que foi intenção de quem premiou os galardoados foi distingui-los pelos feitas da época passada e a taça já foi à dois anos, a época passada foi para a equipa principal uma época mediana. Dito isto estou de acordo que a cada época se premeie a excelência. Penso que não foi (digo eu) intenção de ninguém inferiorizar o Rui Vitória que toda a gente chegada ao Vitória tem em mais alta consideração.
J.M.

luis cirilo disse...

Caro Quim Rolhas:
Devo dizer-lhe que falo com todo o à vontade deste assunto porque nunca mais falei com Rui Vitória desde que saí da direcção. E é com esse à vontade que me indigno com esta omissão e com idêntico à vontade que me parece que há alguns sinais menos positivos no relacionamento entre técnico e direcção. E já que fala da Gala e do livro dou-lhe um exemplo: achei absolutamente despropositada a forma como o presidente se referiu a uma futura saída do treinador para o SLB. A propósito de nada (nem RV quer sair nem o SLB anda em busca de treinador) levantou-se uma questão sem qualquer interesse ou oportunidade. A seguir vem a Gala e não recebe o galardão que bem merecia. Ponha-se no lugar dele e verá que as conclusões não são agradáveis.
Caro Anónimo:
Merecia certamente.
Caro J.M:
O justo galardão atribuido a Jaime Pereira da Cunha foi por anos e anos de apoio ao clube. Não foi pelo apoio prestado a época passada. esse argumento é bem intencionado mas não serve para justificar o erro