sexta-feira, julho 04, 2014

Democracia

Em Portugal tudo se discute, tudo se debate, tudo se escrutina.
O Presidente da República.
O Parlamento.
O Governo.
A Oposição.
Os Partidos.
O Tribunal Constitucional,o Tribunal de Contas e todos os outros tribunais.
A PSP e a GNR.
A Igreja católica.
A Maçonaria e o Opus Dei.
A FPF.
A LPFP.
E muito mais organismos, instituições e associações.
É a vantagem inigualável de viver em liberdade e democracia.
Em Guimarães, infelizmente, ainda há quem viva no antes do 25 de Abril de 1974.
Quem entenda uma critica à Câmara como uma blasfémia e uma discordância com a direcção/SAD do Vitória como um sacrilégio.
E se uns manifestam isso de uma forma civilizada, mais que não seja no apelo a um unanismo que nada justifica porque a razão nunca pode ser submetida à paixão, outros escolhem outras vias de manifestarem a discordância através do apelo à grosseria, à má educação e ao insulto cretino.
Sempre a coberto do anonimato que lhes define o carácter.
Por iniciativa própria, por pura sabujice aos poderes se calhar na esperança de que da mesa caiam umas migalhas, ou por receberem instruções para assim procederem.
Pouco importa em boa verdade.
Em democracia quem exerce o poder, politico ou desportivo, sabe que está sujeito ao escrutínio popular e a elogios ou criticas consoante o mérito ou demérito da forma como as funções são exercidas no dia a dia.
Em democracia sempre assim foi e sempre assim será.
Por mim, devo dizer, sou completamente imune a essas formas de pressão e tentativas de condicionamento.
Há trinta anos (desde que em 1984 o dr. Barroso da Fonte me convidou para colaborar no "Comércio de Guimarães" então por ele dirigido)que escrevo com absoluta liberdade intelectual sobre o que me apraz.
Politica, futebol, desporto em geral, cinema, livros, etc.
Procurando sempre ser justo no elogio para ser credível na critica.
Não é agora que vou mudar.
No meu blogue, nas minhas duas páginas de facebook, na comunicação social que de quando em vez me convida para uns artigos de opinião ou em sites ligados ao vitorianismo continuarei sempre a exprimir o que penso sobre cada assunto, cada facto, cada acontecimento.
Sem preocupações de imagem ou cuidados especiais para não desagradar a este ou aquele.
Escrevo.
E assino. Assumindo plenamente a responsabilidade de ter opinião.
Sempre assim foi.
Assim continuará a ser.
Depois Falamos.

P.S Sou católico, embora fraco praticante, e acredito em Deus.
Não me peçam é para acreditar nos dogmas dos homens.
Então de alguns...

4 comentários:

Anónimo disse...

É por esses ditos que o Sr. Luís Cirilo é cá dos meus.
Acabaria por aqui o meu comentário, somente para o felicitar, se não tivesse mais nada a dizer. Mas tenho.
Sr. Luís Cirilo, apesar de muitas vezes termos visões antagónicas em alguns pormenores, coincidimos no essencial dogmático dos princípios que defendemos. Só assim é possível o bom funcionamento das entidades democráticas presentes na sociedade civil, onde Guimarães nunca será excepção à regra.
A chave para a resolução dos contlitos locais, motivados por exacerbadas paixões e ódios, sejam políticos ou desportivos, necessitam de tolerância, respeito e compreensão mútuos. Guimarães é um meio muito pequeno com ares de grandeza pouco reconhecida a nível nacional, mas vai fazendo figura no plano internacional quando é chamada ao palco e corresponde à altura na realização de grandes eventos internacionais, na área da cultura e mais recentemente, no desporto.
Concordo que no chega para lá até à cadeira do poder, a maioria partidária aproveita-se das opiniões divergentes para colocar os autores numa lista negra, onde quem entra nunca mais de lá sai. Passa a cadastrado, mal-amado ou persona non grata. Daí que o anonimato vai sendo a única forma de liberdade de opinião que mais convém a quem pensa diferente e é tão louvável como aquele político que é pago com o dinheiro de nós todos e sai da sala como tiques de quem o rei na barriga.
Só mais uma coisa...
Hoje, por exemplo, li a entrevista de Júlio Mendes ao Desportivo de Guimarães e reparei que o Presidente do Vitória, nem sei se ainda lhe posso chamar isso, mesmo na qualidade de figura pública, não aceita de bom grado as críticas que lhe são dirigidas nas redes sociais. Não me refiro ao insulto ou à grosseria porque dessas palavras ninguém gosta.
Confesso, Sr. Luís Cirilo, que fiquei desiludido em saber que Júlio Mendes sente mágoa por esses "assobios" verbais que lhe são dirigidos, alguns do quais com razão e inteira justiça, sobretudo por se ter posto a jeito quando foi candidato à Liga e ter desistido surpreendetemente depois de ter perdido apoios importantes. É uma reacção em tudo idêntica à maioria instalada quando ouve quem lhe bate o pé.
Até podia se ter candidatado à Liga desde que obtivesse o aval moral dos sócios e muitos até lhe fariam um tapete de flores para ele passar porque na verdade está a faltar ao Vitória alguém bem colocado nas mais altas instâncias do futebol. Por essa perspectiva, o Presidente ganharia o meu respeito, mas não foi isso que ouvia nos aturados debates dos mais restritos grupos de ilustres sócios do Clube. Agora não interessa adiantar mais.
Da minha parte, nunca achei que ele fosse um mau Presidente. Nada disso. Gerir um clube sem dinheiro como o Vitória não é para tesos e ele tem se safado muito bem, apesar do seu devaneio ilusório pela Liga. Até que deu a entender nas entrelinhas que foi preciso bater no fundo do poço para que finalmente surgisse uma entrevista tão aprofundada da realidade vitoriana.
Enquanto o Sr. Luís Cirilo manifesta as suas opiniões publicamente em publicações locais e na internet, um Presidente não pode estar uma época inteira ou metade dela remetido ao silêncio e só aparecer a falar sem papas na língua quando se transfigura como candidato à Liga. Ou seja, tínhamos homem calado enquanto Presidente do Vitória, e outro falador enquanto candidato à Liga e ainda mais tagarela quando de lá saiu.
Está finalmente no bom caminho.
O diálogo, desde que não seja monólogo, é fundamental para uma mensagem ser entendida na sua verticalidade.
Deixe-me ainda frisar que ainda não engoli aquelas pazes com o Braga e espero que ele se redima sentado mais vezes no banco, ao lado de Rui Vitória, principalmente quando o Vitória jogar fora de casa. Nesse caso, seria merecedor incondicional da minha admiração, uma vez que tanto tem criticado a falta de coragem de quem não dá a cara para o criticar nas argoladas que vai metendo.
E para que não restem dúvidas, termino assinando,

Quim Rolhas

luis cirilo disse...

Caro Quim Rolhas:
O seu interessantissimo comentário dava pano para mangas.
Dir-lhe-ei o seguinte: Quando nos candidatamos ao exercício de funções públicas, sena numa autarquia seja num clube, temos de estar preparados para conviver com os elogios e com as criticas consoante aquilo que vamos fazendo ou deixando de fazer.
É evidente que nas redes sociais se assistem a exibições de grosseria, má educação, calúnia e insulto verdadeiramente inaceitáveis e que merecem a firme condenação de todos. E aí percebo que o presidente do Vitória se sinta indignado e nisso tem a minha total solidariedade. até porque,como sabe, sou "vitima" desse tipo de comportamentos com alguma assiduidade nomeadamente em certos fóruns onde o anonimato dá cobertura para tudo e por isso percebo bem a indignação. Já as criticas assinadas, com "rosto", e que se dirigem aos actos de gestão e não ás pessoas que os praticam esses fazem parte do que é normal numa sociedade livre e democrática.
E quando ocupamos um cargo não porque mais ninguém o queira mas porque vencemos eleições em disputa com outro candidato (e com projectos bem diversos como a SAD ou não SAD)temos de aceitar como normal que exista uma franja de criticos que não se revêem no que está a ser feito.
É a vida.

il disse...

« Em Portugal tudo se discute, tudo se debate, tudo se escrutina...» Não é bem assim, caro Cirilo.

Hoje escrevi um comentário no «Público» em que exortava o jornal em questão a ser honesto e dizer que 1º os de Gaza bombardearam Israel e 2º Israel bombardeou os de Gaza -CENSURADO!!! Nem disse que as IDF avisam os escudos humanos, que vão bombardear. E depois o meu primo de Stª Comba é que era "fâxista"

luis cirilo disse...

Cara il:
São as tais verdades que incomodam.