A história é conhecida.
Sócrates,no Parlamento,garantiu aos deputados que nada sabia acerca da intenção da PT em comprar parte do capital social da TVI.
Manuela Ferreira Leite acusou-o de estar a mentir.
O que veio posteriormente a confirmar-se.
Apanhado com a" boca na botija "Sócrates viu-se obrigado a admitir que não tinha conhecimento oficial do assunto mas apenas um conhecimento informal.
Ficamos todos muito mais tranquilos.
O senhor primeiro ministro não mente oficialmente.
Apenas informalmente.
Ditosa Pátria que tais filhos produz.
Depois Falamos
6 comentários:
O que é uma mentira ? Segundo o dicionário, é afirmar aquilo que sabemos perfeitamente que é falso, negar ou calar aquilo que se devia dizer.
A partir desta definição, as exagerações partidárias, as bisbilhotices, as meias-verdades, são todas mentiras!
Na política, do Primeiro Ministro até ao simples deputado, todos escondem, contornam, deformam sistematicamente a verdade, sem ressentir o mínimo embaraço.
Cegados pelo poder, a gloria, as limusines, a lisonja dos amigos de companhia, os políticos fazem-se importantes e mentem sem vergonha.
Vou fazer uma concessão : nem todos;, claro está !
O que é paradoxal é que a palavra ‘mentiroso’, é, em principio, banida da Assembleia da Republica e que todos aqueles que a utilizam ou a ela fazem alusão, sejam intimados a retirà-la. Se eles recusam são expulsos por um dia!
Em política pois, a mentira e o a falsidade são moeda corrente. Aqueles que, por fidelidade aos seus princípios mais sagrados, dizem aquilo que pensam, são tratados de párias pelo seu próprio partido. Isto é, aqueles que agem francamente, cometem um acto vil, enquanto que aqueles que se calam ou camuflam as suas intenções, dão prova de respeito e de lealdade.
E porque é que a mentira é rentável ? Muito simplesmente porque o povo a recompensa, pois que finalmente, é sempre o melhor mentiroso que ganha!
A rentabilidade da mentira foi demonstrada tantas vezes que esta é agora o alfabeto da linguagem política. Num político experiente, a mentira acaba por ser uma segunda natureza, um reflexo.
Cumprimentos
Freitas Pereira
Com esta conjuntura, até que ponto é possível manter como Primeiro-Ministro um homem de quem o povo suspeita, que acumula histórias passadas em realidades ocultas, e que mente ao Parlamento?
Pena quando eu era miudo não me ter lembrado dessa coisa do mentir formalmente ou informalmente! Tinha-me livrado de alguns castigos!
Caro Freitas Pereira:
Não tenho uma visão tão pessimista sobre a politica e os politicos.
Embora concorde que para muitos o limite entre verdade e mentira é uma linha muito ténue.
Agora quando se trata de um primeiro ministro,a mentir de forma tão evidente,é que lança fundadas duvidas sobre o valor da mentira perante o eleitorado.
Que infelizente parece ser cada vez menos.
Ou seja os principios estão cada vez mais arredados dos critérios de escolha politica dos candidatos.
O que dá cabo da democracia.
Caro António:
Ora ai está uma excelente questão.
Que infelizmente não cabe a nós responder.
Caro João:
Traumas de infância pelo que vejo
Tem razão, Caro Amigo, sem duvida, a democracia é vitima todos os dias da mentira oficial, organizada , maciça e vergonhosa.
Existem exemplos terríveis onde foram as próprias democracias que erigiram a mentira como política oficial. E é isso que faz mal à democracia.
Os principais governos do planeta são postos em perigo pelos seus próprios ataques à honestidade. Só quatro exemplos:
A opinião publica dos EUA e da G.Bretanha que tinha tolerado a guerra contra o Iraque, suporta muito mal que os argumentos publicados para obter o seu acordo nunca tivessem sido provados: armas de destruição maciça! Bush e Blair escapam à punição por que são países democráticos!
Em França, o caso Chirac e Juppé, acusados de corrupção na gestão do dinheiro da Mairie de Paris e outros casos idênticos. Escapam também graças à “compreensão’ democrática !
Em Israel quando Sharon fez libertar 450 prisioneiros Palestinos em troca de um homem de negócios só Israelita, esquecendo de dizer que era um membro da sua família! Israel é a única democracia do Médio Oriente.
Na Espanha, quando Aznar , antes do inquérito oficial, acusa rapidamente os separatistas bascos dos 200 mortos e 1400 feridos do atentado de Atocha!
E tudo isto porque uma eleição se aproximava da data fatal!
Que pensar da política berlusconiana, do grande mentiroso , em frente de quem até o Eterno vira as costas!
Todas democracias.
Sem ir buscar as mentiras de Hitler, Goebells e Staline, propaganda pura do regime político vigente nesses países, mas que têm uma atenuante : eram países totalitários!
Os Azanar, Bush, Powell, Blair, Chirac, Sharon e outros Berlusconi, são os manipuladores inteligentes, grosseiros, originais ou estereotipados do mentiroso político democrático por excelência ?
E neste campo da mentira, durante muito tempo e talvez mesmo ainda hoje, a CIA tinha-se transformado num agente de desinformação universal, porque ela sentia uma necessidade irrepreensível de « comunizar » os seus adversários, fossem eles pouco violentos como Martin Luther King, e de « democratizar » os seus amigos, mesmo se ele se chamassem Duvalier ou Franco, e mesmo se eles detinham Mandela na prisão.
Socrates, um aprendiz medíocre e inábil, que leva tempo a compreender que a mentira já não recompensa ?
Caro Cirilo, no dia em que a Mentira e a Politica,forem para o Divorcio no Tribunal do Povo, ainda não é amanha!
Caro Freitas Pereira:
Creio que o cidadão comum,pessoa com virtudes e defeitos,tolera que os politicos se enganem.
Não gosta é de ser enganado!
E os casos que cita,e muitos outros poderia citar infelizmente,são precisamente o exemplo daquilo que o cidadão não tolera.
QUe é ver politicos a tentarem enganá-los de forma premeditada.
Hoje,muito mais que uma luta entre esquerda e direita em nome de ideologias moribundas,o que marca a linha de fronteira entre os lideres (nos vários escalões)é a verdade,a seriedade e a transparência.
E não tenhamos duvidas que nessa matéria a opinião pública nunca é suficientemente exigente.
Porque chegaos ao que chegamos precisamente por os cidadãos tantas e tantas vezes decidirem o seu voto em função do acessório fechando os olhos em relação ao essencial.
Concordo que não é para amanha o divórcio entre mentira e politica.
Mas exigi-lo deve ser a nossa obrigação de cidadania.
Ontem,hoje e amanha!
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