sexta-feira, setembro 12, 2014

Reflexão pouco "Rosa"

Duas noticias interessantes.
Uma que nem merece grande comentário e que se relaciona com o facto de Sócrates saber do tráfico de influências de Vara.
Sabia disso e de muito mais.
Como, mais dia menos dia, se provará.
A outra tem a ver com a "surpresa" de Seguro que passará por uma filiação massiva de simpatizantes.
Devo dizer que compreendo a revolta de António José Seguro.
Levar facadas nas costas de pessoas próximas e que considerava amigas e colaboradoras é doloroso.
E deixa marcas.
Mas este processo de primárias do PS é ...assustador.
Porque quem vai escolher o candidato a primeiro-ministro (e isto já de si é uma originalidade...dispensável)não são tanto os militantes socialistas como os "simpatizantes" arrebanhados apressadamente e cuja ligação ao PS se esgotará no dia 28 de Setembro na esmagadora maioria dos casos.
E isto não é bom para os militantes socialistas,para o PS, e para as próprias regras de funcionamento da democracia.
É verdade que ambos os lados recorreram a esse estratagema de cacicagem pura e dura.
Costa apostando mais em figuras que se prestam a esse desolador papel e Seguro optando pragmaticamente pelo número em detrimento(e à falta) de personalidades arrebanháveis para o seu lado.
Como diz um amigo meu há muitos anos "...vale tanto o voto do professor universitário como o do bêbado só que há muito mais bêbados que professores universitários..."!
Sem ofensa para os apoiantes de um e de outro e muito menos sem qualquer caracterização do perfil de simpatizantes das duas candidaturas que fique bem claro.
E por isso a "surpresa" de Seguro tem boas hipóteses de ser bem sucedida.
Mas é pena que o PS se tenha deixado levar para esses métodos e que Seguro os utilize ,mais que Costa, para reforçar as suas hipóteses de ganhar.
Porque as eleições federativas (em que Seguro venceu por mais de 1500 votos de diferença, embora ganhando menos uma Federação)e os próprios debates tem mostrado que ele não precisava de nada disso para derrotar Costa.
Mas agora não há nada a fazer.
Espero que o PS (e não só...) tenha aprendido com a experiência e não volte a cair no mesmo erro.
Depois Falamos

3 comentários:

Luis Costa disse...

Meu caro
Já tinha mencionado esta fato aqui 2/3 vezes.
Se houvesse congresso, perdia e por muitos.
Assim conseguiu tempo para que a maquina do partido consiga angariar simpatizantes que equilibrem as forças.
E a maquina não só está a conseguir esses simpatizantes, como está a conseguir o milagre, de alguns falecidos irem regularizar as cotas !!!!
E o certo é que neste momento as coisas devem estar bem equilibradas ou até mesmo a pender para o lado do Seguro !!
Se é triste . . . é !
Se é algo pouco digno . . . também!
Mas o que importa para ele, é o mesmo que importa a 99% da nossa classe politica . . . é o tacho (!, sendo os meio utilizados segundários)

luso disse...

cacicagem, arrebanhar, são termos bastante arrogantes e insultuosos para todos os que, como eu, se inscreveram porque estão interessados numa participação cívica em ato relevante.
Compreendo o nervosismo de LC em relação a uma dinâmica inédita em Portugal, que não beneficia o PSD.

falar dos mortos que pagam cotas, como um facto irregular para as eleições é apenas fogo de vista, porque os mortos podem pagar cotas, mas não podem deslocar-se às assembleias de voto

luis cirilo disse...

Caro Luís Costa:
O lamentável processo interno que vive o PS tem apenas um responsável que se chama António Costa.
A partir daí cada um usa as armas que tem.
Perde o PS e perde a imagem da politica e dos políticos.
Caro luso:
Quem se inscreveu com os seus louváveis propósitos não tem que enfiar barretes.
Aquilo a que chama "dinâmica", e que é um processo de duvidoso mérito democrático, não beneficia nenhum partido democrático.E entre esses o PS é o que sai mais prejudicado. Mas com esse prejuízo socialista posso eu e o PSD muito bem.
Quanto aos mortos poderem ou não deslocar-se ás assembleias de voto dir-lhe-ei apenas que não me admirava que alguns votassem se a marosca não tivesse sido descoberta.