Não gosto, nunca gostei, de fogo de artifício.
Fogo de artifício, foguetes, morteiros ou lá como lhe queiram chamar, embora respeite a opinião daqueles que gostam e são capazes até de andarem muitos quilómetros para verem esses espectáculos de pirotecnia que abundam neste país.
E se não acho piada nenhuma aos efeitos visuais então aos efeitos sonoros é que não acho piada mesmo nenhuma.
Detesto o ruído do rebentamento dos foguetes.
Infelizmente em Portugal não há festa, festinha ou festança que dispense esse tipo de poluição sonora obrigando-nos a todos a participar, por via auditiva, em celebrações em que não temos o menor interesse.
Com algum exagero até se pode dizer que nalguns sítios basta um cruzamento de ruas, meia dúzia de vizinhos, arranja-se um santo padroeiro, faz-se uma festarola com comes e bebes (especialmente estes) e,claro, atiram-se os foguetes para que toda a gente saiba que naquele cruzamento há arraial.
Infelizmente o arreigado hábito de foguetear por tudo e ,geralmente, por nada não conhece horários, nem normas de educação e civismo, nem o respeito pelo direito de quem nada quer com a festarola descansar nas horas a tal destinadas.
E por isso das sete da manhã, talvez achando que um dos números da festarola é fazer de despertador, até altas horas da noite é sempre tempo de atirar foguetes, fazer barulho e demonstrar a mais canhestra boçalidade, quando não estupidez, na forma como se incomodam os não festivos.
É pena que as leis de ruído que se vão aprovando no Parlamento não sejam suficientemente rigorosas para proibirem de uma vez por todas o foguetório entre as 22.00 horas e as 09.00 horas.
E que as autoridades locais, das policiais às autarquias não usem de severidade máxima para obrigarem ao seu cumprimento!
Depois Falamos.
P.S. Este texto tem uma "inspiração" próxima.
Vivo numa freguesia, Marinhas(Esposende),que tem meia dúzia de lugares propensos a essas festarolas recheadas de foguetório.
Esta noite era quase uma da manhã e todos os moradores num raio de quilómetros em torno de um desses lugares tiveram "direito" a quinze minutos de poluição sonora via foguetes no mais absoluto desrespeito pelas horas de descanso.
E ainda não eram sete e meia da manhã e já estava a ser servida segunda "dose".
É apenas um exemplo das centenas ou milhares que há por este país fora.
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