A Esquerda acha-se dona da democracia.
Mas não é.
A Esquerda acha que eleger o Presidente da República deve ser um privilégio seu.
Mas não é.
A Esquerda entende, quando lhe dá jeito, que as manifestações de rua se podem sobrepor á legitimidade do voto secreto e democrático.
Mas não podem!
Portugal tem hoje a sorte, como muito bem diz José António Saraiva no "Sol", de ter um Presidente da República com sentido de Estado, cumpridor da Constituição e que põe os interesses do país á frente de qualquer interesse partidário.
E que por isso é cada vez mais atacado pelos partidos de esquerda, que entendem que a função do PR é fazer-lhes a vontade, e por alguns comentadores que veêm a presidência como um contra poder obrigatório especialmente quando não é o PS a ocupar o poder.
O triste espectáculo desencadeado por Paulo Portas a solo (mais a solo do que o próprio pensaria desconfio eu) só não teve ainda piores consequências para o país porque o primeiro ministro soube estar á altura dos acontecimentos e o PR assumiu-se como o referencial de estabilidade necessário.
Creio que mais cedo ou mais tarde PSD e CDS podem vir a ser penalizados pelos eleitores (ELEITORES) pela forma como num tempo tão dificil deixaram degradar o estado da coligação até ao ponto que se conhece.
E aí há culpas de ambos os partidos e de ambos os líderes.
Mas esse tempo ainda não chegou.
E se as negociações entre os partidos chegarem a bom porto, e delas sair um governo renovado nas pessoas e nas práticas, pode ser até que nunca cheguem.
Mas o que não pode passar em claro é a sofreguidão egoista da Esquerda, muito em especial do PS porque a outra pouco conta em termos governativos, por eleições a qualquer preço.
Indiferentes á situação do país, alheios aos riscos terriveis de um segundo resgate, pouco importados se a próxima tranche financeira vem ou não vem (e alguns até preferem que não venha porque para eles quanto pior...melhor) a Esquerda vê nas eleições a soução para tudo sabendo perfeitamente que elas não resolvem nada.
Especialmente com este PS e este António José Seguro que á boleia da esquerda radical e dos ressabiados "socratistas" não resistiu a também ele embarcar no coro da irresponsabilidade e na cantilena de exigir eleições.
E ainda por cima disfarçou mal.
Porque ao exigir que sejam em simultâneo com as autárquicas demonstra bem que está apenas a pensar no beneficio do PS pelo (eventual) arrastamento de votos entre ambas as eleições e quer lá saber do interesse do país.
Se as coisas correrem mal a Portugal não duvido que um dia Passos e Portas vão pagar a factura.
Mas desconfio que nesse dia já Seguro pagou a dele há muito tempo...
Tanta falta de sentido de Estado para aí aponta de forma inexorável.
Depois Falamos
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4 comentários:
O senhor quando é que vai perceber algo elementar?
Os partidos da oposição têm a obrigação de se disponibilizarem para eleições.
Ou prefere que a oposição, perante o caos instalado, perante a revolta do povo, perante as sondagens, diga:
-não queremos ser governo!
Caro Anónimo:
Perceba você uma coisa elementar: para se quererem dar lições seja de que espécie for não se pode ser anónimo.
Sabe porque?
Porque revela falta de coragem e de ética.
Quanto ao que é obrigação dos partidos de oposição devo dizxer-lhe que quando está nessas circunstâncias o PSD tem sabido dar lições de sentido de Estado.
Coisa que este PS ignora por completo
Também concordo, o PS sabe muito bem as consequências catastróficas que sofreríamos com novas eleições.
Eu não estou contente com muitas das políticas tomadas por este governo, umas considero necessárias mas muitas delas são bastante exageradas em nosso(povo) prejuízo, contudo foi este o governo escolhido à 2 anos atrás e agora mesmo com esta irresponsabilidade gritante de Paulo Portas o governo não pode cair agora senão ficaremos com problemas ainda mais graves dos que os que temos hoje.
As pessoas que andam na rua todos os dias a pedir demissão do governo tiveram um dia para ver os efeitos dessa "solução". É bom que tenhamos aberto os olhos, eu não votei em nenhum dos partidos da coligação mas a maioria dos portugueses votou neste governo e agora devido à nossa situação teremos de levar com eles até ao fim e daqui a 2 anos fazem-se as contas.
Estamos entre a espada e a parede.
Caro Anónimo:
Estou muito de acordo com o que diz.
E discordando,também eu, de decisões deste governo entendo que só em 2015 deverá ser avaliado.
Precisamente pela razão que evoca: estamos entre a espada e a parede
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