Deve-se ao Caldas, equipa da Liga 3 e com apenas três jogadores profissionais, o em duas hora de jogo intenso ter acabado de uma vez por todas com três mitos que por aí andam e que não passam de invenções fabricadas pela comunicação social e sustentadas artificialmente por algumas equipas de arbitragem.
O primeiro mito é o do "invencível" Benfica vendido à opinião pública como uma equipa inultrapassável seja quem for o adversário.
O Caldas da Liga 3 provou que isso não passa de um mito!
É certo que os lisboetas ganharam, nas grandes penalidades, mas bem podiam ter perdido porque esse tipo de desempate dá para tudo. E uma equipa "invencível" não vai para desempates por grandes penalidades, depois de duas horas de jogo, com uma equipa de terceiro escalão.
E em bom rigor só se mantém invencível porque dois árbitros muito amigos os impediram de perderem em Guimarães frente ao Vitória (amigo Rui Costa mais o VAR muito amigo Luís Ferreira) e no estádio da Luz frente ao Paços de Ferreira que esta época ainda não ganhou a ninguém mas só não venceu na Luz porque o amigo Fábio Veríssimo não deixou.
Segundo mito é Roger Schmidt.
Treinador de curriculo modesto, que foi campeão apenas uma vez e na Austria que não é propriamente um campeonato de topo, mas que chegado a Lisboa foi logo transformado num treinador da élite mundial ao nível de um Rinus Michels, Pepe Guardiola ou José Mourinho.
Ao ponto de já quase se fazerem abaixo assinados a apelar à sua renovação.
A verdade é que o Benfica joga geralmente muito pouco, vale-se de rasgos individuais e de apitos encarnados para resolver jogos, e com uma ou outra excepção raramente foi melhor que os seus adversários.
E não me venham com a decrépita Juventus (a pior dos últimos largos anos) e o triunfo em Turim, onde foi de facto superior ao adversário, para contrariar isso porque não passou da excepção que confirma a regra.
Face ao Caldas, da Liga 3, o que a realidade nos mostrou é que nunca o treinador do Benfica encontrou soluções para ultrapassar um adversário bem organizado, lutador e corajoso mas que não passa de uma equipa semi profissional.
Roger Schmidt pode ser um bom treinador, nem discuto isso, mas está longe de ter a dimensão que o mito criado em seu torno quer fazer crer.
Terceiro mito é o jovem António Silva.
Transformado instantaneamente por Bola, Record, RTP, SIC, TVI, Sport-Tv , comentadores avençados e jornalistas sem deontologia, num central de categoria mundial, num jogador que já vale 100 milhões (quase tanto como aquele flop impingido ao Atlético de Madrid), numa sintese perfeita entre Beckenbauer, Baresi e Humberto Coelho, candidato à pressa a "Golden Boy" e inevitável vencedor da "Bola de Ouro" a curto prazo.
Um jogador , para esses "louva a deus", que tem de ir ao Mundial , que é indiscutivel na selecção, que seria um crime não levar ao Catar.
A verdade é que o moço, suplente de André Amaro nos sub -21, não é nada disso e o curto prazo de encarregará de o provar.
Tem qualidade, tem estampa atlética, tem margem de progressão, poderá vir a ser um grande central isso nem ponho em causa mas neste momento é apenas um miúdo de 18 anos que precisa de tempo e espaço para crescer e evoluir e dispensa bem todo o circo montado em seu redor por aqueles que só veêm negócios, milhões e comissões.
Nos dois últimos jogos, provavelmente também fruto dessa pressão que lhe estão a pôr em cima, fez um penalti estúpido em Paris que deu um golo ao PSG e teve uma perda de bola, que nem um juvenil de primeiro ano, que deu um golo ao Caldas.
Com os regressos de Lucas Veríssimo e João Victor, mais o "capitão"Otamendi, o mais certo é voltar à equipa B para continuar o seu processo de formação e se preparar para um dia, que não agora, se afirmar como titular do seu clube e poder aspirar à selecção A.
Não é um ídolo com pés de barro mas nem por isso deixa de ser um mito face à sua realidade actual.
Que o Caldas, como os dois mitos anteriores, também se encarregou de desfazer.
Depois Falamos.
P.S. E tal como os 3 Mosqueteiros que afinal eram 4 também há um quarto mito. Depois dos empates com o PSG o benfiquismo impresso e televisionado criou o mito que as qualidades da equipa, e o génio do treinador, foram a razão para ultrapassar a brutal diferença de orçamentos e equilibrar os dois jogos. Quando a realidade nos diz é que o PSG tem grande talentos mas como equipa é muito débil (porque se colectivamente fosse tão forte como em valores individuais...) e isso foi a razão para o equilíbrio e não qualquer superação da pseudo "super equipa". Ainda não ouvi foi esses criadores de mitos pronunciarem-se sobre a diferença de orçamentos entre o Benfica e o Caldas...
2 comentários:
Caro Luís Cirilo,
Aquilo que mais se vê são "apitadores" que conseguem transformar maus resultados em bons resultados. Daí resulta o sucesso desportivo, que dá razões à imprensa para fazer as capas do costume, transformando qualquer jogador sem quaisquer provas dadas numa estrela à escala mundial. Daí resultam sempre vendas astronómicas. Assim se completa o ciclo, recomeçando com mais uma apelidada "pérola" da formação. A maioria do país fica contente com isto, mesmo que os clubes só acumulem dívidas.
E quem sofre no meio disto tudo são sempre os mais pequenos.
Caro Francisco:
Tudo isso que descreve, e é rigorosamente verdade, apenas contribui para aprofundar o fosso económico entre os beneficiários dessas aldrabices e os que fazem pela vida sem ajudas dessas.Mas como somos um país inculto e onde muita gente não tem sequer orgulho nas suas terras e nos respectivos clubes as coisas são como diz e a maioria fica contente. Só ficam aborrecidas é quando se diz e se prova que os reis vão nús. E vão mesmo.
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