quinta-feira, março 23, 2023

Cumprido

Pode dizer-se que Portugal cumpriu o seu objectivo sem grande brilho mas com eficácia e momentos de bom futebol.
Mais do que isso também seria difícil face a um adversário que raramente saiu dos trinta metros em frente à sua baliza e apenas fez um remate enquadrado com a baliza portuguesa e sem qualquer perigo. Portugal fez quatro golos, podia ter feito sete ou oito porque criou oportunidades suficientes para isso, mas na hora da concretização também faltou uma ponta de sorte aos jogadores portugueses.
Roberto Martinez é um defensor de jogar com três centrais de molde a soltar os laterais para missões mais ofensivas mas perante tão débil adversário creio que teria andado melhor em jogar com menos um central e lançar de início Gonçalo Ramos ao lado de Ronaldo ou Rafael Leão como extremo.
Seja como for Portugal venceu e inicia bem um percurso que só pode levar ao apuramento para o Europeu e em primeiro lugar no grupo.
Em termos individuais foi uma grande noite de Cancelo que fez uma exibição de grande qualidade , uma bela primeira parte de João Félix e uma excelente entrada no jogo de Rafael Leão numa equipa em que ninguém esteve mal.
Rui Patrício terá passado uma das noites mais aborrecidas da sua carreira e Cristiano Ronaldo juntou mais dois golos a um pecúlio que é o melhor da História do futebol em termos de selecções e ainda podia ter marcado mais um ou dois.
Nota final para o quão lamentáveis foram as vaias a Rafael Leão e João Mário.
Era Portugal que estava em campo e as questões clubísticas não tinham ali lugar. Talvez a FPF devesse repensar a marcação de jogos para estádios em que a maioria dos adeptos seus habituais frequentadores não sabe separar as coisas.
Depois Falamos.

2 comentários:

Luís Ferreira disse...

Caro Luís Cirilo;

Ao ler esta sua frase, "Talvez a FPF devesse repensar a marcação de jogos para estádios em que a maioria dos adeptos seus habituais frequentadores não sabe separar as coisas.", lembrei-me de um comentário que aqui fiz há uns 10 anos (http://depoisfalamos.blogspot.com/2013/02/ronaldo-e-custodio.html). Juntando tudo, bem poderá ter respondido àqueles que perguntam por que joga tão poucas vezes a selecção no nosso estádio.
Sobre os assobios, concordo com totalmente com o que diz hoje, muito menos com o que disse nessa altura. Mas, esse caso, já comentei extensamente na publicação cujo link citei.

luis cirilo disse...

Caro Luis Ferreira:
Hoje não teria escrito exactamente o que escrevi há dez anos quando as mágoas vitorianas em relação ao Custódio estavam muito mais vivas. Mas continuo a pensar que os vitorianos tinham razão para estarem muito aborecidos com o jogador pela forma acintosa como festejou um golo que nos marcou quando cada vez mais o uso tem sido os jogadores não festejarem quando marcam a antigas equipas. E quando falo do Custódio estou á vontade. Fui um entusiasta pela sua contratação, defendi-o enquanto cá esteve, insurgi-me várias vezes quando o via no banco para jogar um colega que não tinha a sua categoria e continuei a defendê-lo quando se transferiu para o Braga. Porque sabia que a sua vontade era ficar no Vitória e apenas não ficou porque não quiseram que ficasse. Apenas passei a critica-lo depois desse festejo raivoso e sem cabimento em direcçã a adeptos que não tinham culpa nenhuma da sua saída. Dito isto há que realçar que não há comparação entre essas vaias a Custódio e o sucedido ontem. Porque não conheço nenhuma atitude de provocação aos adeptos leoninos dos dois jogadores. Apenas optaram por não continuarem no clube e seguirem as suas carreiras noutros lados. Ainda assim, e retrospectivamente, não me custa admitir que essas vaias ao Custódio não deviam ter existido num jogo da selecção e deviam ter sido guardadas em exclusivo para jogos do clube.