Este texto foi publicado no site da Associação Vitória Sempre
Sábado e domingo próximos o Vitória Sport Clube viverá três dos momentos mais marcantes da sua História de 90 anos.
No primeiro dele os associados, que se espera compareçam em grande número, tomarão conhecimento do real estado do clube em termos financeiros e da responsabilidade dos anteriores dirigentes em termos chegado a este momento tão dramático e que põe seriamente o futuro em causa.
No segundo a direcção eleita em 31 de Março do corrente ano exporá, detalhadamente, qual a solução que propõe para tirar o clube da crise em que se encontra e relançá-lo em termos financeiros, desportivos e patrimoniais.
Os sócios terão o tempo que quiserem para colocarem as suas duvidas( e seguramente que nenhum ficará sem resposta) e serão detalhadamente informados sobre como foi possível aguentar o clube de portas abertas e com as equipas inscritas de Março até agora.
No dia seguinte, por voto livre e secreto, os vitorianos dirão que futuro querem para o Vitória.
E a partir daí cada um assumirá as suas responsabilidades.
Como é sabido a direcção propõe que seja criada uma SAD para a gestão do futebol no âmbito do há muito tempo previsto nos estatutos do clube.
E que corresponde aquilo que com toda a clareza foi proposto em campanha eleitoral e largamente sufragado pelos associados nas eleições de 31 de Março.
Os estatutos propostos para a SAD estão disponíveis há vários dias no site do clube e parecem-me ser suficientemente claro naquilo que propõe.
A SAD destina-se a gerir o futebol, o clube indicará sempre o presidente da mesma e manterá poderes de veto em questões essenciais, o património (complexo,pavilhão e estádio) ficarão fora da SAD que pagará uma renda pela sua utilização.
Importa por isso deixar bem claro que a SAD não vai substituir o clube.
O Vitória Sport Clube continuará a existir com o seu património, o seu ecletismo, a sua enorme riqueza associativa.
Apenas o futebol passará a ter uma gestão partilhada entre o clube e os investidores que venham a constituir a sua estrutura accionista naquilo que me parece ser uma inevitabilidade face ao estado a que chegamos.
Pessoalmente, e no plano filosófico e teórico, preferiria que o clube continuasse a ser integralmente gerido, como nos seus 90 anos de história, por uma direcção eleita pelos sócios.
Seria sinal de saúde financeira e de uma gestão competente, sem hiatos, como teve na esmagadora maioria dos seus anos de vida.
Infelizmente o Vitória não pode ser gerido com filosofias, teorias ou memórias.
Porque os últimos anos de gestão absolutamente incompetente (e o mais que se apurará) o colocaram à beira de um abismo de que só poderá escapar com medidas radicais que travem a sua queda e lhe devolvam um futuro que está tremendamente em risco.
Diz o povo na sua infinita sabedoria que "...vão-se os anéis e fiquem os dedos...".
É exactamente isso que está em causa neste fim de semana.
Ou os associados votam favoravelmente a constituição da SAD, admitindo partilhar a gestão do futebol, e salvam o clube ou então recusando a SAD (que é um direito que lhes assiste como é óbvio)abrem uma verdadeira caixa de Pandora de consequências infelizmente bem previsível.
Deixo uma nota final mas que julgo merecer alguma ponderação:
Pela solução SAD há quem dê a cara e assuma a responsabilidade.
A direcção e restantes orgãos sociais.
Pela recusa da SAD e consequente vazio julgo não existir quem tome a responsabilidade.
A não ser que se entenda que o futuro do clube são vozes dispersas nas redes sociais,bloggers sem qualquer responsabilidade, aqueles que fazem de esporádicas( e pedinchadas)entrevistas "prova de vida"ou a uns corajosos anónimos que sob pseudónimos ou "nicks" se entretém em fóruns diversos a insultar todos os que estão na direcção ou defendem a solução SAD.
Por mim estou tranquilo.
Depois destes seis meses, de muito trabalho e angústia perante a dimensão dos problemas, na direcção do Vitória "sei" que a SAD, independentemente de preferências pessoais, é a única solução credível que temos neste momento para salvarmos o nosso clube.
Mas admito, com a mesma tranquilidade pessoal (que não associativa...)que a maioria pense da outra forma e escolha outro caminho.
Como já disse várias vezes sou um associado da bancada nascente em comissão de serviço na direcção.
Associado serei sempre e á bancada nascente voltarei com gosto a qualquer momento!
Haja Vitória...