Vamos aos factos.
No início da presente temporada foi manifestada pela SAD vitoriana a necessidade de vender um ou dois jogadores para obter determinada verba que lhe permitisse equilibrar o orçamento e colocar o clube ao abrigo de sobressaltos na sua época desportiva.
Foram vendidos Cafu e Dalbert por verbas que embora abaixo do seu valor (especialmente Cafu) eram ainda assim superiores ao montante referido como necessário pelo que equilibrado o orçamento ainda ficava uma "almofada" financeira razoável.
Ainda no lançamento da época foi pela voz do presidente Júlio Mendes afirmado em entrevista ao jornal "O Jogo" que tinham sido cometidos erros, que a SAD aprendera com eles e que em Janeiro de 2017 o clube não queria jogadores emprestados(sic) !
Com a época a decorrer, e a equipa a fazer um bom campeonato que lhe permite estar na disputa dos lugares cimeiros (entre o 3º e o 5º), vai-se constatando que o plantel precisaria de alguns retoques para dar sustentação a essa disputa (com a pré eliminatória da Champions à vista...) e que passariam basicamente por contratar um trinco alternativo a Rafael Miranda, um lateral esquerdo para colmatar o insucesso de Rúben Ferreira e um "10" ou um ponta de lança em função do rendimento de Bernard/Hurtado para uma das posições e de Texeira para a outra.
A 21 de Dezembro (dez dias antes da reabertura do mercado) em entrevista à TSF a SAD ,pela voz do presidente Júlio Mendes, manifesta a intenção de o Vitória se "intrometer em lugares cimeiros"(sic) e a "ambição de não vender jogadores em Janeiro"(sic) reconhecendo que a equipa "nos últimos anos tem tido uma quebra muito grande no rendimento desportivo devido à saída de jogadores "(sic)!
E agora aquilo a que está na moda chamar os "factos alternativos":
No mês de Janeiro,ontem terminado, o Vitória vendeu dois jogadores titulares indiscutíveis (João Pedro e Soares) por verbas financeiramente ridículas (os dois juntos pouco mais de cinco milhões terão rendido) e com brutal prejuízo desportivo para a equipa.
Para além dessas saídas ainda se verificou o empréstimo de Alex e a saída de Franci dois jogadores pouco utilizados embora o primeiro deles viesse a ser gradualmente opção para Pedro Martins e tenha um valor de todos conhecido.
Para reforço do plantel foram contratados Rafael Martins, um ponta de lança suplente no Levante da segunda divisão espanhola mas com créditos em Portugal face às suas passagens por Vitória FC e Moreirense e Sturgeon um jovem avançado internacional sub 20 português contratado ao Belenenses.
Foi ainda noticiada a contratação de um avançado do Porto B (Sérgio Ribeiro), que em três anos marcou dois golos e este ano fez cinco jogos no total de 71 minutos de utilização supõe-se que com destino à equipa B do Vitória que não por acaso está melhor classificada do que aquela de onde é proveniente.
Mesmo no fecho da janela de transferências chegou um jogador emprestado pelo Benfica, de seu nome Celis, e que na equipa de Rui Vitória nunca saíra do anonimato.
Tempo então de fazer o balanço do que foi para o Vitória esta reabertura de mercado.
Em primeiro lugar no que toca aos princípios enunciados.
Falhou a ambição de não vender jogadores e falhou a intenção de não receber mais emprestados.
Venderam-se jogadores que fazem falta e recebem-se emprestados que nada acrescentam.
Nada se aprendeu com os erros do passado ao que parece.
Em segundo lugar na vertente desportiva.
Entre entradas e saídas a equipa parece mais fraca, os que entraram não compensam os que saíram e a ambição de conseguir mais que o inevitável (assim se espera..) quinto lugar seriamente prejudicada por mais um Janeiro difícil de entender.
A que acresce o facto de as tais lacunas ficarem por preencher.
Em terceiro lugar vender dois jogadores com o valor ( e a idade) de Soares e João Pedro por pouco mais de cinco milhões de euros é simplesmente ridículo e muitíssimo abaixo do real valor de ambos com a agravante de serem vendas financeiramente desnecessárias face ao que atrás se expôs.
Ambos, face à época que vinham fazendo, valeriam seguramente muito dinheiro no fim da temporada ou até em Janeiro de 2018 em função da carreira do Vitória nas competições europeias.
Infelizmente, e uma vez mais, funcionou a pressa de vender o mais depressa possível!
Em conclusão:
Uma vez mais o Janeiro não trouxe ao Vitória um reforço da qualidade desportiva do plantel (bem pelo contrário), nem o solidificar das ambições classificativas nem sequer correspondeu à forte ambição que os adeptos tem demonstrado, jornada após jornada, num apoio à equipa que se tem revelado decisivo.
Os dirigentes do Vitória levam quase cinco anos à frente do clube.
Tem experiência, tem conhecimentos, revelaram capacidade de auto critica (ver as entrevistas) , conhecem a realidade do clube e do nosso futebol.
Mais um Janeiro frustrante, para os adeptos, não se deve a incompetência, ignorância, inexperiência ou falta de sorte.
Nada disso.
É mesmo por opção.
Opção de em cada Janeiro venderem jogadores essenciais, prejudicarem ambições desportivas, desfazerem os sonhos dos adeptos e passarem a ideia de que é preciso recomeçar tudo de novo.
E este Janeiro, ao contrário de "Janeiros" anteriores, o argumento das dificuldades financeiras já não colhe por estar manifestamente desactualizado face ao que foi dito por esses mesmos responsáveis em várias declarações públicas.
É mesmo por opção repito.
E é por essa várias vezes repetida opção que são responsáveis e por ela responderão no tempo certo como é normal no Vitória Sport Clube.
Sem dramas mas com a responsabilidade e a Verdade que a instituição merece.
Depois Falamos
P.S. A "novela" Marega, que demorou oito dias a chegar do Mali a Guimarães, insere-se na desilusão global de Janeiro e contribui para as preocupações com que muitos vitorianos olham para o que falta de época.
24 comentários:
Luís, eu só encontro uma justificação lógica para esta situação toda. O Mendes está a mentir a todos os vitorianos em relação à situação económica do clube. Fala uma coisa, faz outra.
Concordo em absoluto.
Isso é no fundo aquilo que todos os sócios com um mínimo de visão pensam...
Foi ainda assim, um Janeiro menos mau do que nos anos anteriores.
Espero que o Rafael Martins seja o homem golo que se espera.
O Sturgeon também me parece bom jogador, com potencial... De futuro!
Preocupa-me acima de tudo o estado do meio campo. Espero que o médio emprestado pelo benfica seja um jogador razoável, porque senão vai ser uma 2ª volta complicada, pois estamos muito carenciados de jogadores para aquela posição.
Portanto, pode não ser o fim do mundo.
Se esses pressupostos acima se confirmarem (especialmente em relação ao R. Martins e ao médio do benfica) acho que pelo menos o 5º lugar seremos capazes de manter.
Não pela boa prestação da nossa direcção na janela de Janeiro.
Já que concordo em absoluto consigo, em relação à falta de visão e de ambição que demonstraram.
Mas pela pontuação que já temos de vantagem.
Pela qualidade dos adversários directos, que também foram desfalcados.
E porque, como disse acima, apesar de tudo o desbaste da equipa não foi tão acentuado como em épocas anteriores!
Caro Anónimo:
O discurso tem sido sempre no sentido de a situação económica estar melhor e o passivo ter sido drasticamente diminuído. Só nos faltava isso não ser verdade.
Caro Mr Karvalhovsky:
O Rafael Martins quando esteve noutro clubes portugueses deixou excelente impressão. Em Espanha nem tanto mas naturalmente que dele se esperam golos. Não tem é a classe do Soares.
O Sturgeon foi claramente uma boa aquisição. Jovem, português, internacional, faz vários lugares na frente e dará soluções ao treinador que pelos vistos Alex e Franci não davam.
O Celis...não faço ideia. Ao que parece joga na posição do Rafael Miranda e esse era um lugar a pedir uma alternativa que Phete, Joseph e M'Bemba não são. Pode ser que venham a ser.
Em suma não veio ninguém para o lugar do João Pedro, não há um lateral esquerdo que dê totais garantias e falta outro ponta de lança para complementar Rafael Martins e Texeira. Falou-se do regresso do Areias mas ...nada.
Não é certamente o fim do mundo e o quinto lugar devemos conseguir manter.
Mas dada a fragilidade de Braga e Sporting era de tentar bem mais.
Embora compreenda a insatisfação pelo balanço de entradas e saídas, o certo é que ainda não temos indicações finais para avaliar o resultado final.
Vejamos:
1 questão do avançado: saiu Soares, um dos melhores que passaram pelo Vitória nos últimos anos, mas o valor que o clube fez por 50% do seu passe, é significativo. Não esqueçamos a contrapartida adicional, que foi o prolongamento do contrato do Marega, ou 30% de mais valias na venda.
O substituto, Rafael Martins, não teve uma boa adaptação em Espanha, mas isso, apesar de tudo pode não ser indicação definitiva, porque há muitos exemplos de inadaptação nesse país. Vamos ver o que RM vale, nos próximos jogos. Nessa altura emitirei opinião mais definitiva
2 Questão do médio: saiu João Pedro, um bom médio, eficaz, combativo, mas sem ser uma grande estrela; a sua substituição poderá ser efetivada por este Celis do Benfica, ou mesmo por promoção de bons valores do plantel, como Zungu, Joseph ou outros bons valores da B, de onde veio João Pedro.
Além destas trocas diretas, tivemos um reforço de grande futuro, F.Sturgeon, que era talvez o melhor jogador do Belenenses.
Resumindo, posso dizer que como vitoriano não gostei da chegada de mais um emprestado, mas como vitoriano digo que emprestados ou definitivos, enquanto vestirem a branquinha, são vitorianos como os outros.
Além disso, já tivemos empréstimos em janeiro com grande sucesso; para os mais esquecidos, posso lembrar o César Peixoto.
Caro luso:
Eu tenho a minha opinião o que não significa que tenha toda a razão ou que outras opiniões não estejam mais próximas da verdade.
E por isso entendo que quer o Soares quer o João Pedro foram vendidos por valores ridiculos, muitissímo abaixo do que valem, e recuso terminantemente fazer do Vitória um coitadinho a quem dando três milhões e meio de euros por um excelente ponta de lança já estão a dar um montante significativo.
Deram uma miséria e o negócio só foi bom para o Porto.
Quanto ao João Pedro, excelente jogador e vitoriano de coração, nenhum dos que cita o pode substituir com identica qualidade. O que veio do Benfica vem sem ritmo, sem que s elhe tenha visto seja o que for e corremos o risco de ser outro vitor Andrade ou João Teixeira. De resto contratações por seis meses fazem os clubes pequenos.
Quanto ao Stugeon estamos de acordo. Bom jogador, boa contratação, pode ser uma mais valia.
De resto permita-me que discorde quanto ao César Peixoto. Esteve longe de ter sucesso e foi alvo de permanente contestação.
Prometeram que não vinham mais emprestados em Janeiro - não cumpriram.
Venderam João Pedro e Soares por tuta e meia - é verdade.
É a SAD... adianta muito protestar ? Eu como não sou accionista da SAD não tenho porque reclamar.
É comer e calor, já o tinha disto num comentário anterior.
Quiseram SAD minoritária, aguentem que eu que não a quis também aguento, que é o remédio.
E pronto, 6a feira outra romaria até Paços de Ferreira.
Lamento, o futebol do Vitória já não é nosso. É a realidade e quem quiser que abra os olhos
Boa tarde!
Não concordo com o todo exposto...
o soares, recordo foi esta direcção que decidiu aumentar a percentagem detida do seu passe, sabendo também, que a decisão de ir ou ficar passava pelo Deco detentor dos outros 50% do passe do jogador. Não creio que o vitória pudesse segurar um jogador contrariado, sabendo que o vitória paga ainda salarios modestos quando comparado com um Braga por exemplo. O João Pedro embora sendo um bom jogador, nunca me pareceu que fosse um excelente jogador, de fino recorte como era o Soares por exemplo. Penso que tendo uma boa oferta se poderia rentabilizar mais um activo e fazer algum dinheiro tendo agora o vitória um jogador melhor nessa posição, Zungu! Quanto às entradas, penso que o Sr. Cirilo terá razão quanto ao Celis, não vira acrescentar grande coisa, talvez, o mesmo não será Rafael Martins com 35 golos como cartão de visita nas últimas duas esposas no futebol português, superior a Soares inclusive e para minha surpresa um jovem de grande valor, que penso ser uma excelente contratação o sturgeon, para entrar na equipa com toda a certeza. Resumindo, óbvio que a saída de Soares foi um duro revés mas parece-me ter sido bem preenchida. Sinto até que podemos estar mais fortes! Vamos a ver... saudações vitorianas! Pedro silva
Caro Cirilo,
Concordo na integra consigo.
Em particular, não se entende este recurso a refugo dos estarolas, de que o encostado que chega do buraca é o pior exemplo. Espero que se mantenha no papel de cone de treino, que tão bem vinha desempenhando no buraca. Qualquer circunstância de sobreposição dessa anedota a activos do Vitória, será incompreensível e deve merecer veemente contestação e repúdio por parte dos Vitorianos.
No restante, este período de transferências foi, como é costume com esta gente, altamente lesivo para a qualidade e equilíbrio do plantel. Incompreensível.
Cumprimentos,
Caro Luis Cirilo, como disse, acho negativa a pouca ambição demonstrada pela nossa direcção.
Como tenho dito, acho que o 3º lugar estaria perfeitamente ao nosso alcance.
Espero que ao menos o Celis seja bom. A pagar-lhe parte do salário, se não for uma mais valia é um péssimo negócio para o nosso clube.
Foi curioso verificar também a proposta do Atalanta por Josué. 1M€!!! Segundo se fala nos jornais...
Parece-me a mim que o nosso Vitória já começa a ficar conhecido pelos saldos de Janeiro além fronteiras e o clube italiano, assim como ninguém quer a coisa, lá atirou o barro à parede. A probabilidade de colar, era grande.
Ainda bem que houve alguém na nossa direcção, com poder de decisão, com um bocadinho de bom senso!
Mas repito: Se este Celis for razoável, vamos conseguir o 5º lugar.
Quanto ao 3º, já não me parece que lá consigamos chegar...
Espero estar enganado!
Numa altura em que tanto Braga como Sporting estão a 3 pontos de distância, exigia-se táctica de ataque no que diz respeito ao reforço da equipa.
Pelo contrário, tivemos atitude de equipa pequena: jogamos para o empate...Esperemos não sair goleados!
Caro Anónimo:
Creio que o problema não está no facto de o futebol ser gerido por uma SAD.
Outros o são e com enorme sucesso.
A questão está nas opções e prioridades desta SAD e do entendimento que nela existe quanto ao que é o Vitória.
Caro Pedro Silva:
Mal estaremos quando um jogador estiver contrariado por cumprir um contrato que assinou de livre vontade. Face aos valores oferecidos o Vitória devia ter recusado. Se pudesse é claro...
Quando considera que o Zungu é melhor que o João Pedro, depois de dois jogos em que puco mostrou, creio que não vale a pena argumentar. O JP é um excelente jogador, vendido por uma verba ridicula, que paga o preço de ser de Guimarães e vitoriano. Se fosse brasileiro já todos diriam que é um craque.
O Rafael Martins deixou boa imagem em Setúbal e no Moreirense. Aguardemos para ver. O Sturgeon foi uma boa contratação sem qualquer duvida.
Quanto ao estarmos mais fortes...oxalá. às vezes no futebol acontecem milagres.
Caro JRV:
Ao contrário de alguns adeptos mais optimistas eu creio que saímos deste período de transferências mais fracos. Quanto a emprestados já nem vale a pena dizer mais nada. Não aprendem mesmo com os erros.
Caro Mr. Karvalhovsky:
Isso do Josué pareceu-me uma notícia colocada para dar ideia de uma realidade que não existe. Na verdade qualquer clube nacional ou estrangeiro sabe que se oferecer ao Vitória uma verba entre um e dois leva qualquer jogador oriundo da formação.É só escolher. E só não leva alguns dos outros, como Soares,porque o passe não é todo nosso.
Quanto ao lugar classificativo resta-nos defender o quinto porque seria milagroso conseguir mais face a este Janeiro. Quanto ao Celis espero que ajude mais que o Vitor Andrade ou o João Teixeira. Não é pedir muito...
Devo dizer-lhe que ontem vi com tristeza a entrevista do presidente do Braga à sport-tv em que assumiu que querem ser campeões.
Aquele discurso devia ser nosso mas por este andar nunca será.
Caro Saganowski:
Nem mais. Infelizmente a opção não foi essa
Estamos a 10 pontos dos Lampiões e bastava aproveitar a turbulência que sacode os estarolas.
Se houvesse ambição, visão, matreirice e, essencialmente, VITORIANISMO já tínhamos um substituto para o R. Miranda, desde 1 de Janeiro, e um 10. Há quanto tempo está o R. Miranda lesionado???!!!....
Neste momento o VITÓRIA estava lá em cima, os VITORIANOS a fazerem o seu trabalho nas bancadas os estarolas, e o sistema, borrados de medo.
Mas se calhar isso não interessa aos merceeiros que estão no VITÓRIA. Preferem ser subservientes e bajuladores. Comerem migalhas, do chão, em vez de comerem à mesa.
Os estarolas e o sistema aplaudem...
Resume-se tudo a isto. Estamos a 10 pontos dos Lampiões. Como alguém disse, e bem, bastava aproveitar a turbulência que sacode os estarolas.
Se houvesse ambição, visão, matreirice e, essencialmente, VITORIANISMO já tínhamos um substituto para o R. Miranda, desde 1 de Janeiro, e um 10. Há quanto tempo está o R. Miranda lesionado???!!!....
Neste momento o VITÓRIA estava lá em cima, os VITORIANOS a fazerem o seu trabalho nas bancadas os estarolas e, o sistema, borrados de medo.
Mas se calhar isso não interessa aos merceeiros que estão no VITÓRIA. Preferem ser subservientes e bajuladores. Comerem migalhas, do chão, em vez de comerem à mesa.
Os estarolas e o sistema aplaudem...
Caro Luis Cirilo
Como comenta a afirmação do treinador Pedro Martins, dizendo que o plantel está mais forte depois das movimentações de janeiro?
Caro Paulo Pinto:
A leitura que faço do campeonato é que mantendo os jogadores que tínhamos e com um razoável esforço adicional podíamos perfeitamente aproveitar as evidente debilidades de Braga e Sporting para lutarmos pelo terceiro lugar.
E esse esforço passaria apenas por reforçar posições em que estávamos mais debilitados.
A prioridade seria uma alternativa a Rafael Miranda mas também um lateral esquerdo e um "10".
Depois ,se possível, outro ponta de lança com caracteristicas diferentes de Soares e Texeira.
Que até podia passar pelo regresso de Areias.
Infelizmente a opção primeira foi vender e a seguir tentar os substitutos para os que foram embora. E nisso se perdeu um mês. E outras coisas como a ida à final four da taça da liga.
Caro luso:
Acha que ele podia mesmo dizer outra coisa?
Caro Luís Cirilo.
100% de acordo com o texto. Cada vez menos temos vitorianos a sócios... tudo é normal... tudo é tolerável...
No tempo do Pimenta, alguns nem eram sócios por causa do presidente... era ditador... não ouvia os sócios...
P.S. Num dos comentários acima, o Luís Cirilo apenas cometeu um lapso... os emprestado não vieram por 6 meses, mas apenas por 3,5 (fevereiro, março, abril e meio de maio).
Fernandes
Boa noite, Luís,
Já anteriormente (não na caixa de comentários mais adequada, contudo) havia deixado o que para mim foi uma das partes essenciais deste Janeiro - e que o Luís lembrou neste excelente texto de balanço: a chegada de um jogador que carrega consigo, decerto sem o saber, o fantasma das quebras repentinas de forma na segunda metade da temporada. O que significa constatar que, nesse tema, o responsável máximo do Vitória faltou à palavra.
E se há coisa que não pode ser aceite de ânimo leve é a mentira. Mas foi. E até me foco particularmente num campo clássico: o dos meios de comunicação social portugueses exclusivamente ligados à área do desporto e/ou os jornais locais. Como sabe, estudei Jornalismo, na Universidade, e se há coisa que me espanta (para não ir, desagradavelmente, mais longe) é a forma como os média supra-referidos são constantemente a perfeita negação do que deve ser essa arte nobre. Não sei se acompanhou a história do jornal de Barcelos cujos jornalistas, tendo sido impedidos de fazer perguntas, não publicaram o que quer que seja sobre o evento para o qual haviam sido convocados. Nesse órgão escreveu-se que "o jornalismo se faz através da confrontação de factos e realidades e do exercício do contraditório” e que os jornalistas não são “meros receptáculos ou caixas de ressonância”. Bem, uma lição de jornalismo dada em dois tempos. Mas voltemos ao Vitória. Júlio Mendes disse o que disse sobre a intenção de não vender ninguém em Janeiro e, antes, havia referido o facto de não querer jogadores emprestados, após a "auto-crítica" que resultou de um processo de avaliação interna do que havia corrido mal. Houve algum, um único, jornalista, local ou nacional, que tenha confrontado alguém da estrutura do Vitória sobre isto? E sobre o negócio Soares? Será que o novo jogador da equipa B, contratado à equipa secundária do Futebol Clube do Porto, serviu, de alguma forma, de moeda de troca no negócio? Qual é mesmo o papel dos jornais (neste caso) no futebol? É servirem de altifalante do poder? É ouvir e abanar a cabeça em sinal de aprovação? É propagandear o que é dito? Se a resposta for sim a qualquer uma destas perguntas, lamento, mas não é Jornalismo, é assessoria encapotada. Provavelmente, como a diferença da palavra "crítico" para "acrítico" é só de uma letra, a confusão fica explicada.
Um segundo ponto (e que liga com o seu texto posterior sobre os "anónimos" que pululam na internet) é verificar que, felizmente, ainda há pessoas (e esta caixa de comentários é um feliz exemplo) que, tendo visões favoráveis e elogiosas quanto a decisões efectuadas pela actual direcção do Vitória, vêm aqui mostrar o seu ponto de uma forma perfeitamente válida e racional. Num contributo para uma discussão saudável e agradável sobre diversas perspectivas cujo objectivo é precisamente o mesmo: no final, ninguém quer saber quem tem razão, mas sim verificar que o Vitória sai mais forte. Torna-se mais divertido quando a discordância existe e se mantém dentro das fronteiras de um comportamento urbano e educado. Pois o Vitória não nasceu com uma, mas sim com duas cores para provar que nem sempre tudo é preto ou branco - há espaço para ambos!
(Continuação)
E, para terminar, deixo só uma nota. O final de mercado de transferências espanhol ficou marcado pelo "Caso Zozulya" (http://deportes.elpais.com/deportes/2017/02/01/actualidad/1485946539_330284.html). É interessante verificar a existência de adeptos que acreditam que o seu clube não tem valores que possam ser substituídos seja por que golos ou por que mais-valia desportiva for. Não quero discutir este caso em concreto (do Rayo "só" admiro o facto de ser um símbolo de uma identidade arreigada nos habitantes de uma área sui generis - operária e bairrista - de Madrid, onde dois clubes pouco espaço deixam para outros, e o futebol mirabolante que jogavam na era Paco Jémez), até porque a ligação do jogador às ideologias a que é associado não é totalmente clara. Mas pego neste exemplo pela capacidade que teve de envolver uma massa adepta em torno de uma visão partilha relativamente ao clube. Acerca do que o clube é e do que não pode ser. E entristece-me sentir que, no nosso clube, uma filosofia de preocupação com todo o universo Vitória e com a nossa identidade tem sido secundarizada por bolas que entram ou não na baliza. Este desabafo vem na sequência do que já anteriormente discutimos (o "adormecimento" dos adeptos em relação aos aspectos de gestão do clube). No caso mais concreto do futebol, houve uma frase lapidar escrita por uma pessoa (creio até já ter estado ligada ao futebol de formação) em reacção à saída de um jogador, da equipa B, formado no Vitória: "Como se destrói um futuro promissor de um clube em troca de um presente emprestado ! Enquanto a bola entrar ninguém vai entender...".
Termino com um pedido de desculpas pela extensão do texto.
Um abraço,
José Miguel Rocha
Caro Fernandes:
Continuo a acreditar que os adeptos são o mais valioso património do clube. Embora o seu número possa ser ainda maior. Muito maior. É preciso trabalhar para isso.
Quanto aos emprestados só lhe digo uma coisa: Se nesses três meses e meio forem de facto mais valias já é uma grande evolução face a um passado bem recente. O ano passado por exemplo...
Caro José Miguel:
Começo pelo fim para agradecer a excelência do seu comentário.
É também para isso que este blogue existe; para que pessoas com opinião, com uma visão própria dos assuntos venham aqui participar no debate de ideias e sustentar posições favoráveis ou contrárias aquilo que escrevo.
No caso específico do Vitória, que é a origem de grande parte dos comentários que este blogue regista, valorizo todas as opiniões,mesmo que frontalmente contrárias à minha, e apenas não publico aquelas que são impublicáveis por questões de educação, de respeito pelos leitores ou por fazerem denúncias que não podem ser provadas.
AS partir daí todas as opiniões são bem vindas.
Jornalismo? Partilho inteiramente da sua perplexidade. Não sou jornalista mas já fiz jornalismo nas rádios e jornais de Guimarães, fiz muitas entrevistas e assisti a muitas conferências de imprensa. E no meu tempo, quer eu quer alguns dos colegas desse tempo, se víssemos um treinador do Vitória dizer que depois do Janeiro que tivemos o "plantel está mais equilibrado e com mais soluções" não resistiríamos a pedir-lhe que fundamentasse isso. Especialmente depois de todos vermos que saíram quatro jogadores e apenas entraram três. E dos quatro que saíram dois deles continuariam como titulares indiscutíveis se cá continuassem. De facto o "porquê" é usado com demasiada parcimónia nos tempos que correm.
O caso que narra de Espanha, independentemente de os adeptos terem ou não razão, é um belo exemplo de como noutro futebol,com outra mentalidade, os dirigentes dos clubes não podem alhear-se do sentir e da vontade dos adeptos e tem que respeitar as suas opiniões. É óbvio que um clube não pode ser dirigido de fora para dentro mas é igualmente óbvio que não o pode ser de forma hermética e sem a percepção do sentir dos adeptos. É que os clubes existem em função dos adeptos que lhe dão o ser e não dos dirigentes que estão, nessa qualidade, apenas de passagem.
Esteja sempre à vontade para escrever os textos com o tamanho que quiser.
A sua opinião valoriza este blogue.
Um abraço
Pelo que vi em anos anteriores em Janeiro, pelo que tenho visto nos nossos ultimos jogos e pelo que vi nestes "saldos" de Janeiro, atrevo-me a dizer (tal como disse nos ultimos 3 anos nesta altura do ano) que para os vitorianos o campeonato 2016/2017 ACABOU!
Caro Saganowski:
Ainda estamos na luta pela Europa.
E esse objectivo não pode ser falhado
Caro Luís,
Muito obrigado pelas palavras. Que retribuo, obviamente, em relação à sua resposta ao meu comentário - com a qual concordo inteiramente, escusado será dizer. Ela daria (e já deu, aliás!) para um "post principal" sobre a sua opinião acerca de três matérias tão importantes: os comentários no blog, o jornalismo desportivo português e a identidade de qualquer clube bem como a transitoriedade dos dirigentes.
Um abraço,
José Miguel Rocha
Caro Luís,
Vamos falhar esse objectivo! E mesmo que não falhemos, vamos fazer uma pré-eliminatória execrável, pois a Direcção vai vender bons jogadores e contratar barato e mal... como de costume!
Já para não falar na Final da Taça! Não acredito que o Benfica vá deixar fugir este troféu outra vez para o Vitória.
Além disso, se ganharmos, que praça, rua ou avenida ia ter o nome do dia da Final da Taça? :)
Caro José Miguel:
Essas três matérias dão pano para mangas e a elas voltarei periodicamente.
Especialmente a identidade de um clube (no caso do nosso) que me preocupa cada vez mais face ao que vou vendo.
E não é pelos adeptos que estou preocupado, como imaginará, porque esses são valores seguros.
É pelos exemplos...ou falta deles.
Um abraço.
Caro Saganowski:
Essa do nome é um bom problema e oxalá seja uma questão que venha a por-se. Já tivemos a parolice do 26 de Maio e podemos bem com outra parolice do género. O problema vai ser chegar lá e, chegando, ganharmos.
Enviar um comentário