quinta-feira, agosto 21, 2008

Debater e Decidir

Foto: Diário de Noticias

Há alturas em que os lideres politicos devem assumir as suas responsabilidades.
E existem assuntos que por mais que desagradem não podem ser metidos debaixo da carpete como se de pó se tratassem.
Refiro-me ,neste caso,á Regionalização.
Na qual o PSD anda a deitar "bolas fora" desde há muito muito tempo a esta parte.
O PSD é na sua essência um partido regionalista.
Faz a regionalização parte da sua matriz ideológica,do seu programa,de sucessivas propostas eleitorais.
Foi assim desde Sá Carneiro,foi assim com Cavaco Silva que enquanto primeiro ministro fez aprovar a lei quadro das regiões administrativas.
Mas,por razões tácticas da altura, o partido então liderado por Marcelo Rebelo de Sousa foi pelo não no referendo de 1998 (passaram 10 anos !) posição que viria a obter a concordância maioritária dos portugueses.
Muito por força,é bom recordá-lo,da gestão desastrada que o governo de Guterres e o PS fizeram de todo o processo.
Passou muito tempo.
E o PSD não pode deixar cair a bandeira da regionalização.
Porque ela vai fazer-se e não podem ser outros a estarem na primeira linha dessa reforma estrutural.
Esta é uma matéria demasiado importante,para o PSD e essencialmente para Portugal,para poder ficar dependente das convicções ou estados de alma do lider do partido seja ele quem for.
Os militantes tem o direito de serem ouvidos.
De forma vinculativa.
Muito bem,pois,a iniciativa do lider da JSD,Pedro Rodrigues,ao exigir que o partido debata profundamente a questão e proceda a um referendo interno sobre a mesma.
Como se dizia na abertura deste post há alturas em que os lideres tem de assumir posições,tomar iniciativas politicas,correrem os riscos de ter opinião.
É exemplar,e animador,que seja a JSD a tomar a liderança deste processo.
É dever de todos os militantes exigirem o direito de serem ouvidos.
Depois Falamos

6 comentários:

rei dolce disse...

Caro Dr.Cirilo,
dois pontos:
1- concordo que os militantes devem opinar sobre matéria tão importante como a regionalização.
2- sempre fui a favor da regionalização, votei a favor no referendo e votaria novamente.
A regionalização urge, é demasiado importante para o desenvolvimento do país.Mas sou da opinião que uma boa solução para este modelo deve ser dotada por um aumento de competências e devido orçamento das futuras regiões.
É importante que se comece novamente a falar neste tema, para que em 2013/14 possamos chegar à regionalização, porque até lá o país já esta formatado para o modelo do QREN.

Anónimo disse...

Que se deve debater: sim; fazer:nim. Eu explico: em teoria sou pela regionalização. Mas as propostas, que vi em cima da mesa, eram de regiões sem alma, apenas para serem governadas pelo PS -engenharia eleitoral; e davam o Alentejo de gueto aos comunas. Assim: NÂO.

Mas se pensam que a tia Manecas e a tralha dela vão fazer debates sobre o que quer que seja -fiquem sentados, que eu estou. O que eles querem é um partido morto, sem militantes -que aliás são ralé de sardinha e fevera, já não falando no 5L...- e desgovernado -como se vê- por uma auto-denominada elite que só sabe planear golpes palacianos.

Já agora qual será a doença que esta tralha vai inventar que a 'Tia' Manecas vai ter no início do ano que vem? Ataque de caspa? parvoeira crónica?

Anónimo disse...

Embora pouca certa de que a regionalização possa ser uma boa solução, num país demasiado pequeno mas com excesso de oportunistas, o tema remete-me para o incontornável Presidente da RA Madeira. Gostava, se gostava, de ser madeirense e usufruir do desenvolvimento regional do arquipélago. Fruto do trabalho de um líder que sabe o que quer e não desistiu apesar dos ataques constantes. AJJ traçou um rumo, definiu metas e empreendeu. Com estratégias nem sempre imaculadas mas veja-se, sem preconceitos, o resultado. Diria que regionalização assim (refiro-me ao modelo) valerá a pena. Talvez o PSD precise de olhar com mais seriedade para este exemplo; talvez compreenda definitivamente que é isto que o nosso pobre país precisa: metas claras e determinação. Nao há falta de dinheiro, como se vê diariamente, e os bons frutos de uma boa reogionalização não passam apenas por aí - julgo até que não haverá dinheiro que chegue - há é muita falta de vontade e tontice na política nacional.

Anónimo disse...

Não deixa de ser irónico ver quem vem ao lado de Manuela Ferreira Leite na fotografia com que o Cirilo nos brindou...

Anónimo disse...

SILÊNCIO… QUE VAMOS CONTINUAR A CANTAR ESTE TRISTE FADO!
Estou num tempo em que nada me apetece comentar sobre este partido perdido, que faz caminho contra a sua própria natureza.
Uma natureza que sempre foi de inconformismo, de ousadia e de ambição.
Uma natureza própria de um Partido que nascido de Portugal, sempre sentiu uma legitimidade especial para lutar por todos aqueles que vivem nesta terra de que tanto gostamos.
Um Partido sem medos, porque tinha um projecto. Um Partido que tinha os melhores, e que os sabia mobilizar para as lutas que travámos e que muitas vezes vencemos. Um Partido que nunca se escondeu em trincheiras, porque sabia que tinha de trabalhar para encontrar soluções e mobilizar as pessoas para os desafios que foram e continuam a ser tantos.
Hoje, enquanto passava numa pequena aldeia deste nosso interior cada vez mais desertificado e carente, lá estavam ainda, em tinta esbatida pelo tempo, frases que insultavam o PPD e o seu fundador, Francisco Sá Carneiro, frases que os trinta anos que passaram não conseguiram apagar.
Embora não tenha vivido esse tempo, lembro-me que certamente não teria sido com silêncios estratégicos, que por essa altura os nossos fundadores - Sá Carneiro, Pinto Balsemão e outros, lutaram pela liberdade muito antes de termos conseguido alcançá-la; que libertámos o país da ilusão de liberdade trazida pelo partido comunista e que mais tarde abrimos os caminhos para a entrada no projecto Europeu; não foi também assim, que durante dez anos recuperámos níveis de escolaridade, modernizámos o país e crescemos ao ritmo dos países mais desenvolvidos da Europa.
Sempre fomos um partido de luta e não de resignação, de afirmação e não de omissão, de projectos e não de banalidades.
Pouco mais direi, porque é tempo de respeitar quem ganhou em Maio último.
Na certeza porém, que projectos para os problemas que temos não se fazem em três meses e a martelo, e que o PSD de hoje marca passo, se esconde, à espera de se reencontrar de novo com a sua história e com a sua natureza.
Enquanto isso, há um triste fado que se ouve um pouco por todo o lado.
Ricardo Campos.

Luis Cirilo disse...

Os comentários a esta postagem mostram,exuberantemente,pela sua diversidade que a regionalização não pode ser tabu para o PSD.
Pelo contrário o partido deve agarrar a sua discussão como tema absolutamente prioritário.
Caro Rei Dolce:
Estou de acordo consigo.Não preconizo decisões precipitadas mas sim um debate sério e um referendo com condições para ser levado a ...sério.
Nem que demore dois ou três anos.
Cara Inês: Por isso mesmo é que acho que os mapas devem ser a ultima coisa a ser discutida.Porque de facto em 98 o PS quis começar por aí e estragou tudo.
Cara Cristal:
A Madeira,descontando alguns excessos,é um bom exemplo de como a regionalização pode contribuir para o desenvolvimento do território.E AJJ se ganhas as eleições todas é simplesmente porque os madeirenses reconhecem a obra feita.
Cara Zefa:
A oportunidade da foto está no facto de serem os expoentes de posições contrárias.
O que sendo natural (afinal sao os lideres do PSD e da JSD) não deixa de ser algo preocupante.
Caro Ricardo:
O teu comentário é simplesmente excelente.Traduz o que sentem hoje muitos e muitos militantes do nossos partido que estão preocupados e até desalentados com uma estratégia que não compreendem.
Mas vamos aguardar que as coisas melhorem