Publiquei, hoje, este artigo no Correio do Minho
Por razões não totalmente explicadas, e muito menos globalmente entendiveis, o Vitória chega a meados de Fevereiro a jogar positivamente para nada.
Puxemos o filme um pouco atrás.
Depois de um período de convulsão directiva culminado com a saída do histórico presidente Pimenta Machado e a entrada de Vítor Magalhães, o clube entrou numa autêntica montanha russa em termos desportivos.
Treinado por Manuel Machado apura-se para as competições europeias mas finalizada a época Machado sai e entra Jaime Pacheco.
No final da temporada desce, pela primeira vez em mais de 50 anos, á 2ª divisão com as peripécias conhecidas que passaram da mudança de treinador a assembleias-gerais acaloradíssimas em que a queda da direcção esteve em cima da mesa.
Na Liga Vitalis, depois de um início periclitante o Vitória muda de treinador e logo a seguir de Presidente e enceta uma recuperação espectacular que o leva a alcançar a subida de divisão.
Com Manuel Cajuda a treinar e Emílio Macedo a presidir.
Faz uma temporada 2007/2008 a todos os títulos excelente e pelo acesso directo á Liga dos Campeões até ao fim do campeonato.
Algumas arbitragens “cientificamente induzidas” nos últimos jogos arredam o clube do segundo lugar mas permitem-lhe o acesso, pela primeira vez na sua História, á pré eliminatória da Liga milionária.
Tudo parecia, pois, bem encaminhado para o Vitória poder dar um grande salto em frente e assumir-se como um candidato natural aos três primeiros lugares do campeonato.
Foi aí que as coisas, de forma algo inacreditável, começaram a andar para trás.
Saem quatro jogadores titulares (Geromel, Ghilas, Alan e Miljan) que constituíam a espinha dorsal da equipa mas apenas o último é substituído com vantagem qualitativa através da aquisição do avançado Douglas.
Que por azar se lesiona gravemente ainda na primeira parte da Liga.
Depois o Vitória, atendendo a “cantos de sereia” vindos do sul, resolve apostar no apuramento directo para a Champions através da desclassificação do Porto e serve de apoio ao Benfica numa guerra que não era sua.
Perde a guerra jurídica, como era mais que óbvio, e incorre no descontentamento da UEFA que não gosta deste tipo de problemas (e em Basileia percebe, posteriormente, a forma como se manifesta esse descontentamento…) e num esfriamento tremendo das suas relações com os portistas.
Consequência grave a não continuidade de Alan e o cancelamento dos empréstimos previsto de Luís Aguiar e João Paulo.
Pior ainda vê os dois primeiros irem reforçar um rival directo.
A seguir recebe do Benfica dois jogadores, Nuno Assis e Luís Filipe, que chegam tarde a e más horas, lesionados ainda por cima, e que só em Dezembro começam a ter um rendimento compatível com as exigências.
Pelo caminho sabe que vai jogar o pré eliminatória da Champions com o mais acessível de todos os adversários disponíveis, o Basileia, e ao invés de apostar tudo na entrada da fase de grupos e consequentes proventos financeiros revela um estatismo preocupante em termos de reforço da equipa.
Enreda-se na novela “ do vem não vem” com os jogadores do Benfica que quando chegam é nas condições atrás descritas.
É derrotado na pré eliminatória, com graves erros arbitrais nos dois jogos é verdade, mas tendo feito pouco em jogo jogado para merecer passar.
A seguir na UEFA aparece-lhe o Portsmouth e é novamente eliminado pese embora a excelente recuperação no jogo de Guimarães que quase lhe valia o apuramento.
A verdade é que quer com suíços quer com ingleses as derrotas deveram-se essencialmente a um plantel insuficiente para ter o mínimo de aspirações.
Como Braga viria a provar jogando, a atropelando, o mesmíssimo Portsmouth.
Em Setembro/Outubro com o percurso europeu concluído e um trajecto na Liga aos soluços olhava-se para a reabertura de mercado como a hipótese de salvar a época através de um reforço significativo da equipa.
Cajuda pediu quatro jogadores, Emílio Macedo prometeu cinco, vieram quatro e saiu um titular.
Estranhas contas.
Especialmente se considerarmos que entre Cajuda e Macedo pouca ou nenhuma sintonia existiu em termos de nomes e posições no terreno.
Com Cajuda amuado e em black out, Emílio Macedo a tentar segurar as pontas, e os adeptos desiludidos e incrédulos com tanto disparate, o Vitória chega a Fevereiro numa situação perfeitamente insólita.
Eliminado das competições europeias, da Taça de Portugal e da taça da Liga, a meio da tabela no campeonato sem hipóteses de alcançar apuramento europeu (salvo milagre que não se prevê!) e sem risco de descer de divisão o clube vai jogar três meses para cumprir calendário!
Sem entusiasmo, sem motivação, sem objectivos.
Com um treinador “mortinho”por ir embora (basta ver as declarações ultimas) de preferência por iniciativa da direcção e com uma direcção “mortinha” para que ele vá embora de preferência por iniciativa própria percebe-se o ambiente que se respira no clube.
E interrogam-se os vitorianos, sem culpa nenhuma nisto, de que forma vai ser preparada a próxima época.
De que forma, por quem, com que objectivos.
E esta não é uma questão menor.
Porque um clube com mais de trinta e dois mil sócios mais de vinte mil lugares anuais vendidos, não pode estar sujeito a crises destas!
Sob pena de adiar, mais uma vez, o salto para o patamar dos que lutam sempre pelo máximo.
BOLA CHEIA
Taça Portugal
A presença nas meias-finais de Amadora, Paços de Ferreira e Nacional significa um abanão no Portugal dos chamados grandes.
Embora o FCP seja o grande favorito ao troféu resta a esperança de que mais uma vez aconteça “Taça”.
BOLA VAZIA
Vitória
Existam problemas entre treinador e direcção.
Tenha o plantel as lacunas que se conhecem.
A verdade é que com os jogadores disponíveis o Vitória tinha “obrigação” de eliminar o Estrela.
Só que a jogar em casa, contra o Amadora, com dois pontas de lança no banco e nenhum em campo pagou caro a falta de ousadia.
Para não lhe chamar bem pior.
Por razões não totalmente explicadas, e muito menos globalmente entendiveis, o Vitória chega a meados de Fevereiro a jogar positivamente para nada.
Puxemos o filme um pouco atrás.
Depois de um período de convulsão directiva culminado com a saída do histórico presidente Pimenta Machado e a entrada de Vítor Magalhães, o clube entrou numa autêntica montanha russa em termos desportivos.
Treinado por Manuel Machado apura-se para as competições europeias mas finalizada a época Machado sai e entra Jaime Pacheco.
No final da temporada desce, pela primeira vez em mais de 50 anos, á 2ª divisão com as peripécias conhecidas que passaram da mudança de treinador a assembleias-gerais acaloradíssimas em que a queda da direcção esteve em cima da mesa.
Na Liga Vitalis, depois de um início periclitante o Vitória muda de treinador e logo a seguir de Presidente e enceta uma recuperação espectacular que o leva a alcançar a subida de divisão.
Com Manuel Cajuda a treinar e Emílio Macedo a presidir.
Faz uma temporada 2007/2008 a todos os títulos excelente e pelo acesso directo á Liga dos Campeões até ao fim do campeonato.
Algumas arbitragens “cientificamente induzidas” nos últimos jogos arredam o clube do segundo lugar mas permitem-lhe o acesso, pela primeira vez na sua História, á pré eliminatória da Liga milionária.
Tudo parecia, pois, bem encaminhado para o Vitória poder dar um grande salto em frente e assumir-se como um candidato natural aos três primeiros lugares do campeonato.
Foi aí que as coisas, de forma algo inacreditável, começaram a andar para trás.
Saem quatro jogadores titulares (Geromel, Ghilas, Alan e Miljan) que constituíam a espinha dorsal da equipa mas apenas o último é substituído com vantagem qualitativa através da aquisição do avançado Douglas.
Que por azar se lesiona gravemente ainda na primeira parte da Liga.
Depois o Vitória, atendendo a “cantos de sereia” vindos do sul, resolve apostar no apuramento directo para a Champions através da desclassificação do Porto e serve de apoio ao Benfica numa guerra que não era sua.
Perde a guerra jurídica, como era mais que óbvio, e incorre no descontentamento da UEFA que não gosta deste tipo de problemas (e em Basileia percebe, posteriormente, a forma como se manifesta esse descontentamento…) e num esfriamento tremendo das suas relações com os portistas.
Consequência grave a não continuidade de Alan e o cancelamento dos empréstimos previsto de Luís Aguiar e João Paulo.
Pior ainda vê os dois primeiros irem reforçar um rival directo.
A seguir recebe do Benfica dois jogadores, Nuno Assis e Luís Filipe, que chegam tarde a e más horas, lesionados ainda por cima, e que só em Dezembro começam a ter um rendimento compatível com as exigências.
Pelo caminho sabe que vai jogar o pré eliminatória da Champions com o mais acessível de todos os adversários disponíveis, o Basileia, e ao invés de apostar tudo na entrada da fase de grupos e consequentes proventos financeiros revela um estatismo preocupante em termos de reforço da equipa.
Enreda-se na novela “ do vem não vem” com os jogadores do Benfica que quando chegam é nas condições atrás descritas.
É derrotado na pré eliminatória, com graves erros arbitrais nos dois jogos é verdade, mas tendo feito pouco em jogo jogado para merecer passar.
A seguir na UEFA aparece-lhe o Portsmouth e é novamente eliminado pese embora a excelente recuperação no jogo de Guimarães que quase lhe valia o apuramento.
A verdade é que quer com suíços quer com ingleses as derrotas deveram-se essencialmente a um plantel insuficiente para ter o mínimo de aspirações.
Como Braga viria a provar jogando, a atropelando, o mesmíssimo Portsmouth.
Em Setembro/Outubro com o percurso europeu concluído e um trajecto na Liga aos soluços olhava-se para a reabertura de mercado como a hipótese de salvar a época através de um reforço significativo da equipa.
Cajuda pediu quatro jogadores, Emílio Macedo prometeu cinco, vieram quatro e saiu um titular.
Estranhas contas.
Especialmente se considerarmos que entre Cajuda e Macedo pouca ou nenhuma sintonia existiu em termos de nomes e posições no terreno.
Com Cajuda amuado e em black out, Emílio Macedo a tentar segurar as pontas, e os adeptos desiludidos e incrédulos com tanto disparate, o Vitória chega a Fevereiro numa situação perfeitamente insólita.
Eliminado das competições europeias, da Taça de Portugal e da taça da Liga, a meio da tabela no campeonato sem hipóteses de alcançar apuramento europeu (salvo milagre que não se prevê!) e sem risco de descer de divisão o clube vai jogar três meses para cumprir calendário!
Sem entusiasmo, sem motivação, sem objectivos.
Com um treinador “mortinho”por ir embora (basta ver as declarações ultimas) de preferência por iniciativa da direcção e com uma direcção “mortinha” para que ele vá embora de preferência por iniciativa própria percebe-se o ambiente que se respira no clube.
E interrogam-se os vitorianos, sem culpa nenhuma nisto, de que forma vai ser preparada a próxima época.
De que forma, por quem, com que objectivos.
E esta não é uma questão menor.
Porque um clube com mais de trinta e dois mil sócios mais de vinte mil lugares anuais vendidos, não pode estar sujeito a crises destas!
Sob pena de adiar, mais uma vez, o salto para o patamar dos que lutam sempre pelo máximo.
BOLA CHEIA
Taça Portugal
A presença nas meias-finais de Amadora, Paços de Ferreira e Nacional significa um abanão no Portugal dos chamados grandes.
Embora o FCP seja o grande favorito ao troféu resta a esperança de que mais uma vez aconteça “Taça”.
BOLA VAZIA
Vitória
Existam problemas entre treinador e direcção.
Tenha o plantel as lacunas que se conhecem.
A verdade é que com os jogadores disponíveis o Vitória tinha “obrigação” de eliminar o Estrela.
Só que a jogar em casa, contra o Amadora, com dois pontas de lança no banco e nenhum em campo pagou caro a falta de ousadia.
Para não lhe chamar bem pior.
12 comentários:
Bolas,não dá filme.
Mais uma em cheio! Tivesse o Milinho olhos para ler...
A crise já não fica por aí. Perante a contestação dos sócios a presidente, treinador e jogadores durante o treino de quarta-feira, Emilio Macedo respondeu a sócios que pediam a sua saida com um "...já não deve faltar muito."!!?
È bom que aqueles sócios que pela sua visibilidade, importancia, passado e ideias defendidas no universo do VSC comecem a pensar sériamente na possibilidade de se terem de apresentar aos socios de maneira a garantirem o futuro do clube
Já andamos frustrados mas ao ler este texto ficamos muito mais.
Vivemos um momento medicre,por clara inaptidão do presidente,depois de termos tudo para que vivessemos um momento de glória.
Temos cada vez mais,a urgência de pensar numa solução para o Vitória.
Caso não apareça o tal homem,sou completamente favorável á constituição do Vitória SAD.
Estou farto de amadores.
E farto de ver o Vitória perder em todos os aspectos.
Sempre.
LUIS CIRILO á presidência jà!
Desculpe Cirilo, mas voltamos á carga, só espero que a bola de neve começe a ganhar forma...Há por aí alguém a pensar o mesmo?
Pessoal dos blogs, passem pf a mensagem,ok?
Houvesse um director como o Sr. Dinis Monteiro, e isto ficava mais fino.
Para candidato tem todo o meu apoio.
Acho que é sem duvida um fortissimo candidato ás próximas eleições para a presidência do Vitória.
Luis Cirilo,já nos tem brindado com artigos de opinião de grande qualidade acerca de muita coisa que terá de ser feita para prepararmos o Vitória do futuro.
O tal Vitória do futuro.
Tem todas as qualidades para criar um projecto arrojado,com rigor e exigência.
Tem o perfil ideal para ser presidente do Vitória Sport Clube.
Só falta a ambição.
Sem duvida.
Ao ler estes comentários, assalta-me o pensamento uma verdades tão verdadeira que até me deixam um pouco atónito. Ao longo desta semana, perante os resultados do nosso VSC, a sua imagem, caro Luís Cirilo, foi-se impondo no meu pensamento como o homem certo para a nossa presidência. Não dei muita importância. A vida continua e o Vitória continua a perder. Ao ler os comentários, pelos vistos essa ideia não é só fruto da minha imaginação. Há mais gente a pensar o mesmo!!! É um caso a pensar, caro Luís Cirilo... :-)
Caro Anónimo:
Se calhar até dá.
Caro Saganowski:
O problema,como sabes,é bem mais vasto que o Milo ter em conta esta ou outras opiniões.
Caro João:
Olho com optimismo moderado para o futuro do Vitória.
Certo que no seu seio se encontrarão as soluções necessárias.
Nessa,como noutras matérias,não sou "velho do Restelo".
Espécimes que infelizmente parecem estar a proliferar em Guimaraes.
Caro Jose Alves:
A ideia deste texto não é deprimir ninguém.
Apenas ajudar ao diagnóstico de uma situação complicada.
E não existem curas perfeitas sem disgnósticos correctos.
Cao Anónimo:
O Vitória tem presidente com andato para cumprir.
E o cumprimento dos mandatos é uma boa regra.
Caro José Alves:
Tal como em relação ao comentário do anónimo anterior agradeço as palavras mas como compreenderá não comentarei.
Caro Marco:
Também agradeço as palavras que aqui deixou mas também não comento.
Embora fique naturalmente satisfeito por ver reconhecidas as ideias que neste e noutros espaços vou deixando acerca do nosso clube.
Sinceramente acho que nesta fase complicada todos os vitorianos tem o dever de contribuirem construtivamente para que o clube possa ultrapassaros seus problemas.
Temos de ponderar bem.
Muito bem.
A julgar pela rapidez com que nos reponde,temos de pensar:
-Será que se algum dia for presidente do Vitória,responderá com a mesma rapidez ás inquietações dos sócios?
Enviar um comentário