quinta-feira, maio 26, 2011

Um Primeiro Balanço

Foto: http://www.vitoriasc.pt/
Publiquei este artigo no site da Associação Vitória Sempre.

Sou de um tempo, anos 60, em que o Vitória normalmente ficava a meio da tabela e toda a gente ficava contente com isso.
Porque existia a convicção de que havia quatro clubes (Benfica, Porto, Sporting e Belenenses a que então se chamava os quatro grandes!!!) que tinham lugar cativo no topo da classificação e para os outros o campeonato começava a partir da quinta posição.
Nesse tempo o Braga estava na segunda divisão, o Boavista longe de atingir o estatuto que viria a alcançar nas décadas seguintes, e os nossos grandes rivais eram Setúbal, Académica e Cuf.
Nesse tempo um quarto lugar era um feito e acima disso algo de inimaginável.
Por isso quando em 68/69 ficamos em terceiro lugar (e podíamos ter sido campeões não fossem os árbitros) com uma das melhores equipas do nosso historial foi uma proeza efusivamente comemorada nas ruas de Guimarães por toda a comunidade vimaranense e vitoriana.
Acreditou-se que o Vitória ia fazer História.
No ano seguinte evitamos a descida de divisão com um “miraculoso” empate nas Antas na última jornada.
E tem sido essa a nossa sina ao longo dos anos com diferentes presidentes e respectivas direcções.
Uma irregularidade incompreensível.
Nos anos seguintes, década de 70, o Vitória começou a frequentar a Europa com mais assiduidade fruto de algumas classificações interessantes intervaladas por épocas de penumbra e desilusão.
A verdade é que cada apuramento europeu era festejado e vivido como uma proeza para um clube que vive afastado dos grandes centros de decisão deste país.
Pelo menos o ultimo jogo em casa dava “direito” a uma invasão de campo para festejar o apuramento europeu e na tentativa de apanhar a camisola (ou outra peça de equipamento) dos jogadores.
Tendência que se manteve ao longo dos anos 80 e 90 em que o Vitória, já com a fortíssima concorrência de um Boavista “filho do sistema” e de um Braga a começar a pôr-se em bicos de pés, conseguiu manter o seu estatuto de equipa europeia com sucessivos apuramentos para as competições da Uefa a par de alguns quartos lugares que não deram Europa por uma conjugação aziaga de factores.
E todos nos lembramos, porque de factos mais recentes se trata, da enorme festa que era em Guimarães a participação do Vitória em jogos internacionais.
A última década foi má.
Por um lado porque a instabilidade no Vitória foi quase constante.
Quase sempre provocada de “dentro para dentro”.
Que nos enfraqueceu, que nos retirou “argumentos”, que abriu espaço a que outros ocupassem lugares que deviam ser nossos.
Nesse tempo vimos o Boavista ser campeão nacional, disputar várias vezes a Champions, chegar às meias-finais da taça Uefa.
E assistimos ao Braga a arrumar a casa, a estabilizar em termos directivos, a começar a crescer em termos de organização e de adeptos.
E nós?
Depois do penoso último mandato de António Pimenta Machado, “minado” por erros do próprio e por uma oposição que não olhou a meios para o derrubar de qualquer forma (não pensando esses “notáveis” oposicionistas que simultaneamente estavam a dar cabo do Vitória!), restou um clube dividido, “ferido” por anos de contestação e em perda face aos adversários.
Vítor Magalhães não foi a solução!
Pese embora ter despertado uma enorme expectativa nos adeptos a verdade é que nunca terá entendido totalmente o que era a realidade vitoriana, as ambições dos adeptos, o potencial do clube.
Eu, que nunca o apoiei, reconheço sem dificuldade que foi um presidente empenhado em contratar bons jogadores e construir boas equipas.
Cometeu dois erros graves; Jaime Pacheco e Vítor Pontes.
Que lhe valeram a descida de divisão com uma equipa que dava tranquilamente para um apuramento europeu.
E chegou Emílio Macedo.
Encontrou uma equipa ao abandono, perdida a meio da tabela da II Liga, com jogadores desanimados e pouco crente no milagre que seria subir.
Havia, contudo, alguém que acreditava.
E que segurou as “pontas” durante os meses em que o clube andou á deriva com Vítor Magalhães de saída e sem a nova direcção entrar.
Esse alguém chama-se Manuel Cajuda.
Que contra tudo e contra todos, e perante a descrença de alguns, conseguiu subir.
E “obrigou” Emílio Macedo a adiar a sua substituição por Manuel Machado já então na calha como alguns ainda se lembrarão.
A partir daí conhece-se a história.
Uma época extraordinária, o terceiro lugar que só não foi segundo porque as pressões do Benfica (de quem alguns no Vitória tanto parecem gostar) sobre os árbitros não o permitiram, o apuramento para a pré eliminatória da Champions.
Era a 25ª hora da História do Vitória.
Ainda por cima defrontando um fraco Basileia.
Entrar na fase de grupos teria significado o nosso “grito do Ipiranga” perante a realidade do futebol português.
Estava ali á mão o nosso salto para o primeiro patamar do futebol português.
Onde hoje o Braga ameaça instalar-se.
Mas na clara demonstração de que não percebeu isso, não percebe o Vitória, ou seguiu motivações não vitorianas, Emílio Macedo e a sua direcção só fizeram asneiras!
Meteram-se numa guerra que não era deles, zangaram-se com quem nos ia ceder jogadores decisivos para o assalto á Champions, fizeram alianças com quem só nos tem prejudicado.
Para além de protocolos cujo teor continuamos sem saber.
Em vez de defrontarmos o Basileia com Alan, Luís Aguiar, Adriano e João Paulo tivemos de o fazer com Wénio, Gregory e Luís Filipe.
Porque Nuno Assis, o único jogador de valor vindo do SLB, esteve lesionado meses.
Eliminados da Champions, eliminados da taça Uefa, fizemos um campeonato abaixo das nossas possibilidades.
Findo o qual Emílio Macedo conseguiu, finalmente, “livrar-se” de Cajuda.
Veio Nelo Vingada.
Outro equívoco.
A que se sucedeu Paulo Sérgio.
Equivoco ainda maior.
Que perdeu o apuramento europeu no ultimo jogo em casa e ainda nos desrespeitou da forma que se sabe.
Até que chegou o desejado Manuel Machado.
Um campeonato abaixo das expectativas, uma falta de ambição que se estendeu da direcção á equipa passando pelo treinador, um terceiro lugar fácil de alcançar que perdemos em casa derrotados pelo último e antepenúltimo do campeonato.
Pelo caminho baixou a média de assistências e de lugares anuais vendidos.
Não admira, pois, que os apuramentos europeus de hoje não suscitem entusiasmo.
E que os quintos lugares do campeonato sejam olhados como algo que não tem nada de especial.
Porque todos sabemos que o Vitória pode fazer muito mais e muito melhor.
Tem potencial e adeptos para isso.
O Jamor foi a última prova, se necessária, que é assim.
Porque os vitorianos esquecendo anos de frustração, épocas de mau futebol, um vaivém de jogadores absolutamente desproporcionado (e nalguns casos inexplicável) estiveram lá.
Á “ antiga”.
Largos milhares dando um apoio inexcedível á equipa.
E que obtiveram em troca?
Uma cabazada das antigas.
Uma exibição que nos envergonhou.
Declarações de satisfação (tipo “objectivo cumprido”) por parte de jogadores e responsáveis que são um insulto á nossa ambição de adeptos.
Pelo caminho, e pelos vistos, ainda houve gente do staff vitoriano que andou a pedir camisolas autografadas a jogadores do Porto!
Batemos no fundo.
E agora?
Agora, ao que parece, lá vão sair alguns dos jogadores que são mais-valia.
Fala-se de Rui Miguel, Jorge Ribeiro, João Ribeiro, Targino, N’Dyaie, Douglas até João Paulo.
Pelo caminho permite-se a inacreditável naturalização de Nilson pelo Burkina Faso (!) que o vai afastar da equipa durante o mês de Janeiro para estar na CAN.
Desconhece-se o que vai acontecer com os jovens emprestados a vários clubes (Lousada,Freamunde, Amarante) nos quais tiveram prestações bem positivas.
Mas ouve-se falar na venda a preço de saldo de Lionn e Renan Garcia.
Para além da certeza da chegada de mais um camião de sul-americanos.
Ao ponto de nem sabermos se na próxima época teremos uma equipa ou um escrete!
E continuam as enormes interrogações sobre a real situação financeira do clube.
Porque no ano em que mais receitas se obtiveram na transferência de jogadores (quase 10 milhões de euros) fomos obrigados a vender Ricardo em Fevereiro, sem hipótese de o substituir, para pagar salários.
E é patente a falta que Ricardo fez á nossa defesa.
Bem como Custódio, “oferecido” ao Braga, para termos de levar com Cleber e Renan que em termos de classe estão a anos-luz.
Ou William que foi emprestado ao Setúbal sem que face á lesão de Douglas tivéssemos alternativa a Edgar.
Eu acredito no Vitória
E nos seus adeptos.
Mas já não consigo acreditar nesta direcção tantos são os erros cometidos.
E espero que o pior não esteja para vir…
Porque seria horrível constatarmos que a grande festa vitoriana no Jamor foi a despedida de um Vitória “á Vitória”.
Uma grande instituição com um extraordinário potencial de crescimento.
Com adeptos únicos e inexcedíveis no amor ao clube.
Mas que por erros e opções erradas de quem o dirige estará ,por este caminho,“condenado” a ser mais um perdido na triste realidade do futebol português.
Sejamos ainda mais claros: o amor, a dedicação, a paixão dos vitorianos pelo Vitória tem sido duramente postos á prova nesta última década.
Tem resistido estoicamente.
Mas desengane-se quem pensa que aguentamos tudo.
Porque não aguentamos.
E só há dois caminhos:
Ou continuamos por aqui…rumo ao abismo.
Ou mudamos de vida.
E porque, felizmente, não somos uma SAD ainda são os sócios que mandam.
Está na sua mão o futuro do Vitória!

23 comentários:

Paulo Oliveira disse...

Na mouche. elencou de uma forma clara e acertada todos os 'tiros nos pé' que as várias direcções deram no nosso clube em tempos mais recentes. somos uns adeptos unicos, unicos também em não acertar em quem lidere com eficácia o nosso clube. será que existe esse grupo de homens e mulheres capazes de guindar o nosso clube a um patamar superior??enfim, uma década perdida... resta continuar a acreditar que um dia vai ser possivel inundar o Toural todos os anos para festejar titulos. VITÓRIA SEMPRE !!

Anónimo disse...

Parabéns pelo texto, mostra bem o sentimento que é partihado por grande parte dos Vitorianos.

Comungo da maior parte das suas afirmações, aqui e ali repicadas de alguma angústia provocada pela exibição da equipa e de algumas declarações de jogadores, mas no geral penso que o Vitória precisa de pessoas com esse espirito, que sintam o clube como os verdadeiros adeptos, só assim penso que algum dia podemos chegar lá.

Anónimo disse...

Parabéns por mais um contributo de alerta aos vitorianos. Serve o presente balanço para fazer meditar naquilo que pretendemos para o futuro do Vitória SC.
E o futuro é já, é hoje.

Apenas uma correcção da imprecisão relativamente à época a seguir à de "quase" campeões de 1968/69, que nos quedamos em 6º com os mesmos pontos que o 4º e apenas em 1970/71 estivemos em risco de descida.

Defendo e anseio por um Vitória dirigido por um Vitoriano e vejo em Luis Cirilo alguém que podia comandar ou aglutinar uma equipa directiva apenas com a "voz" Vitória, mas, perdoe-me, sem o erro de casting Pinto Brasil. Para erros deste género, já temos o que lá está.

Cumprimentos Vitorianos
Amadeu

Sonho Vitoriano!!! disse...

Parte 1
As suas palavras são aflitivamete reais e sabias! Pois vejo no seu pensamento a preocupação de quem vê no horizonte apenas o abismo. Certo é que foram os Vitorianos que elegeram Emilio Macedo presidente, pois se alguma vantagem ainda temos em não ser sad é que, certo será que apenas os socios puderam tirar de lá Emilio Macedo. Penso que esta terá sido uma das piores decadas da história do nosso vitória, mas infelizmente ainda sem que consiga compreender se isso se deve a quantidade, irreal, de erros cometidos, se por outro lado se deve a quantidade, inacreditavel, de oportunidades desperdiçadas para fazer história e fazer o Vitória crescer. Nunca concebi que um presidente do Vitória não fosse genuinamente Vitoriano e é essa a minha grande magoa. Pois dos três presidentes que conheci, que são curiosamente os três que dirigiram o vitoria pela penumbra nesta ultima decada, nenhum era como nós um vitoriano genuino. Temos Pimenta Machado grande presidente a quem o vitoria muito deve e que de forma impar contribuiu para o nosso crescimento e reconhecimento quer interno quer internacional. Mas que era reconhecidamente simpatizante do benfica, algo que não deveria ser possível... Depois vem Vitor Magalhães, presidente honesto esforçado mas com resultados catastroficos. Honesto porque prometeu que faria historia, e fez uma historia lamentavel triste e que nos parecia surreal ver o vitória na 2º Liga. Mas ele conseguiu e com isso fez história. Esforçado pois conseguiu trazer para o Vitoria jogadores a Vitoria como Saganowski ou Svard ou ainda Bennachour. Mas a verdade é que não era tambem genuinamente Vitoriano, há quem diga que era portista e isso eu não sei não o afirmo. Mas sei que na nossa familia quem é genuinamente Vitoriano não ama mais nenhum clube nem tem qualquer ligação com outro clube como ele tinha com o moreirense.Já para não referir o facto de ele ter vindo para ca por que quase o empurraram para isso, e ser presindente de todos nós é muito mais do que isso é orgulho é amor é paixão, dedicação, honra e não um favor que nos fazem... Por último mas não menos grave temos Emilio Macedo a quem sempre estaremos gratos pelo milagre da subida de devisão mas a quem nunca poderemos perdoar sucessivos erros e na sua maioria motivados por uma paixão pelo clube das águias. Vejamos foram cadeiras cedidas no nosso templo a apoiantes benfiquistas, foram defesas do benfica na europa que nos custaram a champions, foram protocolos que desconhecemos mas que nos fizeram ter aqui o nuno assis meia epoca pois era importante o benfica arranjar um lugar que lhe pagasse ordenado que o recuperasse da lesão e o fizesse ganhar ritmo competitivo. Foi o Luis Filipe que para ca veio pois sempre seria menos um salario a pagar pelo benfica durante um ano. Agora foi o Jorge Ribeiro que veio para ca valorizar-se ganhar ritmo para agora render dinheiro ao benfica, tendo o vitoria com isso ficado com mais um encargo financeiro durante esta epoca... Os erros são sucessivos e na sua maioria causados incompetencia e simpatia pelo clube da luz.É que parece já não haver nada de sagrado no Vitória porque agora o presidente é simpatizante benfiquista mas ainda mais grave há dois vice-presidentes que não se limitam a ser simpatizantes que são mesmo sócios do benfica!

Sonho Vitoriano !!! disse...

Parte 2
Por isto compreendo a sua preocupação com o futuro...
No domingo senti o fervor a paixão a mistica o orgulho dos vitorianos vi nos olhos de todos por uma tarde o vitoria, aquele que aprendi a amar que aprendi a defender e que tanto me fez gritar saltar soluçar chorar, mas sempre orgulhoso pois ao viver o Vitória eu vivia Guimarães vivia e respirava historia, sentia-me proximo de todos aqueles que amei e ja partiram mas que naquela hora sabia estarem ali a meu lado a lutar pelo Vitória a puxar por ele. Ao olhar para aquele simbolo ao ver aquelas cores sinto que todos nos transcendemos e lutamos pelo Vitoria mais do que por vezes julgamos possível, mesmo quando parece impossível nós estamos lá nós gritamos nós nunca desistimos e temos orgulho nisso. Foi tudo o que senti este domingo nos sabiamos que seria muito dificil, mas fomos lá acreditamos tivemos garra e vontade e certamente no meio de toda aquela gente estaria conosco Custódio Garcia, Ernesto Paraiso e Jesus entre tantos outros que infelizmente já partiram da nossa familia, mas todos estavam lá a gritar força rapazes é desta nós conseguimos,não desistam o Vitória merece a taça... E estranhamente no fim de todo aquele rebuliço daquele turbulhão de emoções percebi que o que me deixara mais triste não era a goleada que haviamos sofrido ou a falta de ambição da equipa, não não foi nada disso foi perceber como poderia eu ter tantas saudades do Vitória. Perceber que afinal aquilo que se viu no domingo, nas bancadas, era o Vitória que sempre amei. Ai parei e interroguei-me onde tens andado Vitória e foi já com uma lagrima no canto do olho que me despedi do Jamor na incerteza se não me estaria tambem a despedir do Vitória que sempre amei, por isso tudo o que de lá trouxe este domingo foi uma alma lavada em lagrimas pensando que ali podia ter acabado de vez o nosso Vitória.
Peço-lhe por isso encarecidamente e com o corção vitoriano nas maos que nos ajude e sabendo que não é nenhum mecias peço-lhe ajude a ter o Vitória de volta. Pois sei que com este rumo apenas estamos num caminho lento e tumultuoso para o fim!!!

Fabio Silva disse...

Excelente e muito realistica reflexão sobre o presente e futuro do nosso Vitória..Por muito que nos doa e custe é este o momento em que nos encontramos e temos de tomar rapidas medidas e acertadas decisões para, finalmente, entrarmos no caminho que todos merecemos e desejamos para o nosso clube.
Precisamos de gente competente e que defenda, acima de tudo, os interesses do Vitória!
Mas, não é a escrever apenas num blogue, num site ou num jornal que vamos conseguir que as coisas mudem...Precisamos de nos unir e tomar uma atitude a sério!
Conte comigo!

Anónimo disse...

Caro Luís Cirilo

Não nos fiquemos pelos textos. Vamos à acção.
Acabemos com as comissões, com o sector imobiliário instituído, com os anseios políticos/partidários, com a falta de audácia, com a mediocridade e falta gritante da defesa dos interesses do nosso clube.
Antes que venham "inspeccionar" as contas do clube em relação à transferência do Bebé.
Antes que nos apresentem um PowerPoint com gráficos bonitos camuflando os números das contas.
Vamos actuar, já!!!!!

Anónimo disse...

Meu caro, desde sempre esperei ler, na integra, aquilo que penso e que tenho transmitido, sobre a realidade do nosso clube. Finalmente "sorri"! Mas permita-me formular o seguinte: Ainda sinto arrepios de toda a emoção vivida no Jamor! Então aquele segundo golo? jamais esquecerei, a emoção, o soltar do vulcão adormecido nas hostes vitorianas, aqueles sorrisos, aqueles abraços calorosos sem saber a proveniência, sentimento que só um Vitoriano poderá sentir. Mais do que a minha propria satisfação, maior foi a de reparar na alegria desta gente! Todavia, fez-me cada vez mais sentir a revolta com os criminosos que gerem (?) os destinos do nosso grande clube. Ando dramaticamente preocupado com o nosso futuro devido àgritante constatação de que somos geridos por amadores, sem ambição nem objectivos, sem rumo nem respeito por todos nós. Mais do que publicar no seu blogue, coloque no JN e faça chegar a sua mensagem à grande maioria dos adeptos vitorianos, que não seguem estas modernices das TI. Desta forma, podemos ter alguma esperança numa solução interna, que me parece unica - fazer sair esta direcção. Tenho dito ultimamente que, outrora ouvia o presidente do clube da pedreira a dizer que queria uma massa associativa como a nossa, ora, agora digo eu: gostava de ter um presidente como ele....ninguém nos parava! Força e Coragem!

lourenço lima disse...

Parabéns pelo o excelene texto. As suas palavras são o sentimento de dor, tristeza e de revolta que paira no coração de todos os VERDADEIROS VITORIANOS. Depois da queda de Pimenta Machado muitos foram aqueles que se questionaram como seria o clube daí para a frente. Se por um lado cresceu em termos de adeptos e tornou-se num clube mais eclético, com a aparecimento de mais modalidades, por outro lado vimos o nosso clube obter os piores resultados desportivos no futebol e ser ultrapassado pelo nosso vizinho Braga. Titulos, esses apenas no Voleibol, no Basquetebol, Kicboxing, Natação, etc.
O nosso Vitória tem urgentemente de sofrer uma remodelação a nivel de dirigismo. Não podemos continuar a ter gente amadora e adepta de outros clubes a frente dos destinos do clube. Exemplo disso é vice-presidente Paulo Pereira que pela primeira vez que fala para a comunicação social, foi para dizer que o Vitória ainda não tem estofo para ombrear com os grandes. Isto vem escrito no Jornal O Jogo. Assim como veio escrito que o nosso treinador de Guarda-redes Neno foi pedir uma camisola autografada ao Hulk. Isto é uma tremenda falta de respeito até para os próprios jogadores do Vitória. Mas a verdade é que Neno é uma referencia do clube, aquele que ainda consegue manter um bom relacionamento com todos os adversários, coisa que não acontece com quem dirige e mal o clube. Estou de acordo quando alguem diz que temos partir para as Acções e deixar de apenas escrever em blogs. Estou como alguem diz que este e outros textos de alerta aos vitorianos tem de ultrapassar o mundo da intenert. Tem de chegar a todos os vitorianos por outras vias de comunicação, por planfletos, por missivas dirigidas aos próprios, etc. A época desportiva terminou e estes senhores preparam a próxima da mesma forma que preparam esta. Vao vender os melhores jogadores como Rui Miguel, Bruno Teles, Nidyai e talvez João Paulo. certamente vão vender o Dinis ao Deportivo da Coruña e ficar com dois pernetas lá no meio campo (Cléber e Renan). O Outro Renan que fez uma boa época no Beira-mar já foi foi vendido, assim como Lyon e está para chegar uma carrada de brasileiros, Marroquinos(descobriu-se em Marrocos uma Mina de Ouro de jogadores de futebol. Enfim, quando deveria-mos de apostar numa equipa forte para entrar na fase de grupos da Liga Europa, vão uma vez mais estes amadores cometer o mesmo erro de alguns anos atrás, quando o Vitória se qualificou para a pré-eliminatória da champions league.

Alberto Sá disse...

Caro Cirilo,
qualquer vitoriano sabe avaliar os altos e baixos do clube nas últimas décadas.
Só lamento é que, nas últimas eleições, que foi o momento e espaço próprios para se discutir estratégias, a oposição vitoriana tenha sido bem pior do que o péssimo presidente no activo... isso é que é arrepiante!

Como foi possível perder eleições daquelas? E a culpa não esteve nos votos dos sócios... esteve numa campanha amadora, mal dirigida, sem que saissem para fora duas ideias conexas, antes se proferindo bitaites sobre cimento e letras... deplorável! O mal do Vitória não está aí. Ficou a sensação de que também a oposição não entendia o futebol *profissional e competente*, nem o próprio Vitória! Era mais do mesmo, só que, ainda por cima, de um mesmo desconhecido, de quem era sócio há um ano!

O Vitória nunca crescerá enquanto os seus dirigentes levarem o clube e o seu futebol à séria!

Rui Vítor Costa disse...

Gerou-se nos últimos anos um sentimento de que só se pode estar disponível para assumir o Vitória se se tiver dinheiro. E, mal-grado, não ter visto ninguém que o perdesse, a verdade é que só se chega à frente quem, supostamente está nessas condições, ainda para mais no domínio de gestões opacas.
Não gosto de me pôr em bicos de pés mas tenho um nº de sócio decente, como sei que tu o tens, o que pode não querer dizer muita coisa, mas pelo menos atesta que não descobrimos o Vitória aos 20 anos, nem aos trinta e muito menos aos 40. Que ser vitoriano é genético e não táctico.
Os dirigentes que tenho visto candidatar-se são, salvo raras excepções, e normalmente esses em lugares mais discretos do dirigismo, umas perfeitas aves de arribação.
Acho absolutamente necessário mudar esta mentalidade e apelar aos bons vitorianos que se saibam unir em torno de quem é capaz e gosta mesmo do Vitória. Sem interferências da CM, nem contra ela.
A continuarmos como estamos damos o tal passo em frente ... mas para o abismo.

Ricardo Silva disse...

Meu caro amigo,depois de ler o seu texto e os comentarios aqui postados tenho que lhe dizer o seguinte...Avance,lidere uma soluçao para o VITORIA e todos nos estaremos ca para o amparar!!!Voce dará um presidente brutal!!!Grande abraço

Anónimo disse...

bla bla bla bla bla bla.....

J.Lima T. (V.Verde) disse...

Tenho pouco a ver com os vossos "problemazinhos", mas tenho alguma dificuldade em perceber algumas das vossas preocupações.
O Guimarães, sempre que contrata o Manuel Machado, consegue sempre alguma coisa, da última vez coloca a equipa numa prova europeia, e esta temporada leva a equipa á final da Taça de Portugal e junta-lhe novamente a liga Europa.
Joguei, em tempos andebol com Manuel Machado, só tenho agora de lhe reconhecer algum mérito e valor.
Agora voces vimaranenses, se calhar não pensam.

Anónimo disse...

nao podia estar mais de acordo com o sonho vitoriano, pois eu também tenho um sonho vitoriano muito diferente deste.
sei que já lhe devem ter desafiado varias vezes mas também eu o faço, porque o tenho na conta de ser uma pessoa séria, um verdadeiro vitoriano, que nos ajude a ajudar o vitória.
quero entender o seu «silencio ensurdecedor» em relaçao aos comentários que aqui foram feitos como sinal de que pondera traçar um novo futuro para o nosso vitória.cá estaremos para o apoiar.

Luis Sá disse...

Caro Luis Cirilo,
A realidade do clube terá que ser entendida em duas vertentes distintas, mas ambas pilares fundamentais para o definitivo crescimento e o alcance do maior sonho desta massa associativa - sermos realmente GRANDES no futebol, e não apenas no associativismo! Uma diz respeito à organização do clube, na generalidade amadora, incompetente, distante da realidade actual do futebol, sem rumo, sem esperança, sem lider, sem método, enfim sem as bases necessárias para a pratica de uma gestão moderna e na observância dos pressupostos de uma boa gestão empresarial (que nunca podemos dissociar). A outra vertente diz respeito aos nossos valores, ao assimilar do que é ser VITORIANO e das inerentes regras, exigências e paixões. Analisando a actual direcção, concluimos (desde sempre, pelo menos da minha parte) que é o oposto de tudo aquilo que é fundamental para o sucesso e futuro deste clube. Criaram guerras que não eram as nossas (agentes e FCPorto como exemplo), alianças despropositadas (Sporting Clube da Pedreira e Benfica) em que em ambos os casos fomos atraiçoados pelo caminho, todas com claro prejuizo para o VItoria. Outras tantas poderiam aqui ser mencionadas.....infelizmente! Preocupa-me a perda de identidade, o saudosismo eterno de algumas paginas de ouro no clube versus a procura de superar as mesmas, a crescente escalada de perda de assistência no estadio, a falta de ambição e de respeito pelos valores mais importantes do clube - os sócios!!! Ambos sabemos que neste clube, o que hoje é verdarde, amanhã poderá ser mentira, ou seja, se por acaso vencermos a supertaça,todas estas verdades, insofismáveis e factuais, passam a ser palavras de quem quer desestabilizar o clube. Não podemos deixar que isso aconteça, não podemos permitir a memória curta, o populismo em vez da popularidade, a esperteza saloia em vez da inteligência, porque este clube é grande, esta cidade é eterna, esta gente é sinónima de amor e paixão pelo que é seu e o rumo que está a tomar não mudará com esse resultado! Resta a questão: Quo o Vadis?
Desde já e sem demoras, dar a conhecer a realidade do clube aos vitorianos, começando pelo envio deste seu texto por email a amigos, e que pela mesma via o reencaminhem. Organizar urgentemente uns "Estados Gerais" Vitorianos (nós que até somos aversos a este método...) onde de uma forma serena,responsavel e competente, se possa definir os proximos passos rumo a um objectivo imediato - destituir os actuais orgãos sociais, porque o vitoria é nosso, é de todos aqueles que apenas sentem este clube, e não outro! Todavia, associado a isto (sob pena de falta de credibilidade) apresentar uma solução, que poderá passar pela constituição de uma SAD, sempre com o pressuposto de que 51% da mesma pertencerà sempre ao clube,do qual somos sócios, no meu caso à mais de 25 anos.
Este é o momento, este deverá ser o nosso "25 de Abril"! Sou Vitória até Morrer!!! Depois Falamos....

Anónimo disse...

Luis Cirilo quando será candidato a presidente?
Dou a resposta que gostava de ouvir: HOJE!!!
gente competente e inteligente para o nosso VITORIA
MASO25

Mr.Karvalhovsky disse...

Caro Luís Cirilo, os Vitorianos estão à espera da sua candidatura!
Está à espera de quê?

Hermenegildo disse...

Tomara muitas épocas, igualzinhas a esta, quem me dera muitas temporadas assim...
Sempre sonhava em ganhar a Taça de Portugal e vencer a Liga Europa !!

luis cirilo disse...

Caro Paulo:
Claro que existem pessoas no Vitória capazes de levarem o clube onde todos desejamos. Mas estavamos se assim não fosse.
Caro Vitorianismo:
O Vitória tem de ser dos vitorianos. Sempre foi em 89 anos de História.
Caro Amadeu:
Obrigado pela oportuna rectificação. Acredito que existem pessoas profundamente vitorianas dispostas a servir o clube.
Caro Sonho Vitoriano:
Devo dizer que me identifico por inteiro com os magnificos comentários que fez.
A minha angustia também tem mais a ver com um Vitória que não sei se está a deixar de existir como grande clube do que com derrotas que embora custosas se diluem no tempo.
Digo muitas vezes que o Vitória é um gigante adormecido.
E é.
Que só verdadeiros vitorianos,dos que adormecem e acordam a pensar no clube,podem despertar deste sono demasiado prolongado.
Caro Fabio:
De acordo.
Há um tempo para reflectir e outro para agir.
Mas a ação pertence aos sócios.
São eles que tem de definir o que querem para o Vitória.
Caro Anónimo:
De acordo.
Porque depois...pode ser tarde.
Caro Anónimo:
Eu creio que temos de utilizar os meios que temos á nossa disposição para divulgar a mensagem.
E quantos mais formos melhor.
Agora que temos todos razões para andarmos preocupados isso temos.
Caro Lourenço:
Estou naturalmente de acordo.
E este vaivém de jogadores é algo absolutamente incompreensivel e ao arrepio da bos gestão desportiva.
Pode ser interessante para os empresários e comissionistas. Para o Vitória é desastroso. Será que a próxima época vai voltar a ser ano zero? será que MM (se ficar) vai voltar a ter de construir uma equipa ?
Merecemos melhor.

luis cirilo disse...

Caro Alberto Sá:
Não concordo totalmente com a sua opinião.
Nas ultimas eleições a Lista A apresentou um programa completo para o clube e discutiu-o com os sócios em mais de uma dezena de sessões públicas.
Não chegamos a todo o lado,é verdade, mas fizemos um grande esforço nesse sentido.
E garanto-lhe que o nosso projecto desportivo era bem potenciados de um grande Vitória.
Caro Rui Vitor:
Inteiramente de acordo.
E é desse Vitória geneticamente perfeito,passe a expressão,que estamos a precisar.
Gerido por gente competente,profundamente vitoriana,que saiba o papel do clube na comunidade.
A questão dos dirigentes ricos,tão entranhada numa certa mentalidade local,foi o que nos trouxe até aqui.
Na verdade não precisamos de uma direcção rica.
Precisamos,isso sim, de uma rica direcção.
Caro Ricardo:
Não vamos por o carro á frente dos bois.
É importante que os sócios definam o que querem.
Caro J. Lima:
Realmente tem pouco a ver com os nossos problemas. Mas acredito que lhe agrade este estado do Vitória.
Caro Anónimo:
Há silêncios que valem por mil palavras. E para mim é muito interessante ouvir/ler as opiniões dos vitorianos.
Caro Luis Sá:
Estou de acordo com muito do que escreve.
Reiterando que o clube é dos sócios e deve seguir o rumo que eles entenderem.
Gosto da ideia dos "estados Gerais".
De facto os vitorianos merecem um espaço onde possam expressar as suas opiniões.
Caro Maso 25:
Não há candidatos sem existirem eleições.
Caro Mr karvalhovsky:
Estou á espera de que ?
Dos vitorianos!
Caro Hermenegildo:
É sempre bom ver que há quem esteja satisfeito com o que tem.
Eu não estou. Para o Vitória quero muito mais e muito melhor.

Anónimo disse...

Senhor luis cirilo,
obrigado por este lindo texto,é assim que se ve os verdadeiros vitorianos. Porque nao se candidata? Era mais um voto de um socio de mais de trinta anos associativo que recebia!!!
Li todos os comentarios que lhe foram dirigidos, e todos eles que bom agrado vitoriano.
mais uma vez obrigado.E por favor publique este seu lindo texto num jornal desportivo para todos os socios vitorianos terem acesso.
VITORIA ATÉ MORRER!!!

saudações vitorianas do socio Domingos Maciel

luis cirilo disse...

Caro Domingos Maciel:
Muito obrigado pelas suas palavras.
Não depende de mim a publicação deste texto na imprensa local ou noutra. Claro que gostaria de o fazer.
Quanto á candidatura de que fala repito aquilo que é desde sempre a minha posição sobre o assunto: Não há candidatos nem candidaturas sem haverem eleições.
Independentemente disso considero que o Vitória tem de mudar de vida rapidamente. Porque vamos por mau caminho.