segunda-feira, maio 07, 2007

"Querida" Esquerda


A esquerda,tradicional,conservadora,dogmática,arrogante e desfasada no tempo é uma "querida".
E uns arremedos de nova esquerda que por ai andam seguem-lhe o "bom" exemplo.
A nivel local,regional,nacional e até europeu.
São uns queridos quando as coisas lhes correm bem,porque caso contrário...
Quatro exemplos ao acaso:
Local: Veja-se o que se passa hoje no imenso pântano politico em que se transformou a Câmara de Lisboa.A oposição de esquerda,tão ciente de valores e principios,absolutamente incapaz de ser coerente com aquilo que precconiza e de dar o passo em frente (leia-se renúncia dos mandatos)sempre á espera que outros o façam primeiro.
E distribuindo acusações por todos menos por si própria.
Ou será que se esqueceram que Lisboa chegou ao que chegou também por conivência da esquerda ?
Regional: Na Madeira o PSD e Alberto Joao Jardim arrasaram por completo a oposição em geral e o PS em particular.
Neste ultimo caso foi absolutamente deprimente ver o lider regional socialista do "alto" dos seus 15% vir lançar suspeições sobre a democraticidade do acto eleitoral e o score de 64% obtido pelo partido vencedor.
Será que o homem não se enxerga ?
Nacional: Ainda e sempre sobre as eleições na Madeira.
É incrivel que um partido que governa um país democrático venha,através de um Vitalino Canas qualquer,considerar que "as eleições foram um exercicio inútil"(sic)!
Desde quando em democracia dar a voz ao povo é um exercicio inútil ?
Só para a nova esquerda ou para as forças politicas que defendem regimes de partido único.
Claro que esta e outras enormidades proferidas pelo porta voz encontram atenuante no facto de Vitalino não ser para levar muito a sério.
Mas convinha ao PS encontrar um porta voz mais sensato no que diz.
Ou será que o PS e Sócrates acham mesmo que dar a voz ao povo é um exercicio inútil ?
Europeu: Sarkozy ganhou as presidenciais por votação livre e democrática dos franceses.
Independentemente de achar que ,com ele ou Ségòlene, a França não fica especialmente bem servida,a verdade é que a sua eleição corresponde a uma vontade expressa dos eleitores franceses.
Pois em várias cidades,jovens (de esquerda segundo a imprensa delinquentes em minha opinião)resolveram manifestar o seu descontentamento causando disturbios e atacando as forças policiais.
Apenas porque a esquerda tinha perdido e a direita ganho.
Curioso conceito de democracia este que só aceita ganhar e não sabe perder.
É por isso que me rio,de há muito tempo a esta parte,quando vejo a esquerda falar de principios,valores e moral.
Retirando-lhes a presunção e arrogância pouco mais resta do que um imenso vazio.
Depois Falamos

10 comentários:

Marta Rocha disse...

A esquerda (ideológica entenda-se) tem vindo a ser muito "querida" efectivamente, sobretudo porque faz no momento a melhor oposição a ela mesma.

Anónimo disse...

E o que dizer sobre a "tão querida" esquerda caviar?
Aquela meia duzia de pessoas que dá voz a um suposto partido da esquerda moderna? O Bloco de Esquerda, tá a ver?
Esses é que são "queridos". Sempre à espera de subir, subir...
O problema é que "quanto mais alto pior é o tombo".
Parabéns pelo seu post.
Brilhante análise.

Anónimo disse...

Já agora sabem que o BE tem 100% dos seus presidentes de Câmaras arguidos? Pois!...

Quanto à arrogância dos senhores ela já se detecta no séc. XVIII quando os iluminista bolsavam sobre a livre opinião, mas depois insultavam quem não concordava com eles.

Anónimo disse...

O mais curioso disto tudo é ouvir Vitalino Canas a dizer que "as eleições foram um exercicio inútil"...

De facto, Caro Luis, foi inútil o PS ter apoiado aquele candidato...foi uma perda de tempo...

Tal como o é ouvir o Vitalino Canas a falar...

Se ele acha que dar a voz ao povo é inútil (e fazendo ele parte do povo português!), como poderemos classificar as suas palavras???

INÚTEIS é a palavra que me ocorre...

Maria Manuel disse...

Pessoalmente penso que há uma necessidade grande de mudança na rota de valores na conduta politica. Efectivamente os actuais apregoadores dos valores da honra e da ética são os que menos legitimidade tem para tal…essa “querida” e “doce” esquerda que agora se lembrou de tirar as barbas e vestir fato e gravata. A questão é que hoje a esquerda se encontra no marasmo sem uma verdadeira identidade. Aliás essa esquerda que sempre usou o povo explorando-o a troco de um copito de verde e uns carapauzitos, hoje encontra-se sem horizontes e valores tendo passado a usar posturas neo – fascistas.

Anónimo disse...

Ora bom Sr Cirilo,

Deve-lho dizer antes demais que tenho alguma simpatia pela sua pessoa por razoes que neste momento pouco interessam...Todavia, sempre que venho ao seu blog algo de menos agradável encontro! Pensei que seria de uma formação mais altruista, mas ao que parece não. Não devemos confundir nunca a esquerda como toda a esquerda... Ou será que também será igual ao seu camarada Marques Mendes? Será que é realmente diferente?Já começo a achar que afinal o Sr que neste momento é líder do PSD está nessa posição simplesmentwe porque o que vem seguir será ainda pior! Populistas são os Portas e afins! Também concordo consigo quando faz referência a uma esquerda que se manifesta na rua desprovida de ideologia, com a cara tapada, numa organização anarquica(!!!), que protesta hoje contra o PNR e amanha presumo contra a democracia! Não sou é a favor da política ao genero do nosso clube de futebol (que por acaso é o mesmo), em que de um lado estão os maus da fita e do outro os bons. Seja mais tolerante e cresça a sua sensibilidade política sob pena de um dia destes, esta meia duzia de delinquentes, serem mais e mais fortes, e ai sim à direita e à esquerda se perca osw verdadeiros valores que devem nortear a opinião de uma pessoa responsável...

Luis Cirilo disse...

Cara Marta:
De facto a esquerda em Portugal tem-se especializado em fazer oposição a ela própria.
Lisboa,desde 2001,é de longe o melhor exemplo.
Cara Catarina:
Inteiramente de acordo quanto ao bloco de Esquerda.
Nomeadamente em relação a alguns dos seus dirigentes que não passam de burgueses envergonhados.
Caro anónimo:
É de facto curiosa a sua análise e retrospectiva histórica.
Há de facto uma tendência (quase)irreprimivel de quem pensa ter a absurda pretensão de que pensa melhor que os outros.
Da idade média ao século XXI.
Caro Sic Gloria transit mundi:
Vitalino Canas não é,longe disso,um pensador ou um ideólogo.
Limita-se a dizer alto o que outros dirão baixo.
E é só nessa perspectiva que me parece preocupante esse conceito de que "eleições são um exercicio inútil".
Não pelo Vitalino mas por quem estará por trá.
Cara Maria Manuel:
O problema é que a esquerda viveu durante muitos anos (PS incluido) no dogma do marxismo.
Fizeram ideais,programas,posturas em função de uma construção teórica que os tempos se encarregaram de demonstrar como profundamente errada.
E isso criou orfandades ideológicas de dificil superação a par de uma dificil coesão de correntes dentro dos partidos da esquerda democrática.
Veja-se o caso de Guterres e Alegre,de Sócrates e Joao Soares,de Helena Roseta e Jorge Coelho para perceber a confusao que ali vai.
Caro Anonimo:
O unico mundo que vejo a preto e branco é o do nosso Vitória.
De resto não tenho preconceitos de nenhuma espécie contra quem pensa de forma diferente da minha.
Nem as virtudes estão todas á direita,nem os defeitos todos á esquerda nem,no limite,o PSD é um partido de direita.
Apenas registo algumas incoerências desta esquerda que vamos tendo.
Acredito que algumas coisas deste blog,aqui e ali,lhe desagradem mas que isso nunca seja motivo para deixar de dar a sua opinião.

freitas pereira disse...

Caro Luis Cirilo

De regresso ao seu blog, que aprecio, como sabe, o ‘seu’ post sobre o comportamento post-eleiçoes de grupos anarquistas e da estrema esquerda nas ruas das grandes cidades de França chamou a minha atenção.
Antes de mais, a vitalidade da democracia Francesa está bem patente: menos de 15% de abstenções.
A França tem um novo Presidente e quaisquer que sejam as opiniões políticas ele é o Presidente de todos os Franceses.
Que importa se hoje se verifica que ele deve a sua eleição aos votos de um partido não democrático ,
racista, anti-semita e xenófobo,que vieram juntar-se aos votantes do seu partido, o UMP, e a uma larga maioria (85%) dos idosos de mais de 65 anos. Eles são todos Franceses.

Quanto à capacidade dos vencedores de hoje a concretizar tudo o que prometeram, o futuro, muito rapidamente, segundo eu, o dirá.

O facto que os grupos violentos ou simplesmente manifestantes venham perturbar a ordem republicana não autoriza ninguém a considerar que os 47% daqueles que votaram à esquerda têm algo a ver com os tais perturbadores da ordem publica.
Como os actos de vandalismo dos “skin heads” do FN, estrema direita, não caracterizam , para mim, toda a direita.


Os quatro últimos parágrafos do seu “post” merecem-me, portanto, contestação, democrática e firme.

O que é importante é que a Democracia tenha saído destas eleições reforçada, como um exemplo extraordinário do que um Povo é capaz , quando o que está em jogo é capital para obrigar uma sociedade a evoluir, direita e esquerda confundidos.

Existem exemplos de democracias onde votam dificilmente 50% dos inscritos e que portanto têm responsabilidades ao nível internacional bem mais importantes que a França, e que devem sonhar deste nível de participação.

E quando um Povo acorda para exprimir o seu descontentamento daquilo que se fez ou que se não fez durante os últimos 5 ou mesmo 12 anos, creio que é bom para a Democracia, mesmo se alguma apreensão existe quando se considera que são talvez os mesmos, – “la suite”- , que tomaram o volante.

Cumprimentos

Luis Cirilo disse...

Caro Freitas Pereira:
Devo dizer-lhe,caro Amigo,que estou genéricamente de acordo com os seus reparos.
Eu não confundo a "esquerda Vitalino Canas" ou a "esquerda disturbios" com a esquerda democratica,civilizada e defensora dew princios e valores que também eu perfilho.
Aliás o partido de que sou militante desde 1975,o PSD,é uma força politica de matriz social democrática e posicionado no centro esquerda do espectro politico português.
Foi assim que o definiu Francisco Sá Carneiro,é assim que nele me revejo.
Pretendi apenas na minha postagem demonstrar que no que toca a trauliteirismo,a falta de respeito pela vontade expressa dos eleitores (seja na Madeira seja em França)existem franjas de esquerda que em nada ficam a dever á direita mais retrógada e não democrática.
Õ que não é,em boa verdade,novidade para ninguém.
E naturalmente partilho inteiramente da sua opinião sobre o facto de essas franjas não representarem minimamente todos aqueles que á esquerda se posicionam e votam.
Os 47% que votaram Ségòlene são na sua esmagadora maioria democratas convictos.
Bem como a maioria dos que votaram Sarkozy.
Felizmente,á direita e á esquerda,os extremistas são ultra minoritários.
E é desejável que assim se mantenham.

Anónimo disse...

Caro Luís Cirilo,

Para responder á sua primeira questão aqui vai um comentário:

tempodascerejas,blogspot.com

Lisboa e a solução possível

A declaração ontem feita por Marques Mendes abrindo caminho para a realização de eleições intercalares no munícipio de Lisboa ( o que, agora, só poderia ser impedido se, além de uma absurda determinação de Carmona Rodrigues em manter-se no cargo, este conseguisse arregimentar um elevado número de vereadores e eleitos pelo PSD) veio dar plena razão a quantos, ao longo do tempo, insistiram que competia exclusivamente ao PSD oferecer uma saída para o indescrítivel impasse criado no Executivo municipal.
E considero importante insistir neste ponto porque, ainda hoje, no Público, se volta a martelar a ideia de que, em qualquer caso, a realização de eleições poderia sempre ocorrer pela «renúncia dos vereadores da oposição». Pelos vistos, apesar de todos os esclarecimentos que já foram feitos, há quem (a avaliar por um seu comentário na TVI, deve ser o caso de Miguel Sousa Tavares) continue a não perceber que, para esse efeito, seria necessária não apenas a renúncia dos vereadores da oposição mas a subsequente declaração de indisponibilidade de todos os membros - efectivos e suplentes - que figuraram nas listas para a Câmara Municipal do PS, do PCP, do BE e do CDS, ou seja, cerca de 120 pessoas. E, neste sentido, é caso para perguntar duas coisas: uma é se alguém acharia fácil garantir uma concertação prévia destes quatro partidos, na medida em que, se um partido unilateralmente enveredasse por este caminho, arriscar-se-ia, se não fosse seguido pelos outros, a ficar durante dois anos sem representação no executivo municipal; e outra é se, sabendo-se o que se sabe e tendo-se visto o que já se viu, se alguém se disporia a garantir que todos os candidatos do PS e do CDS adoptariam tal atitude.
Ainda a respeito deste assunto, não posso deixar de lamentar que, na sua crónica de hoje no Público, Rui Tavares tenha optado por escrever que «mas há mais: ninguém voltará a confiar numa oposição que, em boa medida, partilhou os vícios da presidência». Se, como quero crer, Rui Tavares estava a pensar no PS, então devia tê-lo dito claramente porque até poupava sete caracteres e fechava firmemente as portas a interpretações injustamente generalizadoras que muitos dos seus leitores não deixarão de fazer.
E já que Gabriela Seara, Fontão de Carvalho e Carmona Rodrigues são arguidos em relação com o famoso «caso Bragaparques», convido os leitores a revisitarem aqui quem é que, sobre esse assunto e sempre sem ter causado qualquer prejuizo financeiro à Câmara, agiu de forma vigilante, activa e dinâmica e, por isso, ao contrário de todos os outros, não carrega hoje qualquer peso na consciência.

Posted by VÍTOR DIAS at 15:47

Cumprimentos