O Vitória desperdiçou dois pontos, face ao Estoril, num jogo em que o triunfo lhe permitira alcançar o quarto lugar e reforçar a sua candidatura a um lugar que tem de ser o "seu" enquanto não puder aspirar a mais.
Há que dizer que este empate, injusto face ao que se viu ao longo dos noventa minutos, teve a colaboração decisiva de uma péssima arbitragem de Tiago Martins e também uma quota parte de culpa própria fruto de erros defensivos que se revelaram importantes.
Deixando a arbitragem para o fim há que dizer que o Vitória entrou no jogo "distraído" e por isso sofreu um golo aos dois minutos, num lance em que a equipa se esqueceu de Kléber, mas depois reagiu bem e a desvantagem ao intervalo já se revelava injusta face ao que tinha sido o domínio vitoriano perante um Estoril que em toda a primeira parte só voltara a rematar à baliza vitoriana uma única vez.
Na segunda parte a toada manteve-se com o Vitória a dominar e a criar algumas oportunidades e o adversário a tapar os caminhos da baliza e ,aqui e ali, tentando contra atacar com algum perigo.
O Vitória chegaria à igualdade por Rafael Miranda após oportuno passe de Hurtado mas no reinicio de jogo a equipa voltou a esquecer-se de um avançado estorilista, neste caso Índio, que isolado face a Miguel Silva não teve dificuldade em repor o Estoril em vantagem.
A equipa não acusou o toque e voltou a carregar sobre a baliza adversária e reporia a igualdade numa arrancada de Marega após excelente abertura de João Aurélio para as costa da defensiva adversária bem ao jeito do maliano.
E pouco depois chegaria ,finalmente, à vantagem num lance em que a persistência de Rafael Martins foi absolutamente decisiva para o seu primeiro golo com a camisola vitoriana repondo justiça no marcador e abrindo claras perspectivas da conquista dos três merecidos pontos.
Mas depois vieram as expulsões que deixaram o Vitória a jogar durante dez minutos com 9 contra 11, atenuadas com a expulsão do estorilista Joel (que há muito a merecia) já em tempo de descontos e o golpe de teatro que foi o golo do empate num cabeceamento perfeito de Mattheus Oliveira que não deu hipóteses de defesa.
Houve ainda tempo para Marega , completamente isolado e tendo Rafael Martins ao lado mais isolado ainda, esbarrar um remate no guardião estorilista quando um simples toque para o lado teria deixado o seu colega de equipa com a baliza aberta à sua frente.
No que a responsabilidades do Vitória toca, de erros defensivos a golos falhados, está a história feita mas não passa por aí a maior parte da explicação de um empate que devia ter sido triunfo.
Passa por Tiago Martins.
Na primeira parte perdoou um penálti ao Estoril num remate de Rafael Miranda que Digo Amado interceptou com a mão e que o árbitro vendo não assinalou.
Foi o grande erro da primeira parte embora também tenha usado de critérios disciplinares diferenciados,sempre com prejuízo do Vitória, permitindo sucessivas faltas aos defesas e médios estorilistas apenas mostrando o primeiro amarelo aos 44 minutos( ao referido Joel) depois de várias faltas em que Hernâni foi a vítima maior.
No segundo tempo há, para mim, um erro gravíssimo no lance que curiosamente dá o terceiro golo ao Vitória.
Porque sendo o primeiro remate de Rafael Martins sido travado com o braço por um defensor o árbitro tinha de marcar grande penalidade e mostrar o cartão vermelho e não dar a lei da vantagem que nestes casos não se aplica.
Não é por ter dado um golo que deixou de ser um duplo erro e bem grave.
Depois as expulsões.
Talvez o segundo amarelo a Rafael Miranda tenha sido exagerado, admito que sim, mas houve contacto e o teatro do estorilista pode ter levado o árbitro a exagerar na sanção disciplinar.
O vermelho directo a Tozé , por palavras, foi critério do árbitro na avaliação das mesmas e sobre isso apenas digo que os jogadores estão fartos de saberem que não podem discutir decisões do árbitro porque estão sujeitos a acção disciplinar.
E Tozé, vendo que um colega acabara de ser expulso, foi tremendamente imprudente ao ir contestar a decisão do árbitro sujeitando-se ao que acabou por acontecer.
Cabe aqui manifestar alguma estranheza pela forma como alguns jogadores vitorianos viram cartões por sua exclusiva responsabilidade: Hurtado por pontapear um bola para longe de forma ostensiva, Rafael Martins por tirar a camisola a festejar o golo e Tozé por palavras ao árbitro.
Tudo actos que os jogadores estão fartos de saberem que não podem cometer,,,mas cometeram.
O que somado a sanções disciplinares sofridas anteriormente por outros colegas de equipa dão a sensação clara de que Pedro Martins terá de fazer pedagogia sobre estes erros que ajudam a perder pontos.
Em suma o Vitória fez o suficiente para vencer mas erros graves do árbitro e erros próprios da equipa (processos defensivos e disciplina) impediram que isso acontecesse e assim se perderam dois pontos cuja falta só mais para diante se poderá avaliar
Depois Falamos.
5 comentários:
estou de acordo. acrescento que o arbitro mostrou o primeiro amarelo do jogo aos 6min (a um jogador do Estoril) mais uma razão para os jogadores terem cuidado com a indisciplina...
Entramos em campo com 10 acabamos com 9. O jogador que veio do clube de Lisboa parece que tem 40 anos, velocidade zero e os passes ou são para trás ou para o lado. O Tozé em vez de protestar que jogue mais. O marega se começar a levantar a cabeça e jogar com os companheiros teríamos ganho o jogo. O jogador que foi contratado ao porto, foi para jogar na bancada? H. M.
Deste jogo há a destacar:
1. Desatenção da defesa.
2. Mais um golo de Marega (e passe fenomenal de João Aurélio).
3. Excelente golo de estreia de Rafael Martins.
Quanto ao resto, perguntem ao "encomendado" Tiago Martins.
PS: O presidente foi à Sala de Imprensa dizer que vamos lutar contra tudo e contra todos para atingir o 4º lugar e a Final da Taça. Resta saber com que armas vai lutar esta Direcção.
Penso que quando o presidente diz "contra tudo e contra todos" está obviamente a incluir os seus proprios erros. As vendas ao desbarato de Janeiro mais a chegada dos emprestados e o desaproveitamento quase total dos que despontam na equipa B.
E se é difícil lutar com iguais armas contra todos mais difícil se torna quando também se tem de lutar contra tudo.
Não é por ele, não será pelo treinador nem pelos jogadores, mas para lutar pelo Vitória contem comigo. Sempre!
Caro xandre:
A indisciplina é inaceitável. E tem havido focos dela nesta equipa.
Caro H.M.:
Há coisas a melhorar e coisas com que acabar. Empréstimos por exemplo.
Caro Saganowski:
Deste jogo como de qualquer jogo há conclusões a tirar.
Uma delas tem a ver com a nossa conhecida fragilidade perante o "sistema".
Mas quanto a isso nada foi feito.
Caro Francisco Guimarães:
Era bom que houvesse capacidade de fazer auto critica em relação aos erros cometidos.
Sinceramente duvido.
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