terça-feira, julho 17, 2012

Estratégia...Crispar!

Há uma crispação cada vez mais perigosa na sociedade portuguesa e cujo fim é imprevisivel quer no tempo quer na forma.
São os grupos organizados que se "entretém" a seguir o primeiro ministro para o insultar e vaiar em qualquer ponto a que ele se desloque.
É o estilo e forma de intervencões parlamentares de deputados do PCP(então aquele com ar de coreano chamado Jorge Machado é insuportável) e do BE com uma agressividade que nenhuma tradição parlamentar justifica.
Alías bem acompanhados por alguns socialistas com o crónico complexo de esquerda!
É a substituição de Carvalho da Silva por Arménio Carlos na liderança da CGTP que visou a radicalização do movimento sindical e o aumento da intensidade da contestação como se tem visto por esse país fora em deslocações de membros do governo.
É a forma gratuita como o governo tem sido denegrido e caluniado, á boleia do chamado "caso Relvas", por comentadores ,analistas e outros espécimes com acesso aos grande meios de comunicação de que o programa da SIC "eixo do mal" é apenas um exemplo.
É esse bispo sem tento na lingua que faz as mais inacreditáveis afirmações, que vindas de alguém com o estatuto e responsabilidade que detém são completamente inaceitáveis, perante o gaudio imbecil de muitos que noutras circunstâncias se indignam com as intervenções politicas da Igreja.
Há, face a estes exemplos e a outros possiveis, uma clara estratégia de crispar a sociedade portuguesa.
Não ponho, nunca o farei,  em causa o direito à critica e à contestação a que qualquer cidadão tem direito perante politicas que lhe desagradam.
Esse é o cerne da democracia.
Mas tudo que é demais...é erro!
E há "caixas de Pandora" que depois de abertas já não são possiveis de fechar.
Espero estar a ser pessimista.
Depois Falamos

6 comentários:

Defreitas disse...

Pela sua amplidão, a crise impregna os nossos corpos e os nossos espíritos, todos os instantes e os aspectos das nossas vidas. Nem estritamente económica e financeira , mais sistémica que conjuntural, ela é na realidade um processo de profunda perturbação do mundo.

O imenso caos de um mundo que se fractura e se desloca na dor. As boas maneiras políticas e a honestidade há muito que desertaram a elite da sociedade. Como esperar que os outros, fora da elite, se comportem melhor ?

Ninguém sairá indemne desta situação desesperada. Poderá ser mesmo que na tormenta ela contribua a esboçar novas perspectivas ao invés da derrocada actual dos valores, do aumento indecente das desigualdades, e do impulso vertiginoso das tensões sociais.

No decurso dos últimos anos , a explosão das desigualdades, dos privilégios, da corrupção e o aumento das discriminações puseram num estado lastimoso os valores fundamentais da sociedade.

O desequilíbrio entre os ricos e os pobres cresceu ao ponto de formar no pais dois mundos estrangeiros e cada vez mais afastados um do outro. Não é de admirar que eles se afrontem hoje.

Esta fractura afecta tudo e todos. Assim , só posso estar de acordo com as suas palavras, Caro Amigo, quando numa forma sibilina receia que o fim venha a ser trágico.

Freitas Pereira

Anonimus disse...

Sabe Dr.Cirilo, eu tambem estou "zangado e revoltado" e ainda não fui para a estrada dizer mal deste desgoverno,mas um destes dias vou! Sabe, fiz 48 meses de tropa entregando nas mãos da "Pátria" a minha vida,descontei para a segurança social durante 48 anos(!),sem ser funcionário público e não é que estes senhores resolveram "roubar-me" o 13º e 14º para os quais eu descontei?!... Agora reformado preciso mais de cardiologistas, dentistas e outos... E estes ditos "politicos" atacam-me porque agora não tenho defesas!Sabe, não quero razão, quero viver dignamente.

Anónimo disse...

acho piada que no tempo do Socrates isto era democracia!!! agora sao insultos

luis cirilo disse...

Caro Freitas Pereira:
Só posso estar de acordo.
E é precisamente por essa fragilidade dos valores fundamentais de uma sociedade civilizada que receio que todas estas contestações venham a a cabar muito mal.
Os portugueses sempre gostaram de importar "modas" estrangeiras.
E embora normalmente elas cheguem atrasadas acabam por chegar.
E o que se vê hoje nas ruas de Atenas ou nalguns suburbios de Paris,para só citar dois exemplos,não pressagia nada de bom.
Caro Silva:
Concordo inteiramente consigo. E percebo a revolta de muita gente que estás nas suas circunstâncias.
Mas eventuais erros de uns não justificam erros de outros. Eo que se está a passar é grave.
E não resolve nada!
Caro Anónimo:
Nunca foi democracia.

Defreitas disse...

Os Portugueses são dotados duma paciência sem limite, aparentemente. Mas por vezes pergunto a mim mesmo se é paciência ou outra coisa. E penso inevitavelmente nas palavras do Mahatma Gandhi : « Creio que onde existe a possibilidade de escolher entre a cobardia e a violência, aconselho a violência”.

O mundo chegou a um ponto onde a violência de uns, justifica a violência dos outros.

A miséria crescente de uns contrasta com a abastança insultuosa dos outros.

Uma minoria sem preconceitos de alguma espécie, insulta uma maioria que vive com dificuldade e mesmo na miséria.

Quem pode crer que os políticos serão capazes e desejam realmente, suster a agressão “violenta”dos povos , da parte do poder do dinheiro , que influencia e corrompe as classes dirigentes?

Basta acompanhar os média, hoje mesmo, para descobrir que bancos que ontem foram salvos da falência pelo dinheiro gratuito dos contribuintes britânicos – Barclays, Royal Bank of Scotland, entre outros, “manipularam” durante anos o PIBOR, que serve para definir a taxa de juro dos créditos aos particulares e às empresas, metendo no bolso dezenas de milhares de milhões de dollars! Que distribuíram entre si !

Não é com a lei democrática que estes criminosos podem ser eliminados. E mesmo se o presidente e o vice-presidente se demitiram, o mal está feito.

São os malandrins que beneficiam da democracia. Os outros só apanham as migalhas que estes querem bem deixar cair da mesa.

Freitas Pereira

luis cirilo disse...

Caro Freitas Pereira:
Compreendo o seu ponto de vista.
E aceito, como é evidente,a revolta do povo contra a injustiça e o saque de que tem sido vitimas não pelos governos mas pelo poder real do dinheiro.
De que muitas vezes, é bom referi-lo,os governos não passam de meros "fantoches".
Apenas entendo que essa revolta deve ser bem dirigida,contra os principais responsáveis, e não deixar-ase intrumentalizar por gente ao serviço d epensamentos ideológicos que nunca provaram ser melhores quando levado à prática.