Eu explico.
Durante décadas a comunicação social vimaranense foi pujante na diversidade, embora na maior parte dos casos a pujança não fosse acompanhada pelo desafogo financeiro, permitindo aos cidadãos disporem de uma oferta diversificada em termos de posicionamento politico dos jornais e dos seus colaboradores e colunistas.
Foi o tempo em que nas bancas se encontravam o "Comércio de Guimarães", o "Noticias de Guimarães", "O Povo de Guimarães" , e o "Expresso do Ave (ex Toural) para além de durante alguns períodos existirem também "Voz de Guimarães" e o "Semanário de Guimarães".
Para além do "Reflexo" (de Caldas das Taipas) e "O Cónego" de Moreira de Cónegos.
E. claro, o "Desportivo de Guimarães" esse bem sucedido exemplo de semanário desportivo a nível regional.
A par desses as tradicionais Rádio Santiago e Rádio Fundação.
Depois surgiram as televisões na net e o "Guimarães Digital" um exemplo bem sucedido de jornal digital.
Em termos de diversidade Guimarães não temia comparações com qualquer outro concelho do país.
Depois, por razões diversas mas indissociáveis dos recursos financeiros, o panorama alterou-se para muito pior.
E boa parte desses meios de comunicação social encerrou portas.
Sobreviveram os pertencentes ao grupo Santiago, a Rádio Fundação, o "Reflexo" e a "Guimarães TV".
Em termos de jornais semanários apenas "Comércio de Guimarães" e "Desportivo de Guimarães".
Passou-se do quase 80 ao quase 8.
E isso é mau.
Porque a concorrência é salutar, a diversidade mais democrática, a possibilidade de escolher uma forma de exercer a cidadania.
Hoje a nível de informação politica (mas também desportiva) isso nota-se com clareza meridiana os vimaranenses só tem duas fontes locais (há sempre a imprensa nacional que nos liga imenso como é sabido...) onde "beberem" as noticias .
Os orgãos de comunicação do grupo Santiago( Rádio Santiago, Comércio de Guimarães, Desportivo de Guimarães, Guimarães Digital e revista Bigger) e a Rádio Fundação.
Com o devido, e merecido, respeito por todos quantos neles trabalham é um pouco...claustrofóbico.
Porque, admito que dificil de contrariar no contexto, se nota o peso do poder institucional politico e desportivo em detrimento do que durante muito tempo existiu que era o encontrar na comunicação social local a tal variedade que permitia aos cidadão a opção de escolherem.
E de compararem.
E de verem o exercício do contraditório com uma amplitude que hoje não existe.
A "crise" económica explica muita coisa mas não explica tudo.
E por isso se deseja que num futuro próximo exista a "retoma" da tal diversidade informativa, nomeadamente a nível de jornais, que foi durante muitos anos apanágio de Guimarães e tornou a sociedade vimaranense privilegiada em comparação com outras comunidades de dimensão idêntica ou até maior.
Será excelente para os vimaranenses.
E também para a comunicação social existente que bem precisa de concorrência a "sério".
Depois Falamos.
P.S: Que fique claro, porque há por aí alguma "gentinha" que adora deturpar o que eu escrevo, que tenho o maior apreço pelo trabalho das administrações do Grupo Santiago e da Rádio Fundação.
Que conseguiram em tempos de grande dificuldade manter os seus orgãos de comunicação a funcionar.
Se hoje existe o tal "monolitismo informativo" a responsabilidade não é seguramente deles.
8 comentários:
É a vida. Uns morrem, outros nascem. No fim ninguém escapa.
Siceramente disso não percebo nada.
O que eu sei é que o meus empregados ouvem Santiago de manhã e Fundação à tarde.
Fora de casa ouço TSF e Comercial. Aliás, quando chego de viagem de qualquer sítio, a primeira coisa faço é ligar o rádio. Faz-me sentir em casa.
Quim Rolhas
Caro Quim Rolhas:
O tema desta publicação restringe-se à imprensa local.
É claro que se formos para outros âmbitos não faltam opções.
Não acredito, sinceramente, que haja muitas terras com melhor leque de informação local, do que Guimarães.
Mesmo muitas capitais de distrito, nem de longe nem de perto, se comparam a Gmr.
São raríssimos os exemplos, e sei do que estou a falar.
Como é evidente, é sempre possível fazer melhor.
Os que ficaram, não são culpados.
Apenas acreditaram.
Talvez um dia, apareçam.
JPO
Faltou indicar o quinzenário "O Conquistador" propriedade da Fábrica da Igreja Paroquial de Nª Sª da Oliveira, que embora pequeno nas suas 8 páginas, também é "gente".
Compreendo o texto de Luis Cirilo, e até concordo com alguns aspectos.
Nunca fui muito dado a rádios e jornais, mas tenho de reconhecer como vimaranense (adoptado), que fico satisfeito com o que me chega a casa.
Ou seja sei o que se vai passando em Guimarães.
E isto basta-me.
Caro JPO:
Fui claro a elogiar os que souberam resistir à crise.
Embora isso não os dispense do dever da isenção e da independência dos poderes.
Caro Anónimo:
É "gente" é claro.
E gente que também sabe resistir à crise.
Caro Anónimo:
Tem é de ter a certeza que o que lhe vai chegando corresponde a toda a realidade e não apenas a uma parte dela.
...então, perante esse ponto de vista, o melhor mesmo é deixar de ler jornais e ouvir rádios!
Caro Anónimo:
O ideal será a oferta de uma maior diversidade na oferta. desistir de ler ou ouvir é sempre má solução
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