domingo, fevereiro 19, 2017

Frustrante

Frustração é o único termo que encontro para definir este pobre e melancólico empate do Vitória face a um Belenenses que se pode dar como bem contente pelo ponto que ganhou na sua própria casa num jogo que o adversário dominou.
Frustração por duas razões.
A primeira porque o Vitória foi a melhor equipa, criou mais oportunidades, dominou o jogo e não fazendo um grande desafio (longe disso) fez ainda assim o suficiente para vencer um adversário que esta época lhe arrancou dois empates.
Mas as já habituais falhas na concretização (um golo nos últimos quatro jogos) impediram isso.
Frustração também porque uma vez mais o Vitória desperdiçou a oportunidade de alcançar o quarto lugar (porque o terceiro,esse, já lá vai...) limitando-se a reduzir a diferença para o Braga numa Liga em que bastaria manter o nível da primeira volta para ainda estar na luta pela pré eliminatória da Champions.
Quanto ao jogo não há muito que dizer.
Boa entrada do Vitória, golo de Hernâni seguido de remate à trave de Marega, empate do Belenenses num lance em que a defesa se esqueceu de Miguel Rosa e depois duas oportunidades não concretizadas por Hernâni e Rafael Martins.
Numa primeira parte em que Douglas, sem culpa no golo, apenas teve de se aplicar a fundo por uma vez num remate de fora da área.
Na segunda parte o Vitória...apagou-se.
Menos intensidade, menos ataques, menos pressão e algum facilitismo provavelmente assente na convicção de que o golo acabaria por aparecer mais cedo ou mais tarde.
Não apareceu pese embora uma boa oportunidade de Sturgeon (atirou por alto) e um livre de Raphinha (rasou o poste) que foram o mais perto que o Vitória esteve do golo num segundo período em que a equipa caiu muito.
Face ao afirmado por Pedro Martins ("plantel mais equilibrado e com mais soluções") esperava-se que do banco viessem opções que permitissem à equipa elevar o nível de jogo, para padrões ao menos idênticos aos da primeira parte, mas isso não aconteceu .
O técnico foi conservador, tirou dois extremos e um ponta de lança para meter dois extremos e um ponta de lança, não inovou, não arriscou, não mudou minimamente o sistema de jogo.
Ou seja nada mudou para melhor com as substituições.
A que acresce a estranheza por tirar Marega e essencialmente Hernâni que estava a ser o melhor jogador do Vitória e aquele que mais perturbava a defensiva belenense.
Uma noite frustrante em Belém.
Perdida qualquer hipótese de atingir o terceiro lugar é verdade que estamos mais perto do quarto mas também temos Marítimo (especialmente se amanhã vencer o Nacional ) e o Chaves a aproximarem-se paulatinamente e isso é claro factos de preocupação.
Na próxima jornada recebemos o Moreirense e depois vamos a Alvalade.
A margem de erro é cada vez menor.
O árbitro Hugo Miguel fez uma excelente arbitragem num jogo em que as duas equipas também não lhe complicaram o trabalho.

8 comentários:

Anónimo disse...

Tirando duas jogadas e pouco mais foi um jogo muito mau do Vitória. Um jogador que veio da equipa de Lisboa, que se marca a ele próprio e que não consegue fazer um passe com mais de 1 metro e que anda a gasóleo. Esta política desportiva do nosso clube tem de mudar e dar oportunidades aos nossos, que pelos menos correm e que se esforçam. O nosso plantel está pior. E jogadores que passaram pelas nossas equipas como marcos, gurgel, marcilio, formiga e muitos outros deveriam ser explicados. H.M.

Saganowski disse...

O nosso campeonato acabou no dia 31 de Janeiro às 23:59:59.

É penoso ver hoje em dia os jogos do Vitória, tal é a passividade da equipa, em todos os sectores. Parece uma equipa sem "chama", sem motivação, sem alegria de jogar!
Não foi de estranhar, por isso, que os adeptos que fizeram quase 800kms para apoiar a equipa brindassem os jogadores no final da partida com um sonoro "Joguem à bola!"
O "estado de graça" desta equipa está a chegar ao fim!
O único que teve garra foi Marega. Saiu revoltado por não ter conseguido ajudar a equipa e no fim do jogo foi o único que teve vergonha de ir junto aos adeptos, tal a vergonha que teve pela fraca exibição dos seus colegas.

Dizem que a equipa está agora mais equilibrada. Nisso, Pedro Martins tem razão: a equipa está mais equilibrada, pois agora todos os sectores estão a falhar de vez em quando.
É confrangedor ver que uma equipa que há 2 meses atrás era um terror fora de casa, hoje é uma equipa quase inofensiva e a jogar para o empate!

Torna-se necessário que uns certos senhores desçam das suas torres de marfim, vão ao balneário e injectem uma grande dose de confiança e fé nos jogadores, caso contrário veremos a equipa a jogar cada vez menos e o apoio dentro e fora do nosso estádio ser cada vez menor também!

Mas os "vitorinos" tem a direcção em que votaram!
Esperemos que nas próximas eleições saibam premiar esta direcção devidamente!

luis cirilo disse...

Caro H.M.:
Concordo consigo.
Quanto aos empréstimos,ao rendimento da equipa e ao muito que há por explicar.
Caro Saganowski:
É evidente que a equipa piorou.
Perdeu dois titulares indiscutíveis e em troca recebeu dois jogadores fora de forma numa altura da época em que isso se paga caro. Já para não comparar valores de quem saiu e entrou.
Sturgeon esse sim parece-me um reforço interessante e que veio com ritmo de jogo.
Ou muito me engano (assim espero) ou vamos ter dificuldade em garantir o quinto lugar.
Quanto ao futuro acho importante que os associados em Março de 2018 tenham entre quem optar.
E creio que terão

Anónimo disse...

Quando chegamos a Janeiro e a SAD maioritária vende dois dos maiores pilares da equipa, quando o 3º maior pilar (Rafael Miranda) está sem jogar há meses e o substituto é o que se vê, quando jogamos contra o FCP e a nossa frente de ataque é toda deles (Soares vendido - até marcou "na própria baliza", Marega e Hernâni emprestados)... não há milagres. Ouvir no Restelo "Joguem à bola!" foi de uma tremenda injustiça ! Os jogadores não têm culpa, o treinador não tem culpa, que fique bem claro. Isto é apenas reflexo da política desportiva da direcção, que eu creio ser delineada tendo a noção clara desta baixa de rendimento.

Numa época em que o 3º lugar está ali "à mão de semear", vamos ver se seguramos o 5º lugar, que nos dá lugar numa pré-eliminatória para ir jogar à Bielorússia ou à Macedónia.
Se eu fosse presidente da SAD maioritára, que continua a priveligiar resultados financeiros (e aí não se está a sair mal, sejamos sinceros), que está a contar com uma final da Taça contra o Benfica, pensaria se valerá a pena o 5º lugar para ir a uma pré-eliminatória, tais os custos associados. Ambição para ir ao 4º lugar não se vê. Quem quiser que tire as suas conclusões.

Saganowski disse...

Caro Luís,
No início da época acreditava que o 3º lugar era possível. Hoje, só acredito nisso se conseguirmos (nos jogos que restam), fazer resultados como os que fizemos até Dezembro. E, claro, se quem está à nossa frente continuar a perder pontos... Infelizmente, nenhuma destas duas premissas se pode confirmar!

Tal como eu, muitos vitorianos estão tristes, pois, mais uma vez, tivemos "na mão" por várias vezes o 3º lugar, mas neste momento corremos o risco de perder o 5º.

Dado que esta Direcção não vai mudar de opinião relativamente à gestão desportiva do clube, parece-me que resta aos sócios começarem a procurar alguém que consiga agregar o maior número de forças numa candidatura ganhadora e que leve o Vitória a dar o "salto" há muito adidado para patamares mais condizentes com os desejos e a mística do grande clube que é o Vitória, mistica essa que não se vê apenas uma vez por ano em bonitas galas "para inglês ver". Essa mística vê-se todas as vezes que o Vitória joga, seja onde for, ao ar livre ou em pavilhões, seja a que horas for, em que desporto for.

Não digo com isto que tem de ser alguém de Guimarães com disponibilidade financeira, porque com a realidade que os clubes de futebol enfrentam hoje em dia, o futebol vive de paixões, mas também de investimentos e investidores que até podem nem ser de Guimarães, muito menos de Portugal (veja-se vários casos de sucesso no futebol por essa Europa fora).
Por isso, a mim não me dói que o clube tenha dinheiro de fora, desde que quem o dirige seja alguém 100% vitoriano, com a noção de que gerir um clube como o Vitória não é só gerir uma "empresa", mas também é gerir corações que sentem amores, paixões, ódios, frustrações, alegrias. O Vitória precisa fundamentalmente de alguém que conheça Guimarães, as suas gentes e o amor que elas tem pelo "seu" Vitória.
Só assim o Vitória pode dar o tal "salto" pelo qual tantos anseiam!

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
É claro que a culpa da errada gestão desportiva nem é dos jogadores nem da equipa técnica embora Pedro Martins tenha "validado" as alterações de Janeiro e por passe a também ser responsável.
Partilho da sua opinião quanto ao terceiro lugar que este ano estava ao nosso alcance e deixou de estar por exclusiva responsabilidade de quem em Janeiro enfraqueceu a equipa.
Admito que já há quem esteja a fazer contas à final de Taça, que provavelmente será com o Lisboa, mas isso parece-me muito prematuro porque o Chaves será um adversário difícil e a eliminatória será decidida em Trás-os-Montes.
Infelizmente é mais uma época perdida em termos de readquirirmos o nosso estatuto de quarto clube e de olharmos mais acima.
Caro Saganowski:
Subscrevo inteiramente o teu comentário.
E realço duas coisas: Uma é que no actual contexto do futebol o importante é aparecer quem invista no clube de forma significativa para podermos daro tal salto em frente.
A outra é que é cada vez mais importante, e necessário, o Vitória ser dirigido por quem o conheça, por quem conheça a sua História e saiba perceber o gigante adormecido que o nosso clube continua a ser.
E, naturalmente, perceba os anseios dos adeptos.

A:C: disse...

Como já tinha dito uma vez,os treinadores que para cá vem,e que tinham boas ideias,trabalhavam bem,e obtinham sucesso noutros clubes,chegam aqui e "desaprendem", e nunca vi o martins a falhar tanto,mas tanto,nos clubes onde esteve antes !

luis cirilo disse...

Caro De Guimarães:
Sobre Pedro Martins não direi que estou desiludido.
Mas estou desapontado.
Precisamente porque o vejo falhar em áreas simples e as substituições no Restelo foram o exemplo acabado disso. Um treinador que quer ganhar tem de ser mais ambicioso, e inovador, quando se trata de mexer na equipa