Tenho um amigo que costuma dizer, com alguma piada, que Portugal vai cada vez mais deixando de ser um país para passar a ser um sítio!
Onde se vive, aliás, cada vez pior para desespero dos residentes.
Não importa hoje muito, até porque nessas matérias a responsabilidade está bem dividida entre PSD e PS, apurar quem tem a culpa (sem aspas) da progressiva desertificação do interior e da concentração cada vez mais asfixiante das populações no litoral.
A verdade é que a “ofensiva” contra o interior começou pouco depois do 25 de Abril quando mentes iluminadas resolveram desatar a suprimir linhas férreas que constituíam a única ligação entre o interior e o litoral deixando as populações sem alternativas viáveis.
È certo que em vários casos, bem conhecidos, andaram a enganar (sem aspas outra vez) o povo com umas ligações rodoviárias que rapidamente desapareceram envoltas no fumo da mentira (sem aspas mais uma vez) que nunca deixaram de ser.
Depois veio o resto.
Fecharam escolas.
Fecharam centros de saúde.
Fecharam maternidades.
Fecharam urgências hospitalares.
Fecharam tribunais.
È bom que se diga que os “barrigudos” (aqui vai com aspas vá lá…) que tomaram todas estas decisões, dos comboios aos tribunais, são gente que comodamente instalada nos seus gabinetes do terreiro do paço não precisam destes serviços e meios de transporte para nada pelo que nem sabem bem a importância do que estão a decidir.
Ignoram os problemas das populações, a opinião dos autarcas, o país real que tem de ser visto como um todo e não apenas como uma parte pequena concentrada num raio de 50 klm em volta de Lisboa!
Não sei, como assegura o meu amigo, se Portugal já é apenas um sítio (outra vez sem aspas) onde outrora foi um país.
Mas tenho a certeza que se não forem feitas profundas alterações no sistema político, descentralizando verdadeiramente e dando o poder de decidir nestas e noutras matérias a quem está próximo das questões e conhece a implicação das decisões tomadas, corremos o risco de um dia nem um sítio sermos.
O que será uma pena!
Depois Falamos
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3 comentários:
Excelente reflexão;) Abr
Caro Ricardo:
Obrigado. Mas preferia bem não a ter feito
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