Demagogia Cíclica

O futebol português é bem melhor dentro das quatro linhas do que fora delas.
Pese embora as arbitragens, os critérios disciplinares sem uniformidade, a falta de condições de alguns recintos para neles se disputarem competições profissionais.
Mas o maior problema está fora.
Numa Liga pateticamente paralisada há muitos meses face a um presidente sem vergonha que se agarra ao que pode para se manter num lugar em que a esmagadora maioria dos clubes não o quer.
E nos clubes.
Onde periodicamente aparecem uns "profetas" a pregarem a transparência, a revolução e "os amanhãs que cantam".
 Prometendo fazer o que os outros não fizeram, descobrir o que os outros não tinham descoberto, e assumirem a verdade desportiva por oposto à corrupção dos outros.
Infelizmente palavras leva-as o vento.
E de boas intenções está o inferno cheio!
Mas em boa verdade esses demagogos, de aparição cíclica, tem um prazo de validade.
Que normalmente se inicia com a respectiva eleição, dura enquanto conseguem através da diabolização de Pinto da Costa (sempre o alvo a abater como protótipo de dirigente que não "pode" existir) explicar os insucessos próprios e termina quando os adeptos dos clubes percebem que para lá da teoria a prática e os resultados não mudaram.
Foi assim com Jorge Gonçalves no Sporting e Vale e Azevedo no Benfica a titulo de exemplo.
E assim será, por este caminho, com Bruno de Carvalho.
Que chegou ao futebol, qual Che Guevara, convencido que ele era a revolução que ia varrer o passado negro e instaurar a nova ordem.
Infelizmente, para ele e para o seu clube,tem-se perdido em polémicas inúteis, em frases de duvidoso gosto, em considerações sobre terceiros que não lhe cabiam.
Pelo caminho atira uma pressão imensa para o treinador e para os jogadores exigindo-lhes títulos que manifestamente a valia do plantel leonino não permite ambicionar a par de,ao arrepio do que apregoa, mergulhar nas "velhas práticas" de responsabilizar os árbitros pelos insucessos da equipa.
O futebol português não é,longe disso, um mar de rosas nem um viveiro de dirigentes exemplares.
Mas passava bem sem estes fundamentalistas de ego elevado, que se auto revestem de uma aura messiânica e se acham capazes de inventar um novo futebol e uma nova gestão desportiva.
Humildade precisa-se.
E bom senso também.
Depois Falamos