Não valerá a pena dizer muito mais sobre a enfadonha telenovela Benfica-Sporting,gostosamente alimentada por tudo quanto é orgão de comunicação social,em volta do acontecido na Luz no passado sábado.
Desde logo porque nada trouxe de novo.
Incidentes, cadeiras arrancadas, cadeiras a arder (e não foi nenhuma fogueira gigantesca ao contrário do que alguns querem fazer crer),declarações patéticas de lado a lado, de tudo isso está a história destes jogos cheia a deitar por fora.
Há coisas que são para mim claras.
Os culpados por exemplo.
Que são os vândalos da claque do Sporting e alguns irresponsáveis da direcção do Benfica.
Porque uns não tem o direito de destruir,vandalizar,incendiar.
Mas os outros também não tem o direito de acicatarem ânimos,tratarem pessoas como gado,desprezarem as regras de segurança e conforto que existem para que o futebol seja um espectáculo de multidões.
O Benfica tem o direito de tomar as medidas de segurança que entender no seu estádio isso não se discute.
Ainda por cima autorizadas por Liga,PSP e Bombeiros.
Mas é imoral fazê-lo nas condições em que foram feitas,negando acesso a casas de banho e bares ,protelando a entrada de imensos adeptos leoninos no estádio.
Para além de ser uma medida claramente provocatória estrearem a "jaula" precisamente num jogo marcado por uma rivalidade quase centenária.
Em vez de uma decisão que abarcasse todos os clubes, sendo implementada desde o inicio da prova ,pareceu muito mais uma "jaula" à medida!
E depois tudo o resto.
As declarações infelicíssimas de um "papagaio" que fala em nome de dirigentes que se escondem.
Mas não se escondem tanto que não tenham dado,mais uma vez,azo a incidentes num dos mais importantes centros de poder oculto do nosso futebol:
O túnel da Luz.
Onde aposto que desta vez as câmaras estavam desligadas.
Enquanto isso, a norte, no "Dragão" assistiu-se ao regresso ás velhas práticas de coacção sobre jornalistas cujo trabalho desagrada aos responsáveis do Porto.
Foi um mau fim de semana em termos de imagem do futebol português.
Com atitudes claramente reprováveis dos dirigentes dos chamados "grandes.
Que ao invés de prestigiarem a industria do futebol, valorizando-a com espectáculo dentro das quatro linhas e sensatez fora dela, a empurram para o tempo da" pedra lascada" em que o "vale tudo" era lei.
E o pior é que não se vê na LPFP, na FPF e até no Governo uma vontade firme de obrigar às mudanças necessárias.
Que passa por impor a Lei,castigar quem prevarica,denunciar quem não cumpre as regras sem olhar a camisolas ou emblemas.
Depois Falamos