quarta-feira, janeiro 07, 2009

Vencimentos & Afins

Li recentemente uma entrevista do dr Almeida Santos, ex presidente da assembleia da republica, em que este histórico da democracia defendia que os deputados são mal pagos.
Estou de acordo.
Acho que de forma geral os titulares de cargos políticos são mal remunerados.
Presidente da República, Primeiro Ministro,ministros e secretários de Estado, autarcas, de uma forma geral são remunerados de forma insuficiente face á responsabilidade e ao trabalho que sobre eles recai.
Mal remunerados dentro da exigivel perspectiva de que cumpram os cargos com competência, honradez e dedicação.
Com os deputados passa-se o mesmo.
Aqueles que trabalham no plenário e nas comissões, que tem presença assidua no circulo pelo qual foram eleitos, que são a voz das populações junto do parlamento e do governo, que se interessam pelos problemas e se empenham na sua resolução,esses são de facto mal pagos.
Até porque muito do trabalho politico que fazem (e muita gente ignora isto), nomeadamente nos circulos eleitorais, sai-lhes directamente do bolso e sem retorno.
Os quilómetros que fazem em carro próprio, as despesas de telemóvel e telefone, entre outros custos não são reembolsáveis pelos parlamento.
Para além de não terem instalações de trabalho nos circulos eleitorais( á excepção dos eleitos por Lisboa que podem usar os seus gabinetes,secretariado e afins no parlamento para receberem cidadãos ou instituições) onde possam condignamente receber quem com eles quiser falar.
Esses deputados são muito mal pagos.
Os que não trabalham,faltam repetidamente ao plenário e nas comissões nem aparecem,no circulo eleitoral ramente ou nunca são vistos,esses são demasiado bem pagos.
Porque recebem sem trabalhar.
O que tem um nome muito feio que não quero usar aqui.
Solução ?
Simples.
Circulos uninominais onde o deputado é eleito em função do que se compromete fazer e só será reeleito se o fizer de facto.
É o unico sistema que permite fugir aos arranjos aparelhisticos, ao lugar na lista em função do lugar que se ocupa em estrutura decisória, á escolha em função de interesses privados que se compromete a representar.
A situação actual, de desrespeito pelo Parlamento e pelos eleitores por parte de um número significativo de deputados,não é mais sustentável.
O Parlamento não é, definitivamente, um lugar para ir buscar mais uma avença ou um complemento de outros rendimentos.
Não conheço nenhum caso de alguém ser deputado á força !
Quem quer, e pode, ser então que o seja de facto.
Com profissionalismo,empenho,honradez e dedicação.
É o minimo exigivel ao titular de um orgão de soberania.
Depois Falamos

2 comentários:

Rui Rodrigues disse...

bem,no aspecto das faltas os do nosso distrito são campeões.
mas também haviamos de ser campeões em alguma coisa

luis cirilo disse...

Caro Rui:
Mas esse titulo bem dispensavamos