quinta-feira, março 02, 2017

Autárquicas

Passo a passo, quase sem se dar por elas, mas as eleições autárquicas de 2017 já se encontram apenas a meio ano de distância o que significa para os partidos e movimentos de cidadãos um tempo cada vez menor para fecharem candidaturas.
Tive nos últimos trinta e tal anos, a nível de JSD concelhia de Guimarães e a nível de PSD concelhio ( Guimarães e Gaia),distrital (Braga)e nacional responsabilidades, maiores ou menores, em muitos processos eleitorais autárquicos pelo que posso dizer, sem falsa modéstia, que tenho alguma experiência no assunto.
E essa experiência permite-me dizer que deixar as escolhas, nomeadamente onde não se é poder, para o último semestre antes das eleições dificilmente é um facto de valorização das candidaturas e em nada contribui para as suas possibilidades de sucesso.
Haverá excepções, é verdade, mas as eleições ganham-se é com regras e não excepções.
Mas essa experiência também me permite dizer, e aí com um conhecimento muito aprofundado do assunto, que as eleições autárquicas sendo de profundo cariz local devem ser conduzidas nos processos de escolha de candidatos pelas comissões políticas concelhias dentro de um critério próprio e só posteriormente validadas por orgãos superiores do partido.
Naturalmente que as escolhas das concelhias devem ser aprovadas na respectiva assembleia de secção antes de dadas a conhecer aos orgãos distritais e nacionais.
E quando assim é, quando os processos são conduzidos dentro das normas estatutárias e regulamentares, as escolhas concelhias devem ser respeitadas e validadas pelos orgãos superiores do partido sem estes interferirem no processo em qualquer uma das suas fases que não seja aquela que estatutariamente lhes diz respeito.
É um enorme erro que assim não seja e quase sempre isso significa uma derrota no fim do caminho.
Quais são então as excepções que considero admissíveis e que justifiquem a interferência dos orgãos distritais, e até nacionais, num processo de escolha concelhio?
Essencialmente quatro:
Quando a própria concelhia solicite o apoio dos orgãos superiores na escolha/convite a candidatos.
Quando a concelhia se revele manifestamente incapaz de em tempo útil definir uma candidatura.
Quando a escolha da concelhia não for aprovada pela assembleia de secção.
Quando a escolha da concelhia recair em personalidades inaceitáveis pelo partido.
Fora destas excepções acho um erro a interferência das distritais, ou dos orgãos nacionais, no processo de escolha de candidatos.
Porque vão criar problemas com a concelhia, desmobilizar os militantes locais da participação na campanha, deixar um problema bicudo para quem depois das eleições continuar no concelho com a responsabilidade de dirigir o partido.
É a minha opinião.
Depois Falamos

P.S. Naturalmente que nesta opinião não cabe a Câmara de Lisboa que de há muito é vista como sendo de escolha dos orgãos nacionais.

2 comentários:

il disse...

«Naturalmente que as escolhas das concelhias devem ser aprovadas na respectiva assembleia de secção antes de dadas a conhecer aos órgãos distritais e nacionais»
Como dizia a 'tia' Manecas: até para a Junta de Cascos de Rolha, quem escolhe é a nacional -e mais nada! A partir daí foi o que se viu... A querida chefe até foi ao ponto de mandar representantes pessoais negociar (e dar os lugares pagos nas mesas) a apoiantes seus em freguesias com mil e poucos eleitores. O PS continua a ganhar...

Quanto a Lisboa, isto está cada vez mais louco. Fervem as fofocas, mas de 'supunhamos', nada de concreto se sabe. Quanto aos queridos lideres locais: todos juntos não conseguem juntar o alfabeto :))); e honestidade não vem no dicionário dos ricos! -cada cavadela, várias minhocas!
Quando se pensa "isto não pode ficar pior" -ai fica, fica!

luis cirilo disse...

Cara il:
Lisboa é , em termos de PSD, um microclima que eu, pobre provinciano, já desisti de entender há muito. Embora ache que face a este Al Caide um bom candidato ganharia sem dificuldades de maior. O problema é que parece não haver