sexta-feira, abril 14, 2006

A Importância do cinema


Desde a minha infância sempre gostei muito de ler e ir ao cinema.
As minhas primeiras memórias cinematográficas remontam aos inevitáveis filmes da Disney (tambem poucas mais opções havia) vistos no já encerrado Teatro Jordão de Guimaraes e no Cine Teatro Garrett na Póvoa de Varzim.
Creio ser uma memória comum a milhares de jovens vimaranenses dos ultimos 50 anos.
Da Disney,passava-se ao inevitavel Tarzan ,depois aos emocionantes filmes de cowboys e a seguir com a evolução dos anos entravamos nos filmes mais densos,com outro enredo,enfim no cinema propriamente dito sem qualquer menosprezo pelos géneros anteriormente citados.
Terei visto em sala centenas de filmes e em cassette ou DVD outros tantos.
Alguns,como a trilogia de "O Padrinho",tocaram-me pela qualidade da interpretaçao e pela história,outros como os de Spielberg pelo espectáculo inerente,outros pelas mais diferentes razões.
Alguns ,como" Dr. Jivago", são excelentes adaptaçoes de obras primas da literatura,outros são baseados em obras desconhecidas e popularizadas pelo filme como é o caso,por exemplo,do excelente "As Palavras que nunca te direi".
Este ultimo,que tem uma história bonita e um fim triste,pode na simbiose livro/filme devidamente interpretada ter um uma história linda e um fim mais bonito ainda.
Tudo depende da forma como fôr lido e na cumplicidade existente em volta.
Confesso que não discutindo os méritos que são inegáveis,nunca fui um incondicional de Woody Allen.
Á excepção do fabuloso"Manhattan", um dos filmes da minha vida,e vá lá de "Annie Hall",nunca encontrei na filmografia de Allen o prazer que encontro na de Scorcese,Spielberg,Eastwood,Coppolla ou Kubrik.
Gostos !
Contudo, e curiosamente,foi á volta do filme que ilustra esta postagem (A Rosa Purpura do Cairo)e da interactividade entre o cinema e a vida (tema central de pelicula) que tive uma das conversas mais interessantes,esclarecedoras e importantes da minha vida.
Não sendo um grande filme,vê-se bem mas não passa disso,deixa contudo uma lição importante e uma referência de grande utilidade.
Se é verdade que o cinema,com maior ou menos fantasia,retrata a vida em todas as suas vertentes,então não podemos nem devemos esquecer-nos de que essa interactividade é para ser cumprida e não esquecida.
Ou por outras palavras,tal como no enredo da pelicula,é importante não assumirmos perante a vida a postura de actores passivos á espera de ver como acaba o filme e sim ,a exemplo dos actores, sabermos saltar do ecrã para a plateia e da plateia para o ecrã quando tal é necessário.
Não podemos,nem devemos, participar em nenhum filme em que não sejamos simultâneamente actores e espectadores.
Em que não tenhamos uma palavra a dizer no enredo e uma participação quanto maior possivel no desfecho.
Só assim a vida nos poderá dar o almejado "Óscar"
Foi uma lição que valeu a pena apreender.
E pôr em prática.
Depois Falamos

1 comentário:

Guilherme Alves disse...

Por gentileza
poderia resumir para que possamos entender melhor o seu recado

Desde já agradeço